Mais uma conquista para a perícia do Espírito Santo. Desta vez, foi a tese de doutorado do perito criminal capixaba Carlos Augusto Chamoun, que conquistou o título de vencedora do II Prêmio Destaque Forense, na categoria melhor tese produzida no Brasil, na área de Ciências Forenses no período 2014-2015.  A pesquisa – que usa uma técnica para resgatar o DNA do esperma do estuprador no trato digestório de larvas decompositoras de corpos – concorreu com outras teses e foi eleita a melhor do país.

“Esse título é motivo de orgulho pra mim, pois é muito cobiçado pela comunidade científica forense do país e também porque concorri com estados muito mais fortes que o nosso em pesquisa”, avaliou Chamoun.

O prêmio é concedido pela Sociedade Brasileira de Ciências Forenses (SBCF) e a entrega será feita nesta sexta-feira (02) durante o 2º Encontro da Sociedade Brasileira de Ciências Forenses, realizado em São Paulo.

A tese dele – cujo título é a Recuperação e identificação de DNA humano (Y STR) do trato gastrintestinal de imaturos de dípteros da espécie Chrysomya albiceps (Wiedemann, 1819) nutridos com quantidades diferentes de sêmen humano: simulação de análises periciais em casos de crimes sexuais – foi avaliada pelos professores e doutores Jose Roberto Pujol Luz, da Universidade Federal de Brasília (UNB); Hélio Buchmüler Lima,  da Polícia Federal, e  Wanderson Romão, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Tese

Defendida em outubro de 2014, a tese de doutorado do perito foi aprovada com nota máxima por todos os membros da banca examinadora do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os trabalhos foram desenvolvidos no laboratório do setor de Diptera do Museu Nacional da UFRJ – no laboratório de Entomologia Forense do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro – no Instituto de Perícias e Pesquisas em Genética Forense (IPPGF). A conclusão da pesquisa foi feita na Florida International University (FIU) e no Miami-Dade Crime Lab, nos Estados Unidos da América. “Este trabalho me rende ótimos frutos. Já fui convidado pra dar palestras sobre essa tese em vários estados do país, com público principal formado por promotores, juízes, delegados, peritos, estudantes e defensores. É bem gratificante”, concluiu.

Currículo perito

Perito Criminal do Espírito Santo e professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), biólogo formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 1996, mestre em Microbiologia pela Universidade Federal de Viçosa em 1999, e Doutor em Ciências Biológicas - Entomogenética Forense, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Museu Nacional (2010-2014).

II Prêmio Destaque Forense

O Prêmio Destaque Forense é promovido pela Sociedade Brasileira de Ciências Forenses (SBCF) com o objetivo de reconhecimento a todos aqueles que trabalharam em prol do desenvolvimento das Ciências Forenses no Brasil.

O Prêmio é dividido nas seguintes categorias : Melhor livro na área de Ciências Forenses;  Melhor artigo na área de Ciências Forenses; Melhor trabalho de Perícia Oficial; Melhor trabalho de Assistência Técnica; Melhor Dissertação; Melhor Tese.

 Para esta edição, puderam concorrer os trabalhos que foram produzidos por membros da comunidade forense do Brasil, entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2015.

Sociedade Brasileira de Ciências Forenses

A Sociedade Brasileira de Ciências Forenses (SBCF) é uma associação sem fins econômicos, fundada no dia 21 de março de 2013, e voltada à promoção de pesquisas e ensino em Ciências Forenses, a estimular o contato entre profissionais da área e o progresso das Ciências Forenses no Brasil.

A SBCF está aberta a todos os profissionais e empresas que, de alguma forma, estejam ligados às Ciências Forenses, sejam técnicos, peritos, pesquisadores, estudantes, assistentes técnicos, juristas ou fornecedores de equipamentos.

A fundação da SBCF se faz necessária nos dias de hoje, dada à popularização das Ciências Forenses, a abertura de cursos de graduação e pós-graduação na área, a exigência de uma instrução dos processos cada vez mais sólida e científica, e a evolução da ciência, com ferramentas mais e mais poderosas a serviço da justiça. Este contexto exige que se capacitem profissionais e se produzam e divulguem avanços científicos para realmente alcançarmos o objetivo de se extrair o máximo da prova material e garantir a justiça no Brasil.

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