Povo Capixaba

Origem do termo Capixaba
Segundo os estudiosos da língua tupi, capixaba significa, roça, roçado, terra limpa para plantação. Os índios que aqui viviam chamavam de capixaba sua plantação de milho e mandioca. Com isso, a população de Vitória passou a chamar de capixabas os índios que habitavam na região e depois o nome passou a denominar todos os moradores do Espírito Santo.

Vasco Fernandes Coutinho 
Nascido em Portugal (1490), tornando-se destaque nas conquistas portuguesas na áfrica e na ásia, Vasco Coutinho foi o primeiro capitão-donatário da Capitania do Espírito Santo (1535). Uma vez estabelecido, fundou as vilas de Vila Velha e Vitória e colaborou ativamente para o desenvolvimento da agricultura com a distribuição de terras para cultivo (sesmarias) e na construção de engenhos para a produção de açúcar. 


Frei Pedro Palácios 
Irmão leigo franciscano, a ele atribui-se a fundação do Convento da Penha, em Vila Velha. Nasceu na Espanha, na cidade de Medina do Rio Seco, mudou-se para Portugal e, em 1558, chegou à Capitania do Espírito Santo. Conta-se que na viagem para o Brasil, ele teria acalmado uma forte tempestade e desde então, ficou conhecido como "o santo frade". No ES, a "Gruta do Frei Palácios" é até hoje conhecida. Formado pela natureza, no monte onde se localiza o Convento da Penha, o vão teria sido - segundo historiadores - a primeira "residência" do frei em terras capixabas. 


Araribóia 
Cacique da tribo dos temiminós (grupo indígena tupi) perdeu o controle sobre seus domínios quando os franceses - ajudados pelos Tamoios - tomaram a Guanabara, na Capitania do Rio de Janeiro em 1555. Sem suas terras, Araribóia e sua tribo vieram para a então Capitania do Espírito Santo reorganizar sua aldeia. Aliado dos portugueses na retomada da Guanabara, o cacique teria reforçado com em milhares de homens, indígenas e inimigos dos Tamoios as forças lusas. Uma luta da qual saíram vitoriosos. 


Padre José de Anchieta 
Missionário jesuíta, José de Anchieta nasceu Ilhas Canárias e abraçou sua vocação religiosa ainda jovem. Em 1553, aos 19 anos, foi convidado a vir ao Brasil acompanhando Duarte da Costa, segundo governador-geral nomeado pela Coroa Portuguesa. Estabeleceu-se em São Vicente (primeira vila fundada no Brasil) e lá teve seu primeiro contato com os índios, começando seu trabalho de conversão batismo e catequese, que incluía poesia e teatro. Em 1585, já no Espírito Santo, fundou a aldeia de Guaraparim (atual Guarapari). Morou no estado promovendo sua fé entre os nativos até a sua morte - em Reritiba, 1597. Seu cortejo fúnebre foi acompanhado por 3000 índios, num percurso de 90 quilômetros de Reritiba até Vitória. A localidade se chama hoje Anchieta e o padre, depois de um processo que durou séculos, foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1980. 


Maria Ortiz 
Jovem capixaba de origem espanhola, Maria Ortiz (nascida em 1603) é considerada por muitos uma heroína brasileira. Vivendo na Capitania do Espírito Santo, ela teria iniciado a resistência a um ataque-surpresa holandês a Vitória em 1625. De cima de uma ladeira (chamada Ladeira do Pelourinho, na época), jogando água fervente, paus, pedras e brasa sobre os invasores, incentivou a vizinhança a fazer o mesmo e teria conseguido retardar o avanço holandês dando tempo das tropas portuguesas organizarem seu contra-ataque. O lugar acabou tendo o nome trocado para Ladeira Maria Ortiz e, em 1924, virou uma escadaria e conservou o nome da jovem de atitude heróica. A Escadaria Maria Ortiz existe até hoje ligando as partes alta e baixa do Centro da cidade de Vitória. 


Domingos José Martins 
Nascido nas proximidades de Itapemirim, este personagem capixaba, que foi comerciante e estudou na Europa, destacou-se pela ativa participação na Revolução Pernambucana de 1817. O desejo de fazer aquela população livre do domínio português, o tornou forte disseminador dos ideais libertários, atuando também na luta que foi travada com o objetivo maior da independência do Brasil. Derrotado, com o fim da Revolução que durou menos de 80 dias, vários líderes do movimento foram fuzilados. Martins foi levado para a Bahia, julgado e também condenado à morte por fuzilamento. Patrono da Polícia Civil do Espírito Santo, ele também foi desta forma homenageado pelo Instituto Geográfico e Histórico do Estado. 


Elisiário 
Escravo que ficou conhecido por defender e propagar ideias libertárias entre os negros, além de chefiar a principal revolta de escravos do Espírito Santo, a Insurreição de Queimados, em 1849. Hoje incorporado ao município da Serra, Queimados foi a localidade escolhida pelo Frei Gregório José de Maria Bene para construção de uma igreja. Prometendo a liberdade para os escravos que concluíssem a obra, o frei, além de explorar o trabalho escravo, teria descumprido o trato gerando enorme revolta naqueles que ergueram a Igreja de Queimados. Os revoltosos, chefiados por Elisiário - o "Caudilho Negro" - e outros líderes negros como João e Chico Prego, resistiram com sua luta durante dias, percorrendo fazendas na tentativa de obrigar fazendeiros a assinar cartas de alforria. Vencidos pela força policial, foram presos, condenados à morte ou ao açoite. Elisiário teria escapado da prisão num momento de descuido dos guardas e se refugiado na mata. Há registros de que ele teria construindo um quilombo na região de Cariacica conhecida hoje como Piranema. 


Caboclo Bernardo 
Bernardo José dos Santos, pescador simples da Vila de Regência conhecido como Caboclo Bernardo, entrou para a história do Espírito Santo por sua bravura. Ele ajudou a salvar 128 tripulantes do navio Cruzador Imperial Marinheiro, da Marinha de Guerra do Brasil em 7 de setembro de 1887. A embarcação fazia o mapeamento da costa capixaba quando se chocou contra o portal sul da Barra do Rio Doce (a 120 m do povoado). Com o mar revolto, os moradores pouco conseguiram fazer para ajudar. Bernardo se dispôs a nadar até o navio levando um cabo que, preso a estrutura, pudesse trazer os marinheiros a terra. Foi preciso que ele se lançasse ao mar quatro vezes antes de conseguir completar a tarefa que salvou quase toda a tripulação. Condecorado pela Princesa Isabel, virou herói local. 


Augusto Ruschi 
Agrônomo, ecologista e naturalista brasileiro, o capixaba Augusto Ruschi (1915-1986), é o Patrono da Ecologia do Brasil e um dos ícones mundiais da proteção ao meio ambiente. Foi professor da UFRJ, pesquisador do Museu Nacional e ajudou na implantação de reservas ecológicas no país, como o Parque Nacional do Caparaó. Autoridade mundial em beija-flores e orquídeas; foi um dos primeiros homens a denunciar os efeitos danosos do DDT (utilizado na agricultura) sobre a natureza; a enfrentar a ditadura militar e denunciar o início da derrubada da Floresta Amazônica; a prever a escassez de água no mundo e o aquecimento global, e a denunciar o efeito danoso da agricultura em larga escala, com fertilizantes e agrotóxicos. No Espírito Santo, fundou o Museu de Biologia Mello Leitão (em Santa Teresa, onde nasceu) e no Rio de Janeiro colaborou na elaboração da Fundação Brasileira para Conservação da Natureza.

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard