12/08/2010 12h00 - Atualizado em 22/01/2019 14h56

Espírito Santo tem potencial para produção de 'energias limpas'

Fontes alternativas de energia é o que o mundo tem buscado para garantir o abastecimento no futuro, sem agredir o meio ambiente. Dentro deste panorama, o Espírito Santo pode se destacar na produção de energias limpas. O Estado possui bom potencial para produção de energia por meio dos ventos (eólica), da cana-de-açúcar e ainda para o biodiesel, com destaque para a cultura do pinhão manso.

Esse assunto será discutido nesta quinta-feira (12), das 14 às 16 horas, pelo pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Márcio Adonis, dentro da programação do primeiro dia da GrandExpoEs, que prossegue até domingo (15) no Centro de Eventos Floriano Varejão, em Carapina, na Serra. A participação é aberta ao público da exposição.

Atualmente, todo o biodiesel consumido no Estado não é produzido aqui. De acordo com Márcio Adonis, o pinhão manso, do qual se extrai o óleo vegetal para produção de biodiesel, pode ser uma alternativa muito promissora para o Estado. Por se tratar de uma espécie nativa, pode ser plantado em áreas de preservação permanente (APP) e em áreas degradadas. Além disso, a cultura é perene se adapta bem às condições de clima e solo, principalmente no noroeste do Estado.

Marcio Adonis com o Pinhão Manso.

“Se ocupássemos 360 mil hectares de áreas degradadas, de um total que ultrapassa 800 mil hectares em nosso Estado, e caso o pinhão manso fosse plantado apenas nesses locais com o objetivo de produzir biodiesel, o Espírito Santo poderia atender toda a demanda interna e ainda exportar o produto para atender a demanda do Rio de Janeiro, Minas Gerais e parte da Bahia, sem a necessidade de derrubar uma árvore”, afirma o pesquisador.

A mamona se adapta bem às condições de clima e solo do Estado.

O girassol e a mamona também se adaptam bem às condições de clima e solo do Estado e podem ser utilizados para produção de óleos vegetais para biodiesel.  Entretanto, para atender a demanda estadual são necessários 110.757 hectares de mamona e 93.008 hectares de girassol, enquanto com o pinhão manso, necessitaríamos de apenas 37.307 hectares. Além disso, o óleo produzido a partir do girassol na maioria das vezes é destinado para indústria alimentícia e o óleo da mamona para a indústria farmacêutica.

Potencial Eólico no Espírito Santo

No Espírito Santo, o litoral de Linhares, no norte, e de Presidente Kennedy e Marataízes, no sul, apresentam características propícias ao desenvolvimento de projetos eólicos, ou seja, produção de energia por meio dos ventos. Para essa geração é necessário a construção de usinas eólicas.

“O potencial eólico sobre o mar ao longo do litoral do Espírito Santo é bastante significativo, podendo gerar energia capaz de abastecer todo o setor residencial do Espírito Santo.”, afirma Márcio Adonis.

Cana-de-açúcar para energia elétrica

 A cana-de-açúcar pode ser produzida nas regiões Norte, Noroeste e Sul do Estado. O produto, além de gerar o álcool combustível, também pode ser utilizada na co-geração de energia elétrica, por meio da queima do bagaço da cana.

Atualmente, o Estado apresenta 80 mil hectares de área plantada com cana-de-açúcar.

“O vapor gerado pela queima do bagaço da cana pode ser convertido em energia elétrica”, explica Márcio Adonis. Segundo ele, na geração de energia por meio do bagaço da cana há poucas perdas, se comparado com a eletricidade produzida nas grandes usinas, já que a energia produzida vai para as centrais de distribuição de cidades próximas. Essa energia pode ser comercializada para centrais de abastecimento do Estado.

Para o pesquisador, o principal diferencial do aproveitamento do bagaço da cana é ser uma energia renovável que pode contribuir com a redução na emissão de gases que provocam o efeito estufa.

Atualmente, o Estado apresenta 80 mil hectares de área plantada com cana-de-açúcar. Produzem álcool no Espírito Santo as seguintes empresas: Lasa (em Linhares), Disa e Alcon (Conceição da Barra), Paineiras (Itapemirim), Albesa (Boa Esperança) e Cridasa (Pedro Canário).





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