16/04/2021 11h50

Fungo inédito no inhame e na samambaia é descoberto por pesquisadores do Incaper

Um novo fungo que acomete o inhame e a samambaia preta foi encontrado pela primeira vez no Brasil por pesquisadores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O fungo, classificado como Dematophora bunodes, ocasiona às culturas a podridão mole da raiz, além de uma rápida murcha e morte da planta. A descoberta inédita foi realizada pelos pesquisadores do Incaper, Hélcio Costa e Inorbert de Melo, em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O relato do novo patógeno na literatura traz mais conhecimento sobre a cultura do inhame, que é expressiva para a agricultura do Estado. O inhame ocupa mais de 3.200 hectares no Espírito Santo, gerando cerca de 90 mil toneladas do tubérculo. A área ocupada e a quantidade produzida colocam o inhame entre as quatro principais culturas hortícolas produzidas nas terras capixabas. Já a samambaia preta é cultivada na região serrana e é muito utilizada para ornamentação.

“O produtor deve ficar atento a mais esses sintomas que podem ocorrer no cultivo de ambas as culturas. Caso ele suspeite que a lavoura pode ter sido infectada pelo fungo, pode levar o tubérculo ou a planta afetada para os escritórios do Incaper ou para o Centro de Pesquisa Serrano, para que possamos fazer a avaliação”, orientou Inorbert de Melo.

A detecção de Dematophora bunodes no Estado foi feita no município de Venda Nova do Imigrante e, desde julho de 2015, trabalhos taxonômico clássicos e moleculares foram desenvolvidos para a confirmação do patógeno. O artigo científico sobre a descoberta foi publicado na edição de abril de 2021 da Plant Disease, umas das principais revistas internacionais de Fitopatologia. O artigo completo, em inglês, contém fotos dos sintomas das doenças.

Outras pragas e doenças no inhame

De acordo com o livro do Incaper “Taro (inhame): boas práticas de colheita e de pós-colheita”, o inhame apresenta outras pragas e doenças. Com a expansão das áreas de plantio do o tubérculo no Espírito Santo, conforme cita a publicação, foi observada uma maior incidência de diversas pragas e doenças, causando prejuízos econômicos à cultura, a exemplo do “mofofo” e da “roseliniose”.

Saiba mais sobre a cultura do inhame acessando o livro na Biblioteca Rui Tendinha do Incaper.

Texto: Andreia Ferreira

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Andreia Ferreira
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