25/02/2017 09h00

Ipram trata mais de mil animais marinhos, em seis anos

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) funciona em um local que pode ser definido como quase bucólico: do lado esquerdo de quem entra, uma mata sugere ares de localidade do interior. Já do lado direito, o apito dos trens também reforça essa impressão.

É exatamente nesse cenário que funciona o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram). Desde 2010, o instituto já atendeu mais de 1.000 aves marinhas, em sua maioria pinguins, e cerca de 200 tartarugas. Além desses animais, o Ipram já auxiliou no tratamento e também no resgate de alguns mamíferos marinhos de maior porte, como é o caso do elefante marinho conhecido como Fred, que frequentemente aparece pelas praias capixabas necessitando de cuidados.

Em quantidade, os pinguins são os animais marinhos que mais ocupam o centro de reabilitação para tratamento. Durante o inverno, essas aves típicas do Polo Sul, sobem a costa do Atlântico em direção ao Norte, seguindo correntes marinhas em busca de alimento. Entretanto, nos últimos anos, os pinguins começaram a se aproximar muito da costa do mar, chegando a encalhar nas praias. O Ipram passou, então, a tratar as aves que, depois de reabilitadas, são soltas e retornam ao seu habitat.

Quando não há notícia dos pinguins pelas praias isso significa que eles estão bem. Encontraram alimento longe da costa, podendo voltar para seu habitat natural com segurança.

A recuperação de animais marinhos acontece durante todo o ano. O período de maior trabalho é durante o inverno, quando muitos pinguins e tartarugas chegam ao mesmo tempo no centro de tratamento. O Ipram, entre junho e julho de 2012, chegou a receber mais de 400 pinguins para reabilitação, vindos da Bahia e do Rio de Janeiro.

O médico veterinário e diretor-presidente do Ipram, Luís Felipe Mayorga, alerta para os cuidados que as pessoas devem tomar ao encontrar algum animal nas praias. Há um tratamento diferente para cada espécie. As tartarugas devem ser colocadas na sombra e mantidas úmidas, já os pinguins e outras aves devem ser mantidos secos e aquecidos e nunca devem ser molhados ou colocados em caixas com gelo. Essa é uma orientação importante.  

Mayorga acredita que hoje as pessoas estejam mais conscientes em como reagir ao encontrarem esses animais. “Hoje em dia a população está bem informada. O trabalho das organizações não governamentais (ongs) e dos órgãos governamentais, divulgando informações e conscientizando sobre o assunto, vem ajudando a educar as pessoas”, afirma.

Ele ainda falou sobre como é importante a consciência ambiental de todos. “Jogar lixo nas ruas e em valões acaba prejudicando os animais, pois toda essa poluição vai parar no mar”, disse Mayorga.

Atualmente estão recebendo cuidados 17 tartarugas marinhas; três atobás, aves marinhas que nascem em Abrolhos, na Bahia; e um trinta-réis-das-rocas, ave oriunda do Atol das Rocas, no Nordeste do Brasil. Pela primeira vez essa espécie está sendo tratada pelo Ipram.  A ave chegou fraca e magra, com esgotamento energético, mas após os cuidados já apresentou significativas melhoras.

Convênio

Em 2013, foi estabelecido um acordo de cooperação técnica entre o Iema e o Ipram. Desde então, o Iema colabora com o centro de reabilitação arcando com os custos de funcionamento e manutenção.

Atualmente, o Ipram conta com dois veterinários, três biólogos e três estagiários em sua equipe e ainda com a participação de voluntários.

A estrutura do local utilizada para o tratamento dos animais é composta pela lavanderia, por recintos externos, pela cozinha própria para eles, sala de necropsia, sala de despetrolização (utilizada para limpar os animais marinhos sujos de óleo), o CTI, que é para onde são encaminhados os animais recém-chegados muito debilitados, e a sala de triagem, que é o primeiro espaço onde os animais ficam ao chegarem. De lá, são direcionados para o local mais adequado para serem tratados.

O custo de tratamento dos animais marinhos varia muito, pois cada um necessita de cuidados diferentes. O pinguim consome aproximadamente 1 kg de peixe por dia e possui um custo de 300 reais por mês com medicamentos.

Ipram

O Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos é um centro de reabilitação e pesquisa científica de animais marinhos que foi fundado em 26 de outubro de 2010 e realiza o trabalho de reabilitação de tartarugas, pinguins e outras aves marinhas resgatadas em debilidade.

O Ipram é uma associação civil sem fins lucrativos, que busca a conservação das espécies marinhas. O centro de reabilitação funciona dentro do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) e trabalha em conjunto com entidades governamentais nas esferas federal e estadual.

Serviço

Se um animal marinho for encontrado encalhado na praia, o telefone para resgate é 0800 395005.

 

SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

IEMA - Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Texto: Izadora Roriz

Assessoria de Comunicação

Alvaro Muniz/Tatiana Ronchi

Tel.: (27) 3636- 2591 / (27) 3636-2592 / (27) 9-9977-1012

 

 

 

 

 

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard