23/09/2010 20h28 - Atualizado em 21/01/2019 16h14

Olimpíadas de Libras integra alunos da Escola Oral e Auditiva em Vitória

Os alunos surdos da rede estadual estão tendo uma semana diferente. Desde a última terça-feira (21) eles participam de uma animada competição, que envolve Português, Matemática e Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). A II Olimpíadas de Libras faz parte das atividades da Semana do Surdo, promovida pela Escola Oral e Auditiva/Centro de Atendimento ao Surdo (CAS), de Vitória. O Dia Nacional do Surdo é celebrado em 26 de setembro.

Nesta quarta-feira (22), os alunos estavam ainda mais nervosos com a competição porque se tratava da Olimpíada de Matemática. Mesmo com o auditório em silêncio era possível sentir a energia e a alegria dos alunos que participavam e dos que assistiam. Todas as atividades, segundo o professor de Matemática, Paulo Castro Filho, tinham o objetivo de trabalhar os números e facilitar o aprendizado da Matemática.

A olimpíada também é um momento de integração entre os surdos. Alunos de outras escolas estão participando das atividades. “Nós chamamos alunos de outras escolas para criar esse momento de interação e chamar a atenção para o processo de aprendizagem. Isso incentiva os próprios alunos”, disse o professor Paulo.

As atividades, todas muito visuais, variaram entre compra e venda, tangram (um quebra-cabeça chinês com sete peças, sendo cinco triângulos, um quadrado, um paralelogramo, e o objetivo é formar figuras com as peças sem sobrepô-las), equação, entre outros. O aluno Davi Schimidt, que participou das Olimpíadas de Português e Matemática, estava muito animado com as atividades. “Eu gostei muito das olimpíadas. Gosto de brincar com os números, mas achei as atividades de Matemática mais difíceis”.

Davi Schimidt.

Na terça-feira (21), os alunos participaram da Olimpíada de Português. Os alunos soletraram diferentes palavras em Libras e a cada acerto eles vibravam. As figuras no telão determinavam qual a palavra que o aluno deveria soletrar e quem acertava a datilologia (habilidade de conversar mediante sinais feitos com os dedos) ganhava uma placa verde dos jurados e, os que erravam, uma placa vermelha. Os alunos que se saíram melhor foram Nathalia Oliveira Barbosa da Silva, do nível 1; e Gutierre Nascimento, do nível 2.

A ganhadora do nível 1 de Português do Ensino Fundamental estava muito feliz com a conquista e seus olhos brilhavam. “Eu gostei muito de ganhar. Eu aprendi Libras com meu instrutor, que também é surdo, na escola municipal onde estudo. Também estudo muito em casa, apesar dos meus pais não saberem a linguagem”, afirmou a aluna. O aluno Gutierre, que também foi campeão em 2009, estava muito motivado. “Eu gosto muito de Português e das atividades. Ajudam a desenvolver a inteligência”.

Os alunos que vão participar das Olimpíadas de Libras nesta quinta (23), a partir das 14 horas, estavam muito motivados e treinando em casa. “Esse ano, os alunos estão treinando em casa para as olimpíadas. Tudo isso é motivação. Os surdos têm muita dificuldade em Português. Eles precisam de atividades de incentivo. Com as olimpíadas, a gente consegue incentivá-los ainda mais”, diz a professora de Língua Portuguesa, Marinete dos Reis Ramos.

Na sexta (24), acontece a premiação das Olimpíadas de Libras. Serão premiados os campeões das três modalidades e eles receberão medalhas. “Estamos muito felizes em contribuir, de forma criativa, para o aprendizado desses alunos”, afirmou a pedagoga da Oral e Auditiva, Irani Pimentel Rocha.

As Olimpíadas foram criadas em 2008 com o objetivo de incentivar os alunos a aprenderem Português e Matemática. Segundo a pedagoga, essas são as matérias que eles têm mais dificuldade na escola regular. “Começou como uma brincadeira na aula de Português para incentivar os alunos e eles gostaram muito”.



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Texto: Daniele Bolonha e Lígia Tosta Cardoso
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