Dayanna Neves de Barros Gomes, de 12 anos, gosta muito de ir à escola, mas, teve de se afastar da sala de aula por um problema de saúde. Mesmo internada, ela não precisou abandonar os estudos, graças ao projeto Classe Hospitalar. Além de continuar fazendo os mesmos exercícios que a turma dela, a jovem estudante também tem a possibilidade de participar das mesmas atividades extracurriculares, como o Dia de Leitura, que vai acontecer nesta sexta-feira (30) no Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha, onde ela está internada.

O projeto Classe Hospitalar é desenvolvido por meio de parceria entre as Secretarias de Estado da Saúde (Sesa) e da Educação (Sedu). As professoras Maria da Penha Batista e Rosangela Azevedo de Souza contam que o objetivo é não deixar que os pacientes percam o contato com os estudos, já que muitos ficam internados durante meses. Por isso, logo que o paciente chega ao hospital elas conversam com a família para saber em que escola a criança ou o adolescente estuda e em que série está. Quando possível, a escola envia o material dado em sala de aula para que o paciente desenvolva no hospital com o suporte das professoras.

“Os pacientes fazem exercícios e avaliações que a escola envia e também atividades que nós planejamos. Todos os dias, antes de vir para o hospital, passamos na Escola Estadual de Ensino Fundamental Desembargador Cândido Marinho, aqui em Vila Velha, para fazer o planejamento e o acompanhamento junto com a pedagoga. Essa escola funciona como nossa base”, detalha a professora Maria da Penha, que há nove anos trabalha no Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha.

Para o Dia de Leitura, as professoras prepararam cartazes que mostram os benefícios da leitura, fizeram um marcador de livro para presentear os pacientes e vão pendurar gibis nas árvores que ficam no pátio interno do hospital, onde acontecerão as atividades. Para chegar até essa área aberta, os pacientes vão seguir as “pegadas” que as professoras recortaram em cartolina e vão colocar no chão. Mais uma forma de guiá-los pelo mundo da imaginação.

“Quem se interessar pelos gibis poderá pegá-los e levá-los. Por estarmos em um hospital, precisamos tomar alguns cuidados. Esse tipo de material deve ser de uso individual”, comenta Carolina Dell´Orto e Silva, chefe da Gerência Socioterapêutica do Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha.

Doações

Como em muitos casos o material deve ser de uso individual ou higienizado a cada troca de turma, é gasto muito material nas aulas do projeto Classe Hospitalar. Caixas de lápis de cor e livros infantojuvenis, por exemplo, os pacientes que estão em precaução de contato levam e não podem devolver. Já os jogos educativos costumam ter vida útil mais curto justamente porque precisam ser higienizados com frequência. Quem quiser pode doar esses materiais. Os pacientes agradecem. 

Para eles, concentrar-se numa leitura ou em alguma atividade lúdica ajuda a passar o tempo, a esquecer a dor e até mesmo a abrir o apetite. A mãe da paciente Ana Carolina Andrade Silva Ferreira, de 9 anos,  diz que logo após a cirurgia de apendicite a filha não queria comer nem levantar do leito, mas quando conheceu a sala do projeto Classe Hospitalar ela começou a reagir melhor. “Agora ela não sai daqui”, diz a mãe.

O mesmo acontece com o pequeno Ryan Bastos, 7 anos. A mãe, Graciete Tomáz Bastos, diz que ele ainda não tem firmeza na leitura, e no projeto Classe Hospitalar o filho está tendo a oportunidade de continuar se dedicando aos estudos. A escola municipal em que ele estuda, em Cariacica, está enviando o material para que ele não fique atrasado com relação aos coleguinhas quando voltar à sala de aula regular.

Serviço: Dia de Leitura

Quando: sexta-feira (30), das 9h às 12h

Onde: Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha (Himaba) – Av. Ministro Salgado Filho, nº 918, bairro Soteco.

Doações: livros de literatura infantojuvenil, lápis de cor, giz de cera e jogos educativos. As doações podem ser entregues na Sala da Gerência Socioterapêutica, de segunda a sexta-feira, de 8h as 17h. Mais informações pelo telefone 3636-3191.

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde

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