25/08/2015 14h37 - Atualizado em 16/08/2016 17h39

Fundador de parque em antigo lixão participa de evento no ES

 

Foi ao se incomodar com uma área utilizada para descarte de lixo e entulho que o morador do Vidigal, no Rio de Janeiro, Mauro Quintanilha, começou uma transformação no local. Cerca de 10 anos após o início da retirada de quase 16 toneladas de materiais descartados, o lugar abriga atualmente o Instituto Espaço Sitiê, que vem se mostrando como exemplo de sustentabilidade e inovação.

É para contar essa iniciativa de sucesso que Mauro vem ao Espírito Santo, na próxima quarta-feira (26), participar do lançamento das ações da Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp). Na oportunidade, o fundador e presidente do parque dividirá o palco com o diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Luiz Paulo Vellozo Lucas, para falar sobre as oportunidades que podem surgir em meio ao cenário de crise.

De acordo com a diretora técnica da Escola de Governo, Sylvana Torres, a iniciativa foi selecionada para motivar os gestores públicos que participarão do evento e de formações específicas. “O contexto atual exige que o gestor esteja preparado para as adversidades. É ele que vê o desafio, busca soluções, mobiliza parceiros e estimula um trabalho em conjunto”, disse Sylvana.

Para Mauro, essas são fortes características do projeto que ele vai trazer para os servidores capixabas. “A nossa bandeira é essa, de transformar os problemas em soluções, esse é o nosso foco. É claro que para cada situação há uma maneira de trabalhar, e vamos mostrar como nós conseguimos esses resultados”, completou.

 

Parque Sitiê

 

O espaço onde atualmente está o Instituto Parque Sitiê foi ocupado por cerca de 20 anos por habitações irregulares. Após a área ser desocupada e as casas demolidas, o entulho acabou sendo deixado no local. Com o passar dos anos, os moradores se habituaram a descartar diversos tipos de material ali.

“Era um lixão de aproximadamente 16 toneladas. Tinha pneus, por exemplo. As pessoas compravam geladeiras e fogões novos e deixavam os antigos lá. Era um mau cheiro e eu me sentia muito mal”, conta Mauro. A paisagem, que fazia parte do caminho percorrido pelo morador para poder chegar à sua residência, começou a ser transformada em 2005, quando Quintanilha e o vizinho, Paulo César Almeida, decidiram se unir e iniciar a limpeza do local.

“Usamos cerca de 150 pneus que para fazer escadas. Também aproveitamos o entulho para construir muralhas de contenção da erosão. No primeiro dia fomos nós dois, mas depois foram aparecendo mais pessoas e os voluntários foram multiplicando”, disse.

Durante esse processo, eles receberam a doação de algumas mudas de plantas e iniciaram o trabalho paisagístico. “O local começou a ser frequentado por muita gente, por turistas. Foi uma transformação muito grande e eu jamais pensei que pudesse chegar a essa dimensão”, relembrou. O parque, que começou com uma área de aproximadamente 110 metros quadrados, atualmente está com oito mil metros quadrados.

Além das visitações, o Instituto Parque Sitiê vem ampliando sua atuação. Ele realizou uma oficina de robótica, um curso de educação ambiental, e promove um projeto que ensina sobre questões ambientais nas escolas. Além disso, uma horta foi criada. “Nós percebemos que tirávamos o lixo do local de dia e os moradores voltavam a jogar durante a noite. Por isso, pensamos uma forma de criar esse hábito na comunidade. Tudo o que colhemos nessa horta nós distribuímos entre os moradores”, contou.

 

Reconhecimento

 

O nome do parque surgiu da junção das palavras ‘sítio’ e do pássaro ‘Tiê’, inventada pelo próprio Quintanilha. Em 2012, Pedro Henrique de Cristo, morador do Vidigal e formado em Design de Politicas Publicas, começou a trabalhar com os membros do Sitiê com foco na contenção da erosão, no reflorestamento, na agricultura urbana, na educação e no design do local.

O primeiro resultado dessa parceria foi o reconhecimento do Sitiê como a primeira agrofloresta do Rio de Janeiro, por parte da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal. Essa conquista ocorreu pelo fato de o projeto unir a atividade de conservação ambiental com o cultivo de produtos agrícolas, caracterizado pela horta mantida no local.

No início deste ano ele também foi reconhecido internacionalmente pelo ‘2015 SEED Design Awards’, um dos prêmios de Arquitetura, Urbanismo e Design mais respeitados do mundo. A premiação identifica projetos que, além de apresentarem design diferenciado, respondam de forma efetiva aos desafios sociais, econômicos e ambientais dentro de critérios rigorosos.

 

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