O Governo do Estado publica, nesta quarta-feira (22), no Diário Oficial do Espírito Santo (DIO-ES), o decreto que afirma a utilidade pública, com vistas à desapropriação do terreno onde está localizado o Hospital Estadual de Vila Velha – antigo Hospital dos Ferroviários –, bem como das benfeitorias existentes sobre ele. A medida representa o primeiro passo para que o hospital se torne um bem público, podendo ser integrado definitivamente à rede estadual de saúde.

Atualmente, o Governo do Estado tem somente a posse administrativa do local, o que limita os investimentos no hospital. Com a desapropriação de todo o complexo, que tem uma área total de 3.181,25 metros quadrados (m²), será possível ampliar a capacidade de atendimento e a oferta de serviços à população.

O Hospital Estadual de Vila Velha tem funcionado como retaguarda para a rede estadual de urgência e emergência. Conta com 50 leitos – entre paliativos (08) e clínicos (42) –, 20 dos quais abertos pela atual gestão estadual.

“Até o fim do ano, esperamos disponibilizar neste hospital mais 42 leitos clínicos e cinco salas de cirurgia. Com esse centro cirúrgico, poderemos oferecer aproximadamente mais 7,5 mil procedimentos cirúrgicos eletivos por ano para a população”, detalhou o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, observando que esse quantitativo representa em torno de 10% do total de procedimentos cirúrgicos, exceto os gineco-obstétricos, realizados anualmente na rede estadual.

O secretário disse, ainda, que o objetivo é transformar o Hospital Estadual de Vila Velha em referência para cirurgias eletivas (procedimentos feitos com agendamento), com foco principalmente na área ortopédica. “Porque essa é a nossa maior demanda. O centro cirúrgico vai ajudar a reduzir a fila de cirurgias eletivas. O que estamos fazendo é para ampliar o acesso da população à saúde de alta complexidade”, complementou.

Histórico

O Hospital Associação Beneficente dos Ferroviários da Estrada de Ferro Vitória a Minas, teve sua fundação em 7 de outubro de 1918, tendo sido administrado pela Associação Civil Cidadania Brasil (ACCB), realizando atendimentos assistenciais relacionados às demandas de procedimentos clínicos, ambulatoriais e cirúrgicos de baixa e média complexidade, além de tratamentos destinados a adolescentes, dependentes de crack, álcool e outras drogas.

Em 2006, o Governo do Estado celebrou com a referida Associação um contrato através do qual foram pactuadas metas quantitativas e qualitativas de atendimentos, visando à execução de atividades assistenciais de média complexidade, de alta complexidade, serviços de terapia renal substitutiva, dentre outros.

Porém, diante da identificação de irregularidades na gestão da Associação dos Ferroviários, não foi possível a renovação da contratação. Em 2013, o Hospital foi desativado. Em 2014, foi reaberto.

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