Nesta terça-feira (23) o governador do Estado, Paulo Hartung, esteve em Brasília reunido com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, e na oportunidade defendeu a necessidade de transformar o Museu Mello Leitão, em Santa Teresa, em Instituto Nacional da Mata Atlântica. Durante o encontro o ministro ouviu os argumentos do governador, aprovou a sugestão e disse que fará os trâmites necessários para realizar a mudança. A expectativa é a de que essa transformação aconteça até o final deste ano.

O governador explica que a mudança de Museu para Instituto é importante por conta do período da crise hídrica que o Estado enfrenta. “É uma ação fundamental para avançarmos nas questões ambientais, pois o atual Museu tem como característica a promoção de pesquisas sobre a biodiversidade da Mata Atlântica e, após virar Instituto, será um parceiro ambiental mais forte nas políticas públicas para recuperação das coberturas florestais e de nascentes de rios, por exemplo”, comentou o governador.

Importância

Transformar o Museu Mello Leitão em instituto de pesquisa coloca o Espírito Santo no centro dos principais debates sobre um novo modelo de desenvolvimento que preze a sustentabilidade. A ideia é ampliar o leque de pesquisas ambientais numa relação de parceria envolvendo, principalmente, a academia e outras instituições de pesquisa de todo o mundo.

Entenda o histórico

O primeiro passo para transformar o Museu Mello Leitão no primeiro Instituto Nacional da Mata Atlântica foi sua transferência para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Antes ele estava vinculado ao Ministério da Cultura. O museu de Santa Teresa, criado pelo pesquisador Augusto Ruschi, já é um centro de referência em pesquisa e passará a ser referência nacional para as pesquisas de Mata Atlântica.

Além de ser o primeiro instituto de pesquisa da Mata Atlântica do país, a unidade que será instalada na cidade de Santa Teresa, também será o primeiro instituto de pesquisa nacional localizado no Espírito Santo.

Saiba mais sobre o Museu Mello Leitão

O Museu Mello Leitão, fundado em 1949 pelo naturalista Augusto Ruschi (1915-1986), é uma das principais instituições ligadas ao patrimônio natural do país. Com sede no município de Santa Teresa, o Museu controla duas estações biológicas: Santa Lúcia e Caixa D´Água, localizadas no mesmo município.

Ao longo de sua vida, Ruschi identificou, registrou e catalogou centenas de espécies de animais e vegetais, principalmente beija-flores, morcegos e orquídeas. Teve destacado papel na criação de parques e reservas do Estado, na contenção do desmatamento, e no alerta à população sobre o impacto ambiental dos grandes projetos industriais. Seu valioso acervo científico de plantas e animais tem atraído a atenção de pesquisadores de todo o mundo, e entre suas coleções destacam-se a de beija-flores, com cerca de 1.700 exemplares, a de morcegos, com 1.300, e o herbário, que contém 7 mil plantas para estudo.

As pesquisas científicas são divulgadas no Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, em  revistas nacionais e estrangeiras. Palestras e congressos são organizados como forma de ampliar o alcance dos trabalhos desenvolvidos na instituição.