Mulheres são maioria na Educação do ES
A presença da mulher na educação brasileira não é novidade e representa uma trajetória crescente. E na Secretaria de Estado da Educação (Sedu) a maioria dos servidores são mulheres. Elas representam 76% do total de funcionários que atuam nas escolas e nas sedes administrativas espalhadas por todo o Estado. Atualmente, do total de 19.937 servidores, 15.304 são mulheres.
E para celebrar o dia 08 de março, o “Dia Internacional da Mulher”, que marca um histórico de lutas e avanços das conquistas femininas, as mulheres, que atuam diretamente nas escolas, falaram sobre os desafios de ser mulher e profissional nos dias atuais.
“Vou falar como mulher na função que exerço no meu trabalho”, iniciou Miriam Rogéria Zaneti, diretora da Escola Aflordízio Carvalho da Silva, localizada no Bairro da Penha, em Vitória. “Eu consegui conquistar meu espaço dentro da escola, assim como respeito o dos alunos. Eles encontram em mim uma imagem materna. Eu busco não só exercer minhas funções como diretora, vou muito além, me dedicando a incentivar que cada aluno faça o seu melhor e se torne uma pessoa de sucesso”, contou.
Já para a professora da Escola Estadual Irmã Maria Horta e também do Núcleo de Atividades e Altas Habilidades/Superdotação (Naahs), Margareth Brício, o Dia Internacional da Mulher foi um mero coadjuvante na luta das mulheres. “O nosso espaço está muito mais marcado e estamos nos posicionando muito mais no mercado de trabalho. Hoje temos a liberdade de expressão. Como professora e psicopedagoga, sei que não basta ser só mulher, precisamos ser companheiras dos alunos, incentivadoras, torcedoras de suas vitórias. É um trabalho onde temos um retorno grande, vendo a progressão do aluno, e sinto que tudo valeu a pena. Esse ano foi muito gratificante, pois a maioria dos meus alunos passou em vestibulares”, disse contente.
Não só nas escolas da rede estadual está a presença feminina. Na Sedu Central, 368 mulheres trabalham para que todas as escolas estejam em pleno funcionamento e desenvolvem programas e projetos que inovam e melhoram a Educação no Estado.
Para Mirtes Ângela Moreira Silva, da assessoria de Esporte e Cultura, a palavra mulher tem um significado muito amplo. “A mulher deve ser cuidada e protegida, pois é a partir dela que se inicia uma nova vida. Dela vem o poder de gerar um ser dentro de si e, é ela quem mostra o caminho, dá incentivo e o direcionamento para essa vida que se iniciou. Dessa forma, a mulher tem todo um modo de agir, de ser, de fazer as coisas, se tornando o centro das atenções no mundo”, afirmou Mirtes.
Izanete Borges Fiorotte, que é auxiliar de Serviços Gerais, explicou que para ela, ser mulher é um dom. “Me orgulho de ser mulher, pois esse dom me deu duas filhas maravilhosas. Como mulher, conquistei muitas coisas boas. Trabalho desde os 17 anos e hoje, com 63 anos, graças a Deus consigo resolver tudo sozinha, e em minha vida está tudo certo”, disse.
Já a técnica da gerência do Ensino Médio, Débora Resende Maranhão, afirma que ser mulher é ser multifuncional. “Nós trabalhamos, muitas estudam, cuidam dos afazeres de casa e ainda se preocupam com a criação dos filhos. Por mais que o marido ajude, fica sobre a mulher essa carga. Quando somamos essas ocupações com o trabalho percebemos que não é fácil ser mulher”, explicou.
Dia Internacional da Mulher
A data foi instituída decorrente a greve feita por mulheres que trabalhavam como operárias numa fábrica de tecido, no ano de 1857, situada na cidade norte-americana de Nova Iorque.
Essas mulheres ocuparam a fábrica reivindicando melhores condições de trabalho, salários mais dignos (recebiam um terço do valor pago aos homens) condições de trabalho, redução na carga diária de trabalho para dez horas, pois as fábricas exigiam 16 horas diárias. Elas foram trancadas dentro da fábrica e aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas. Porém, somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que a data 8 de março, passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas, somente no ano de 1975, por meio de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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Texto: Emanoele Rocha