PC e Banco de Olhos do Espírito Santo comemoram parceria de 18 anos
A Polícia Civil e o Banco de Olhos do Espírito Santo (BOES) celebraram nesta terça-feira (27) os 18 anos de parceria. Para isso, foi realizado o tradicional café da manhã no Departamento Médico Legal (DML) para comemorar, também, o dia nacional de Doação de Órgãos, celebrado no dia 27 de setembro.
Prestigiaram o evento o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, a chefe de Polícia, delegada Gracimeri Gaviorno, o superintendente de Polícia Técnico-Científica, delegado Danilo Bahiense, o superintendente de Polícia Especializada, Josemar Sperandio, o diretor médico do Banco de Olhos do Espírito Santo, Abraão Garcia Mendes, a enfermeira coordenadora da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos e Transplantes (CNCDO), Raquel Matiello, além dos funcionários que atuam no DML e também na Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa).
A chefe de Polícia lembrou que ficou encantada quando conheceu o projeto, quando era superintendente de Polícia Técnico-Científica . “Esse projeto só é possível graças à parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, pois a captação de órgãos é um trabalho que depende muito de conscientização das pessoas. Sei que todo mundo aqui está comprometido com essa ideia, pois só quem precisa da doação de órgãos sabe o quanto é importante esse trabalho. Os profissionais do DML estão sempre presenciando os sofrimentos vividos por muitas famílias, porém esse projeto vem nos proporcionando muitas alegrias há 18 anos e levando qualidade de vida para aqueles que dependem da doação de uma córnea”, afirmou.
Em seu discurso, o secretario de Segurança Pública e Defesa Social também fez questão de ressaltar o trabalho desenvolvido pelos profissionais do BOES e da Polícia Civil. “Apesar de a atividade estar ligada a muita tristeza, vocês estão de parabéns por construir um ambiente altruísta, acolhedor e ao mesmo tempo tão profissional. Essa parceria simboliza a esperança, pois vocês estão gerando e contribuindo para a melhora de vida de algumas pessoas. Isso revela um compromisso, seriedade e amor à vida”, destacou.
Durante o evento, a coordenadora do CNCDO agradeceu a parceria com a Polícia Civil e ressaltou a importância da captação realizada no DML. “Nós trabalhamos para que esse transplante seja efetivado e o DML é um grande celeiro. O Espírito Santo é um dos destaques nacionais nessa questão de doação de córneas. Quando um Estado precisa de doação, um dos primeiros bancos que eles recorrem é o daqui. Nós trabalhamos para nossa sociedade, mas também podemos atender os pacientes priorizados de outros Estados, como o caso de uma criança que precisa de uma doação. Quem usa óculos sabe o quanto é difícil ler quando esquecemos os óculos em casa, portanto dar uma nova visão é de fato dar uma nova vida para a pessoa e nós nos orgulhamos muito desse trabalho”, declarou.
Banco de Olhos do Espírito Santo
O Banco de Olhos do Espírito Santo (BOES) foi criado em 1998, por meio de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam) da Ufes, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes ) e o Serviço Social da Indústria (Sesi).
O Banco recebe doações, prepara e distribui córneas para transplante. A pessoa que receberá o tecido ou órgão, entretanto, é listada no Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e aguarda a marcação da cirurgia pelo médico.
De acordo com a enfermeira do BOES Gabrielle Guidoni, das 2168 doações realizadas pela equipe BOES, desde a fundação em 1988, 607 delas foram efetivadas no DML. Ela explicou que o trabalho de conscientização sobre a importância da doação dos órgãos, em especial de córneas, é feito no DML por meio das abordagens realizadas por representantes da Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos, aos familiares das vítimas.
“A conscientização também se estende aos médicos legistas, auxiliares de perícia, peritos papiloscopistas, motoristas e recepcionistas, tendo em vista que esses profissionais são os primeiros a terem contato com os familiares dos possíveis doadores. Por isso, a colaboração e o esforço da equipe do Departamento são de fundamental importância para nosso trabalho, pois agilizando os procedimentos – transporte, necropsia e liberação do potencial doador – obtemos tecidos oculares de melhor qualidade para os transplantes”, afirmou.
A enfermeira informou, ainda, que para ser um doador de córnea basta ter entre dois e 75 anos. “Quem autoriza a doação é um familiar. Atualmente, a fila de pacientes aguardando transplante é de 72 pessoas, por isso a importância do incentivo à doação“, ressaltou.
O BOES funciona 24h/dia no próprio Hucam, na Avenida Marechal Campos, 1355, no bairro Maruípe, em Vitória.
Telefones:
Banco de Olhos: (27) 3335-7106/ 9995-2590
Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos: (27) 3235-1028
Processo de Transplante
Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no Brasil, o transplante só acontece com a autorização, por escrito, de um familiar do doador. Podem ser doados coração, pulmão, fígado, pâncreas, rim, córnea, ossos, músculos e pele.
O paciente que necessita do transplante, chamado de receptor, é aquele que está na lista de espera gerenciada pela Central de Transplantes do Estado. Além disso, ele tem que ser compatível com o doador.
Para ser um receptor, o paciente preenche uma ficha e faz exames para determinar suas características sanguíneas, da estatura física e antigênica (no caso dos rins), acompanhado e orientado pela equipe médica do centro de transplante de sua escolha ou região de domicílio.
Os dados são organizados em um programa de computador. A ordem cronológica é usada também como critério de classificação. Quando aparece um órgão, ele é submetido a exames e os resultados processados ficam à disposição do sistema de classificação de receptores em lista.
O programa faz o cruzamento entre os dados de doador e receptor e apresenta as dez opções mais compatíveis com o órgão. Esse dez pacientes não são identificados pelo nome para evitar favorecimento, somente pelas suas iniciais e números.
O laboratório refaz os exames e realiza outros novos com material armazenado desse receptor. Nesse momento, o receptor ainda não é comunicado. A nova bateria de exames aponta o receptor mais compatível.
O médico do receptor é contatado para responder sobre o estado de saúde do paciente. Se ele estiver em boas condições, é o candidato a receber o novo órgão. A partir de então, ele é contatado e decide se deseja o transplante. Caso o receptor não esteja bem de saúde, o processo recomeça, seguindo a lista estabelecida, rigorosamente.
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