O cenário da pecuária de leite no Espírito Santo foi o tema discutido em mais uma oficina de trabalho do Plano Estratégico do Desenvolvimento da Agricultura Capixaba, realizada na manhã desse sábado (26), no município de Santa Teresa, durante a 4ª edição da Feira Café com Leite. A reunião de trabalho contou com a presença do governador, Paulo Hartung, do secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, autoridades e especialistas no assunto. Todos puderam acompanhar uma palestra com o engenheiro agrônomo Valter Bertini Galan.

O governador do Estado, Paulo Hartung, destacou que o encontro é uma reunião de trabalho para discutir o cenário atual das atividades do agronegócio para estabelecer novos horizontes para o desenvolvimento do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 3). Hartung ressaltou que o foco do Governo Estadual é apoiar e incentivar iniciativas que tenham como objetivo diversificar a agricultura capixaba. 

"Não acredito em improviso e achismo. Se queremos que uma coisa dê certo precisamos organizar e para isso devemos saber onde estamos, analisar pontos fortes e fracos, definir aonde queremos chegar, criar um mapa de navegação e gerenciar passo a passo. Em função do planejamento e gestão tivemos avanços históricos. A realidade é dinâmica e, por isso, estamos elaborando a terceira edição do Pedeag. Estamos realizando os ajustes necessários para identificar os desafios e, principalmente, apontar as potencialidades e oportunidades", destacou Paulo Hartung.

Octaciano Neto, secretário de Estado da Agricultura, comenta a importância da participação do homem do campo nas oficinas do Pedeag 3. “Queremos ouvir os gargalos, prioridades e as soluções para conseguirmos a melhoria do setor da pecuária leiteira no Espírito Santo. Isso tudo vai ser fruto da participação de cada um”.

“O Pedeag 3 vai definir as diretrizes e as estratégias de avanço para a agricultura capixaba. Hoje reunimos aqui em Santa Teresa produtores de leite de todo o Espírito Santo. Essa conversa nos permite conhecer cada dificuldade do setor e assim, poder traçar as diretrizes e as estratégias de avanço para quem vive da pecuária leiteira no Estado”, destaca.

A oficina

Valter Bertini Galan, especialista convidado para debater o assunto, apresentou o cenário da pecuária leiteira mundial, nacional e do Espírito Santo. Segundo Valter, o Estado produz de 143 milhões de litros de leite ao ano, na produção formal e cresce 6% ao ano.

Para Bertini, a questão logística do Estado é muito importante, o Espírito Santo tem um mercado consumidor interessante e está perto de outros estados que valorizam esse mercado, principalmente a Região Nordeste, que é considerado um mercado deficitório.

Segundo Valter, as reuniões de trabalho do Pedeag 3 são ótimas oportunidades de se conhecer as dificuldades das cadeias produtivas. “Quando se escuta os agentes que estão envolvidos, a chance do planejamento estratégico dar certo é muito maior”, comenta.

O produtor fala

Rodrigo José Gonçalves Monteiro, produtor de leite de Jerônimo Monteiro e presidente do Núcleo Capixaba de Criadores de Girolando, acredita que a crise hídrica seja uma das principais dificuldades enfrentadas pelo produtor de leite no Estado. Ele destaca também, o preço elevado dos grãos para alimentação do animal.

O presidente do núcleo destaca uma das possibilidades de melhoria do setor. “Precisamos de um meio de transporte para que esses grãos cheguem com um custo mais baixo no nosso Estado assim, contribuindo para a não elevação da produção”, completa.

“Temos que valorizar o leite produzido no Espírito Santo, e isso só será possível com uma política definida e com o apoio dos outros produtores”, afirma Rodrigo José Gonçalves Monteiro.

A pecuária de leite no Estado

Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) afirmam que o Brasil produz cerca de 35 bilhões de litros de leite por ano e o Espírito Santo produz 473 milhões de litros de leite por ano. Atualmente são 418 mil vacas ordenhadas no Estado, sendo que o consumo é de 172 litros por habitante por ano.

Segundo dados da Embrapa, atualmente o Espírito Santo conta com 14.400 produtores e o município de Ecoporanga é o que tem o maior número deles, e em seguida vem Linhares.

Pedeag

As prioridades e diretrizes para o desenvolvimento do setor agrícola até 2030 estão sendo definidas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em conjunto com produtores rurais e representantes das diversas cadeias produtivas do agronegócio. Até novembro, serão realizadas 52 oficinas de trabalho em todas as regiões do Espírito Santo, que servirão de base para a formulação do Pedeag 3.

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