Saúde reforça benefícios da vacina contra HPV
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recomenda às meninas que ainda não receberam a dose da vacina contra o HPV (papilomavírus humano) que busquem uma unidade de saúde para serem imunizadas. O período de intensificação da vacinação nas escolas terminou, mas a vacina continuará disponível em todos os municípios ao longo do ano.
A referência técnica do Programa Estadual de Imunizações, Martina Zanotti, reforça que a vacina é extremamente segura e eficaz. Ela ressalta que os efeitos colaterais são raros, além de se manifestarem, na maior parte dos casos, de maneira leve e autolimitada (que evolui para cura devido à própria reação do organismo), não deixando nenhuma sequela.
“A maioria das reações é causada por ansiedade associada ao medo de injeção. O benefício compensa em muito o baixo risco de efeitos colaterais, uma vez que a vacina protege contra diferentes tipos de câncer, entre eles o câncer de colo de útero, que causa importante mortalidade em mulheres, geralmente ainda jovens”, detalha.
O Programa Estadual de Imunizações considera baixo o número de meninas que aderiram à vacina contra o HPV no período de 02 de março a 03 de abril, quando houve intensificação da vacinação nas escolas. A meta do Ministério da Saúde (MS) era administrar a primeira dose da vacina em pelo menos 80% do público-alvo nesse intervalo – o que significaria vacinar 69.776 meninas de 09 a 11 anos e 480 garotas e mulheres de 09 a 26 anos soropositivas –, deixando para os demais meses do ano apenas os casos isolados.
Apesar disso, até a manhã desta terça-feira (14), 42.677 meninas na faixa etária de 09 a 11 anos receberam a primeira dose da vacina, o que representa 48,93% do público-alvo a ser imunizado. Quanto ao número de garotas e mulheres soropositivas de 09 a 26 anos vacinadas, o dado ainda não foi informado pelos municípios.
“Ainda estamos muito abaixo do recomendado, mas comparando com a média nacional, que é de 26,17% até o momento, o Espírito Santo encontra-se em situação favorável. Recomendamos que cada município faça sua estratégia para resgatar as meninas não vacinadas ainda e esperamos que no decorrer dos meses cresça a adesão do público-alvo”, comenta Martina Zanotti. Segundo ela, as meninas que comparecerem às unidades de saúde para vacinação não precisam de autorização ou acompanhamento dos pais ou responsáveis.
De acordo com a referência técnica do Programa Estadual de Imunizações, os municípios capixabas que já atingiram a meta mínima de 80% são Vila Valério, Vila Pavão, São Domingos do Norte, Mucurici, Montanha, Iconha, Conceição do Castelo, Anchieta, Marechal Floriano e Boa Esperança. Esse dado é referente à administração da primeira dose em meninas de 09 a 11 anos dessas localidades.
Melhor momento
O HPV é uma família de vírus que causa diversas doenças. Além do câncer de colo de útero, provoca câncer de vagina, vulva e ânus. Existem mais de 150 tipos de papilomavírus humano. A vacina oferecida na rede pública de saúde protege contra quatro deles: dois são responsáveis por 90% das verrugas genitais e os outros dois pelo aparecimento de cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero.
Na maioria das vezes, o papilomavírus humano é sexualmente transmissível e é de fácil transmissão, por isso o ideal é que a vacina seja aplicada antes do início da vida sexual. De acordo com a referência técnica do Programa Estadual de Imunizações, estudos apontam que o melhor momento para administrar a vacina contra o HPV é na faixa etária de 09 a 13 anos. Isso porque nessa fase da vida a vacinação induz o corpo a produzir níveis muito mais altos de anticorpos do que a imunidade natural produzida pela infecção do papilomavírus humano.
Martina Zanotti enfatiza que as meninas de até 13 anos que não receberam a primeira dose na campanha do ano passado devem buscar uma unidade de saúde para ser imunizada. E caso a menina não tenha tomado a segunda dose, poderá ser vacinada mesmo que já tenha completado 14 anos.
Segundo ela, as garotas e mulheres soropositivas de 09 a 26 anos podem receber a vacina no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), que funciona anexo ao Hospital Estadual Infantil de Vitória. Quem mora no interior, pode solicitar a vacina em uma unidade de saúde. Em ambas as situações é preciso apresentar prescrição médica.
Reações adversas
De acordo com a referência técnica do Programa Estadual de Imunizações, reações adversas na aplicação da vacina contra o HPV são raras, mas podem ocorrer reações leves após a vacinação, como dor no local da aplicação, vermelhidão na pele, dor de cabeça, febre, desmaio ou reações alérgicas.
No entanto, o aparecimento de algumas reações pode estar relacionado a fatores como jejum prolongado, medo da injeção, locais quentes e superlotados, permanência de pé por longo período de tempo e fadiga.
Martina Zanotti explica que pode acontecer a chamada reação de ansiedade pós-vacinação, que é passageira. Para reduzir a possibilidade dessa reação, recomenda-se que as meninas sejam vacinadas sentadas e observadas por pelo menos 15 minutos. Se ocorrer qualquer tipo de reação à vacina, a pessoa deve procurar um serviço de saúde.
A referência técnica alerta que a vacina é contraindicada para gestantes, pessoas que tiverem alergia ao princípio ativo ou a qualquer um dos componentes da vacina, e também para quem teve alergia grave após receber uma dose anterior da vacina contra HPV.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde
Jucilene Borges
jucileneborges@saude.es.gov.br / asscom@saude.es.gov.br
Juliana Rodrigues
julianarodrigues@saude.es.gov.br
Ana Carolina Stutz
anapinto@saude.es.gov.br
Juliana Machado
julianamachado@saude.es.gov.br
Texto: Juliana Rodrigues
Tels.: (27) 3345-8074/3345-8137/9 9969-8271/9 9983-3246/9 9943-2776