Acervo de Afetos: exposição voltada para crianças é inédita no Estado
A Galeria Homero Massena abre as comemorações dos 40 anos com uma nova abordagem em seu acervo. Pela primeira vez no Estado, o espaço faz uma curadoria pensada na primeira infância, que pretende levar as crianças e seus familiares para o museu, como uma forma de mostrar que a arte deve fazer parte do cotidiano. É a exposição “Acervo de afetos”, que começa no dia 1º de fevereiro, às 19h. A entrada é franca.
De acordo com a coordenadora de Artes Visuais da Galeria Homero Massena, kyria Oliveira, a exposição traz um novo olhar para o acervo e enfatiza o aprendizado por meio da experiência, empregando a arte como uma ferramenta para estimular a imaginação das crianças com ações educativas. “Pensar em uma exposição cujo público seja criança é voltar para nós mesmos, para um tempo passado que constitui quem somos hoje. Permitir o acesso à arte é uma ação colaborativa na construção de uma educação que inspira habilidades criativas e analíticas para a aprendizagem ao longo da vida”, destaca.
A exposição ‘Acervo de Afetos’ vai buscar na arte naif as representações mais ingênuas para compor seu repertório e construir um primeiro diálogo com a criança por meio dos desenhos, cores e formas. “A arte naif como mote da exposição foi uma escolha natural, uma vez que as obras dos artistas, chamados de primitivistas, ingênuos ou instintivos, se identificam instantaneamente, ou intuitivamente, com a infância. Entre os traços e cores dos artistas Elpídio Malaquias Da Silva, Luiz Natal, Ângela Gomes, Nice e Rômulo Cardozo, somos convidados a imergir em um mundo encantado que nos permite sonhar”, enfatiza Kyria.
Conheça os artistas:
Elpídio Malaquias Da Silva
(Natural de Cariacica, ES – 1919-1999)
Pintor autodidata, se auto intitulava “o inventor da arte” ou “o rei do pavãozinho”, como gostava de ser reconhecido. Desenhava e pintava aves e outros bichos, santos e flores. No período de 1977 a 1983 realizou exposições individuais na Galeria Homero Massena e na Galeria de Arte e Pesquisa da UFES. Participou de várias coletivas, destacando-se na exposição itinerante da Galeria Homero Massena, que percorreu várias cidades do Espírito Santo.
Rômulo Cardozo
(Natural de Cachoeiro de Itapemirim, ES – 1948), pintor, ceramista, decorador.
Em 1970 concluiu a Habilitação em Técnicas Agrícolas, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, na cidade de Belo Horizonte. Em 1979/1980 fez curso de Pesquisa Ornamental no Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Fez também o curso de Técnicas Pictóricas, com Fernando Baril, na UFES. Concluiu a Licenciatura em Educação Artística e Habilitação em Artes Plásticas no Centro de Artes da UFES, no ano de 1982. No mesmo ano, fez outro curso pela Universidade de aperfeiçoamento em Pintura e, em 1983, participou do curso de Desenho-Arte e Educação também pela UFES com Augusto Rodrigues. Participou da Primeira Semana de Arte promovida pela UFES (1983) como ministrante do curso Materiais e Técnicas de Utilização. Em 1989, (Salvador, BA) ministrou curso de extensão de Materiais e Técnicas de Utilização e Papel Machê na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia.
De temática Naif, Cardozo participou de várias coletivas e salões de arte. Premiado na Bienal Brasileira de Arte Naif em 1996, suas obras constam em acervos nacionais e internacionais.
Ângela Gomes
(Natural de Cachoeiro de Itapemirim, ES – 1953)
Ângela Gomes é referência na arte naif do Espírito Santo. Influenciada pela arte de Celina Rodrigues e Raquel Galena. Participou da exposição Coletiva, no Centro de Artes da Barra do Jucu, Vila Velha, em 1978; e na Galeria Homero Massena, Vitória, em 1980 e 1986. Em 1983, começou a desenvolver um trabalho com os portadores de distúrbios mentais internados na instituição Adolfo, que resultou na exposição Arte do Inconsciente. A artista retornou à pintura somente em 1986. Já expôs em espaços como o Salão de Arte da cidade de Porto, em Portugal; o Museu de Arte Contemporânea de Campinas; o Museu Internacional de Arte Naif, no Rio de Janeiro; o Palácio Anchieta – ES; e ainda “IX Festival de Arte Naïf no Mundo”, na Polônia.
Luiz Natal
(Natural de Linhares, ES – 1953), reside atualmente no Distrito de Regência, no mesmo município.
Iniciou seus trabalhos na década de 1970, em Linhares, tendo os primeiros contatos com a pintura pela Artista Nice Nascimento. Participou de exposições coletivas em vários municípios do Espírito Santo, além de Maranhão (1º Salão Maranhense), Rio Grande do Sul (Casa da Cultura de Bagé – 1988), São Paulo (Bienal de Arte Naif em Piracicaba 1990, 92, 94 e 98). Em Vitória, teve seus trabalhos em mostras na galeria Homero Massena (1986 e 2001), na Galeria Levino Fanzeres (1987) e na Biblioteca Central da UFES.
Autodidata, Natal tem como temática o universo da cultura popular e cenas do cotidiano, com utilização de um colorido vigoroso e grande sensibilidade. Independente da temática, o mundo visto pelo artista traz sempre um compromisso com a ingenuidade do olhar de uma criança, sem deixar de lado uma visão crítica e até mesmo política do comportamento humano.
“Trabalho com o que me vem à cabeça, independente da hora. Retrato a folia de reis, o congo, o mar, peixes, navios, tem até um pouco de religião”.
Nice (Nice Nascimento)
(Natural de Vitória, ES – 1938-1999).
Pintora nascida no bairro Caratoíra, de origem humilde - mãe lavadeira e pai verdureiro - iniciou seus estudos na Escola Alberto de Almeida, no mesmo bairro, onde morou até os nove anos. Em 1947, migrou com a família para São Paulo por um período de 10 anos. Nos anos 60, retornou a Vitória, onde trabalhou na Santa Casa de Misericórdia. Teve uma pequena quitanda, mas sonhava em ser cantora de rádio. Participou de programa de calouros, conseguindo posteriormente ter um contrato profissional como Cantora.
Em 1967 iniciou seus trabalhos em pintura, incentivada por um grupo de amigos, executando seus trabalhos nos momentos de folga. Sua temática na época foram fachadas, casarios, brincadeiras infantis e cenas do universo ao redor. Sua primeira exposição ocorreu em 1969, no Museu de Arte Moderna do Espírito Santo.
Com a mudança para Linhares, Nice se apropriou de sua temática mais conhecida – o cacau, seu cultivo e beneficiamento, tudo testemunhado pela artista na fazenda de propriedade da família, a Fazenda do Ouro.
Participou de exposições importantes no Espírito Santo e em outros Estados (Bahia, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Pará, Piauí) e também em Massachussets e Los Angeles, nos Estados Unidos; na cidade de Riviera, no Uruguai; no Setagawa Art Museum, em Tóquio, Japão; e Taipei Fine Arts Gallery, em Taipei, Taiwan.
As obras de Nice, além de fazerem parte do acervo da Galeria Homero Massena, estão também no Museu Nacional de belas Artes, Rio de Janeiro.
Serviço
Exposição: Acervo de afetos
Abertura: 01/02/2017
Horário: 19h
De 02 de fevereiro a 15 de abril de 2017
Segunda a sexta: 09 às 18 horas
Sábado: 13 às 18 horas.
Local: Galeria Homero Massena / Rua Pedro Palácios, 99 - Cidade Alta, Vitória.
Telefone: 3132.8395
Entrada franca.
Texto: Danilo Ferraz
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