16/03/2021 11h30

Agroindústria de polpas de frutas assistida pelo Incaper é a primeira regularizada em Sooretama

Desde o plantio das frutas, passando pelo processamento, até o momento em que as polpas de sucos são comercializadas, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) assiste a agroindústria Dafruta, em Sooretama. A regularização da produção familiar de polpas de frutas é a primeira do município e foi concedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no início de março. A atuação do Incaper foi desempenhada com assistência técnica em todo o trâmite burocrático e legislativo para a regularização da agroindústria. 

Há cerca de 10 anos, os técnicos do Escritório Local de Desenvolvimento Rural (ELDR) do Incaper de Sooretama auxiliam a produção familiar do agricultor Zenildo Valandro e sua esposa Dayana Bada Valandro com técnicas de plantio, manejo, adubação, irrigação, análise do solo entre outras. A propriedade localizada no distrito de Juncado tem um pomar de goiaba, maracujá e acerola.

Para a maior diversificação de sabores das polpas de sucos, a agroindústria recebe de outros produtores frutas como manga, cacau, cajá e graviola. O agricultor participa de uma associação do município e da Cooperativa da Agricultura Familiar de Sooretama, sendo inserido no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) há dez anos. No entanto, sem a regularização para fazer a entrega das polpas direto ao PNAE, o agricultor precisava processar suas frutas em uma agroindústria a 150 quilômetros de distância, em Colatina. 

“Gastava tempo, porque é muito chão para andar e ainda muito dinheiro pagando o processamento. Agora, com a regularização posso vender diretamente para o PNAE. Isso abre novos mercados em empresas e até outras cidades maiores como Linhares e São Mateus. O Incaper foi fundamental nesse processo prestando todo auxílio, principalmente na parte burocrática”, disse Zenildo Valandro.

O extensionista e engenheiro agrônomo do ELDR do Incaper de Sooretama, Lucas Calazans, explicou que o trabalho desenvolvido com o agricultor contempla a adoção do Manual de Boas Práticas de Fabricação. “Nós orientamos a produção familiar no manejo da produção na propriedade, em como o agricultor deve receber a matéria-prima até a comercialização final. Sobre a conquista da regularização, faço um destaque especial ao trabalho desenvolvido pelos colegas do escritório de Sooretama e também para a participação da engenheira de alimentos do Incaper, Mariana Vinha, que ajudou com orientações sobre legislação e muitas outras”. 

O agricultor pode ainda receber frutas de outros cooperados e fazer o processamento para serem transformadas em polpas, fortalecendo, assim, outros agricultores familiares da região no processo de comercialização, afirmou Calazans. “Com a regularização da agroindústria, o produtor fica apto a vender para onde desejar. Se uma grande empresa do município adota a política de comprar somente de fornecedores da região, o agricultor pode fazer a venda, porque é regularizado e ganha ainda mais por ser uma venda direta”, completou.

Abacaxi Vitória será plantado na propriedade

A variedade de abacaxi Vitória, desenvolvida pelo Incaper, será plantada na propriedade familiar do agricultor Zenildo Valandro, em Sooretama. A implantação da cultura faz parte de um projeto de pesquisa do Instituto que será inserido nas próximas semanas e irá destinar boa parte da produção de abacaxi para a agroindústria, resultando em um novo sabor de polpa de suco.

“Estou com boas expectativas com a implantação dessa pesquisa. Nunca plantei abacaxi, mas vou ter por perto os extensionistas e pesquisadores que são a referência para aprender a cultivar”, ressaltou o agricultor.

Texto: Andreia Ferreira

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