06/08/2010 14h20 - Atualizado em 22/01/2019 15h06

Arquivo Itinerante faz atendimento em Castelo neste sábado (07) e domingo (08)

O Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secult), estará presente neste sábado (07) e domingo (08) em Castelo, no sul do Estado, durante a XX Festa Italiana do município, onde vai prestar atendimento aos interessados em conhecer a história dos seus antepassados. 

A equipe do Arquivo Itinerante estará disponível para atender aos interessados em obter informações sobre a história da chegada de milhares de imigrantes que colonizaram o Espírito Santo. Os nomes foram reunidos em uma base de dados informatizada dentro do Projeto Imigrantes Espírito Santo.

Ao todo, já são mais de 50 mil indivíduos catalogados que entraram no Estado a partir de 1812. Outros imigrantes ainda não catalogados estão sendo inseridos na base de dados, à medida em que novos documentos são localizados ou fornecidos pelos descendentes.

Deste modo, os descendentes poderão localizar nas listas de passageiros dos navios que aportaram no Espírito Santo os nomes dos seus antepassados e solicitar a impressão do Registro de Entrada de Imigrante. O documento é impresso com informações pessoais e também referências sobre a origem, viagem, destino, entre outros dados, para cada indivíduo.

As informações auxiliam os familiares na composição do processo para o requerimento da dupla cidadania italiana e também de outras nacionalidades; para a elaboração de árvore genealógica, dentre outros objetivos. Ao mesmo tempo, os familiares poderão colaborar com o fornecimento de novos dados, inclusive fotografias, para complementar os arquivos ou para a inserção de novos nomes ao projeto.

Na oportunidade o APEES também apresentará uma pesquisa resultante do primeiro atendimento do Arquivo Itinerante em Castelo, ocorrido entre os dias 26 e 29 de outubro de 2006. Na ocasião, foram realizados mais de 1.300 atendimentos e impressos 1.032 Registros de Entrada de Imigrante, dos quais 920 eram de italianos.

A partir da solicitação do documento, referente ao antepassado do solicitante, o APEES apurou diversos dados sobre a origem dos descendentes de italianos de Castelo. A pesquisa será exposta junto ao local de atendimento ao público e entregue à associação italiana local. Os interessados poderão saber qual a região da Itália, província, comuna, que mais contribuiu para o perfil dos ítalo-castelenses, entre outros dados.

O Arquivo Itinerante

O escritório móvel do Arquivo Itinerante, instalado em um veículo tipo van, estará aberto para atendimento aos interessados a partir deste sábado (07), no Castelão, o centro de eventos da cidade, onde acontece a festa, organizada pela Società Italiana di Castello. Além de conhecer um pouco mais sobre a história dos imigrantes, os interessados poderão participar do evento, que conta com diversas apresentações culturais como: danças folclóricas, desfiles, corais de músicas tradicionais, comidas típicas, além de reviver os antigos jogos praticados pelos imigrantes como o Tressete, a Mora, a Bòccia, a Maglia, entre outras atrações.

O modelo do Arquivo Itinerante foi desenvolvido com exclusividade pelo APEES e é único no País. A instituição guarda um dos acervos mais ricos sobre a imigração estrangeira no Brasil, com reconhecimento internacional. O Arquivo Público tem publicado diversas obras referentes à colonização e à história do Espírito Santo dentro da Coleção Canaã, inclusive de autores estrangeiros. A versão em PDF dos livros, bem como a base de dados do Projeto Imigrantes Espírito Santo, podem ser acessados nas páginas da internet da instituição nos seguintes endereços: www.ape.es.gov.br e www.imigrantes.es.gov.br.

História

Para a região de Castelo seguiram centenas de famílias italianas a partir do final do século XIX, entre imigrantes de outras nacionalidades, como portugueses, espanhóis e sírio-libaneses, especialmente após a abolição da escravatura. Um caso típico é o da Fazenda do Centro, que recebeu centenas de imigrantes a partir de 1888, para substituir a mão-de-obra escrava e em 1909 foi adquirida pelos padres da ordem dos Agostinianos que prestavam serviços religiosos em Anchieta e na região de Alfredo Chaves.

Na ocasião, o município ainda pertencia à Cachoeiro de Itapemirim e em seu território estavam distribuídas dezenas de fazendas de café, as quais compunham o conglomerado de propriedades cafeeiras do vale do Itapemirim, uma extensão das grandes fazendas do vale do Paraíba, e que se inseriam no contexto da produção cafeeira da região sudeste.

A propriedade da Fazenda do Centro, a maior do Estado, e que chegou a ter um plantel de 600 escravos, foi dividida pelos religiosos em lotes de 10 alqueires e vendida às famílias italianas que se localizavam nas antigas colônias de Alfredo Chaves.

Com os recursos pagos pelos colonos, a congregação pôde sanar o débito contraído pelo empréstimo para comprar a fazenda. O casarão tornou-se então a sede da congregação, onde também passou a funcionar como um colégio para seminaristas. Atualmente, o imóvel está sendo restaurado pelo Governo do Estado, com o apoio local do Instituto Frei Manuel Simon-IFMS. A obra será inaugurada antes do fim deste ano e funcionará como um centro cultural.





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