Assista apresentações de 31 projetos de pesquisa apoiados pela Fapes
Após o primeiro ano de desenvolvimento, núcleos presentes no Espírito Santo apresentaram o andamento de 31 pesquisas, durante seminário virtual realizado entre os dias 19 e 23 de outubro deste ano. O desenvolvimento dos projetos é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O I Seminário de Avaliação e Acompanhamento Parcial foi realizado no âmbito das chamadas públicas, lançadas em 2018, referentes ao Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem) e ao Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex). Entre as pesquisas, ganham destaque as investigações sobre produção agrícola, rochas ornamentais, robótica, biotecnologia, saúde indígena e nanosensores de detecção de dengue, zika e chikungunya.
Segundo a diretora técnico-científica da Fapes, Denise Rocco de Sena, temos passado por situações excepcionais na pandemia no que diz respeito à realização de eventos. “Apesar das dificuldades que podem surgir, o formato remoto dos seminários da Fapes aumentou a facilidade para novos pesquisadores participarem e terem acesso ao conteúdo das apresentações. Além disso, temos observado que alguns seminários tiveram grande participação, o que possivelmente não ocorreria dessa forma em eventos presenciais”, afirmou Denise Sena. Ela complementou que a sociedade capixaba precisa conhecer o trabalho espetacular que os cientistas têm realizado, principalmente aqui no Espírito Santo.
“É muito importante acompanhar o andamento dos projetos apoiados pelos programas desenvolvidos pelo CNPq. Essa aproximação nos permite avaliar as diretrizes dos editais lançados por meio das parcerias com as fundações estaduais, como a Fapes”, declarou o representante do CNPq, Cassiano D'Almeida, durante a abertura do seminário.
Confira a programação e veja os vídeos das apresentações na página da Fapes no Facebook.
Ciência capixaba
A primeira apresentação do seminário dos editais Pronem e Pronex de 2018 foi a do professor Marco Cesar Cunegundes Guimarães, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “A Fapes tem se transformado no grande alicerce para o desenvolvimento da ciência capixaba, uma vez que é muito difícil captar recursos fora do Estado. Sem a Fapes, provavelmente, a ciência capixaba já teria colapsado”, declarou Guimarães.
O objetivo da pesquisa é poder gerar anticorpos contra os vírus da dengue, zika e chikungunya e utilizar nanopartículas de ouro no desenvolvimento de protótipos para detecção de antígenos baseados na presença desses anticorpos. “O núcleo de nanotecnologia trabalha há uma década com a produção de nanomaterial para aplicação biológica”, explicou o professor.
Além disso, o Espírito Santo é o maior produtor de rochas ornamentais do Brasil e, se fosse um País independente, seria o sexto maior produtor do mundo. Devido a essa importância, em Cachoeiro de Itapemirim, está instalado o Núcleo Regional do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), uma autarquia federal. Na instituição, a Fapes apoia o desenvolvimento de simulador de desgaste de pérolas diamantadas utilizadas no corte de rochas ornamentais.
Uma das principais ferramentas necessárias para cortar a rocha e transformá-la em blocos, na pedreira, ou para serrar o bloco em chapas, na indústria, é o fio diamantado. É o que explica o pesquisador do Cetem Leonardo Luiz Lyrio da Silveira, coordenador do projeto. “Trata-se de um cabo de aço protegido por borracha ou plástico, que contém micropedaços metálicos sinterizados, que retêm o diamante e cortam as rochas”, detalha Silveira.
O problema a ser solucionado é a questão do uso mais racional do insumo, com melhorias na operação das máquinas para um processo mais eficaz. “O primeiro passo é a criação e a parametrização de testes em laboratório, para a empresa poder avaliar uma nova liga, por exemplo, antes de aplicá-la”, acrescenta o pesquisador. Segundo ele, o desenvolvimento tecnológico do setor é muito permeado por empirismo, por tentativas e erros, o que acaba gerando perdas de produtividade e de uso de matéria-prima e insumos.
Apoio a núcleos de pesquisa
O Programa de Apoio a Núcleos Emergentes é voltado ao apoio de projetos coordenados, exclusivamente, por pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa ou desenvolvimento tecnológico nível 2 do CNPq. Pelo Edital 23/2018, estão sendo aportados mais de R$ 4 milhões até o fim da execução dos 22 projetos.
Já o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência foi criado para fomentar pesquisas de grupos considerados de alta competência, que tenham liderança e papel nucleador no setor de atuação. Por meio de editais lançados, a Fapes dá apoio a pesquisadores com significativa liderança dentro da área de pesquisa, inserção nacional e internacional e excelência continuada na produção científica e na formação de recursos humanos.
Os projetos apoiados pelo Pronex são coordenados por pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa ou desenvolvimento tecnológico nível 1 do CNPq. No total, estão sendo transferidos R$ 2,2 milhões para cinco núcleos enquadrados como de excelência pelo Edital 24/2018.