Está no Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes), em Vitória, a obra de Tarsila do Amaral, uma das mais importantes artistas do Modernismo brasileiro. A mostra “Tarsila sobre papel”, que tem o apoio do Banestes, fica aberta à visitação até o dia 13 de fevereiro, das 10 às 18 horas, de terça a sexta-feira, e das 12 às 18 horas, aos sábados, domingos e feriados.

Serão expostas cerca de 70 obras gráficas, dos aproximadamente 1.700 trabalhos em papel feitos pela artista. Assina a curadoria da mostra Regina Teixeira de Barros, integrante da equipe de curadores da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Os desenhos compreendem a produção da artista em duas fases do Modernismo – a primeira, com os manifestos Pau-brasil e Antropofágico, e a segunda, período de preocupação com o social. Abrange também anotações e paisagens das viagens internacionais realizadas pela artista nos anos de 1920 e ilustrações feitas para livros.

Ciclo de Palestras

Durante o período da exposição acontece também uma série de palestras que tratam da obra da artista, da influência do Modernismo sobre a cultura brasileira e da arte do desenho.

A primeira delas aconteceu nesta quarta-feira (01), a respeito do tema "Tarsila sobre papel", com a curadora da exposição. No próximo dia 14 será abordado o “Modernismo”, com a palestrante Vera Siqueira; e no dia 15, Lincoln Guimarães fala sobre “A história do Desenho”, enquanto que o “Discurso Modernista” fica por conta de Moema M. Rebouças.

Para finalizar, no dia 09 de fevereiro de 2011, o tema abordado será “Desenho na Modernidade e na Contemporaneidade”, com Fernando Augusto e Ricardo Maurício.

As palestras serão realizadas no auditório do Maes, sempre às 19 horas. Foram abertas 40 vagas para cada uma delas e as inscrições podem ser feitas gratuitamente, com 30 minutos de antecedência no local, ou pelo e-mail maes.comunicacao@secult.es.gov.br.

Sua obra

Os desenhos de Tarsila (01/09/1886) surgiram na década de 1920, em estudos com o mestre Pedro Alexandrino, como uma etapa para o aprendizado de uma arte considerada maior na época: a pintura.

Na década seguinte, ingressou na tradicional Académie Julian, em Paris, e os desenhos de nus passaram a compor sua produção. Em 1923, em estudos abstratos e de tendência geométrica com Lhote, Gleizes e Léfer, mestres cubistas, seus desenhos ganharam expressividade e ganharam autonomia em relação à pintura.

Foi em 1924 que Tarsila encontrou inspiração para o estilo que deu vida a sua obra como um todo, tanto desenhos como a pintura. Em viagens ao Rio de Janeiro e Minas Gerais, encontrou nas paisagens cariocas e barrocas o “Pau-brasil”, que ratratava a cultura brasileira.

Em 1928, sua produção ganha outro rumo. A artista mergulha no próprio subconsciente e, por meio de lembranças de lendas e superstições de sua infância, dá origem à fase antropofágica de sua carreira e do Modernismo.

Com a quebra da bolsa de Nova Iorque, sua família perdeu muito dinheiro e a vida da artista mudou e, junto com ela, sua arte. As preocupações sociais permearam seus trabalhos, o que, no entanto, não foi duradouro.

Tarsila então decide voltar ao que a consagrou como um dos maiores ícones da cultura brasileira, o Manifesto Pau-brasil. Sem o mesmo sucesso, porém, nos anos de 1930 a 1960 trabalhou como ilustradora de livros e jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo, produção praticamente inédita.  

 
Serviço:
Exposição “Tarsila sobre papel”
Data: 30 de novembro de 2010 a 13 de fevereiro de 2011
Local: Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes)
Horário de visitação: das 10 às 18 horas, de terça a sexta-feira, e das 12 às 18 horas aos sábados, domingos e feriados
Mais informações: (11) 3088-4530