Para competir no slam, não é preciso ser rapper, escritor profissional ou artista. O importante é a manifestação por meio da palavra, mesmo sendo só um estudante com o desejo de produzir Literatura. Foi pensando nisso que o coletivo Slam ES criou o Campeonato Interescolar de poesia falada, que chega ao fim neste sábado (20), às 14h, na Biblioteca Pública do Espírito Santo, escolhendo quem irá representar o estado na fase nacional, em Belo Horizonte, durante os dias 2 e 3 de novembro. Cada escola interessada que selecionou o seu finalista, a partir de disputas internas com alunos do ensino médio e ensino fundamental.

O Slam é reconhecido como uma das mais fortes práticas de educação não-formal, por estimular a leitura, a escrita literária e o senso crítico dos jovens. Consiste em uma batalha de poesia microfonada, sem o uso de adereços, figurinos ou instrumentos musicais, devendo ser feita apenas com voz e expressão corporal. Os participantes têm que declamar rimas autorais, em até cerca de três minutos, para depois serem julgados por pessoas escolhidas na platéia.

 Pluralidade poética

Originalmente, não existem estilos, gêneros ou temas pré-definidos nas batalhas, devido às várias linguagens e à diversidade dos participantes, seja em faixa etária, etnia ou classe social. Conforme o movimento foi se popularizando, porém, sobretudo entre os jovens da periferia, a luta contra a repressão e os ataques ao contexto político foram ganhando destaque, contribuindo assim na representatividade das minorias negras, de mulheres, gays, lésbicas e transsexuais. E é por nascer de experiências como essas que a autoralidade é essencial.

As apresentações acontecem em lugares como praças, escadarias e palcos, procurando atrair as comunidades do entorno. O microfone é aberto para todos. Na Grande Vitória, já são ao menos seis grupos ativos que promovem os encontros, entre eles o pioneiro Botocudos, e o organizador da competição interescolar, Slam ES.

A juventude e a poesia

“Descobri que a melhor forma de se expressar é quando deixamos o sentimento conduzir as nossas palavras”, conta a estudante Marcela Ribeiro, finalista da competição pela EEEFM São João Batista, de Cariacica, que escreveu seu primeiro poema cantado aos 7 anos de idade. Também finalista, a aluna Gabriely Siller reconhece o apoio das rimas até mesmo nos obstáculos diários. “Quando pequena, eu era muito tímida, a ponto de passar situações constrangedoras por isso. A leitura me trouxe uma maneira de estar na frente do público” explica. “Então me fez evoluir como estudante, menina e poetisa”, a jovem conclui.

Serviço:

Final do Campeonato Interescolar de Slam capixaba (batalha de poesia falada), organizado pelo grupo Slam ES

Data: 20 de outubro de 2018 (sábado)

Horário: 14h

Local: Biblioteca Pública do Espírito Santo. Av. João Batista Parra, 165, Praia do Suá, Vitória-ES.

Telefone: (27) 3137-9351

Entrada franca.

Texto: Maria Fernanda Conti

Estagiária de Comunicação da Biblioteca Pública do Espírito Santo

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