Palestras e bate-papo com escritores, exposição fotográfica, homenagens aos associados que mais efetuam empréstimos foram algumas das atividades que preencheram a tarde deste sábado (14), no Centro de Convenções de Vitória. O evento, que comemorou três anos da Biblioteca Transcol, foi um presente para aproximadamente mil associados do projeto e contou com a participação dos escritores Zuenir Ventura, Hélio de La Peña e José Roberto Santos Neves.

A Biblioteca Transcol está instalada nos terminais rodoviários da Grande Vitória e é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), a ONG Universidade para Todos e a ArcelorMittal Tubarão.

A apresentação foi em formato de “talk show”. O escritor e jornalista José Roberto Santos Neves, autor do livro “Maysa”, obra capixaba mais emprestada nas bibliotecas, conduziu bate-papos com os convidados, que contaram histórias, falaram de trabalho, jornalismo, amigos, família, livros.

O jornalista e escritor Zuenir Ventura, vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo, se declarou agradavelmente surpreso com a Biblioteca Transcol. “Conheci a biblioteca do Terminal Laranjeiras nesta manhã e tive acesso a excelentes números, como uma pessoa que emprestou 107 livros em um ano. Esses resultados abalam certezas em um País em que se diz que as pessoas não gostam de ler e nos mostram que o que mais falta é oportunidade. Saio daqui com uma ótima impressão”, afirmou Zuenir.

Hélio de La Peña, redator, ator, humorista e autor de três livros, contou sobre a reunião de sete amigos para a produção da revista Casseta Popular, a migração do grupo para a TV, a redação do humorístico TV Pirata, o programa Casseta e Planeta e falou do processo de criação de cada um de seus livros. De La Peña também elogiou a o projeto. “Gostei da ideia de colocar bibliotecas nos terminais. O cara está lá esperando e pode pegar um livro para preencher seu tempo, se enriquecer, aprender”, disse.   

A diretora presidente da Ceturb-GV, Denise Cadete, lembrou a história de sucesso da Biblioteca Transcol, que começou com uma unidade em formato de banca de revista no Terminal Laranjeiras, e hoje tem seis estações, acesso à internet, ar condicionado, mesa de leitura, audiolivros. “O projeto vai crescer ainda mais e até o final de 2010 cada um dos dez terminais do Sistema Transcol terá a sua biblioteca”, informou Denise. 

Desde a inauguração, foram efetuados 117 mil empréstimos de livros pelos 19 mil associados. Os leitores mais participativos, de cada um dos seis módulos, foram homenageados durante o evento. Dentre eles estava a cobradora Silvania Ambrosio de Souza, que em um ano leu 103 livros. “Sempre gostei de ler, mas o projeto deu força ao meu hábito porque facilitou o acesso aos livros. E também levou a leitura para muita gente que não lia”, comemorou Silvania.

Biblioteca Transcol - história de sucesso

O projeto Biblioteca Transcol está inserido em um projeto estruturante do Governo do Estado, chamado "Leia Espírito Santo", que implementa ações de incentivo à leitura e à pesquisa. O objetivo é disseminar o hábito da leitura entre usuários que diariamente passam pelos terminais do Sistema Transcol.

Surgiu da união entre Governo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV); terceiro setor, pela ONG Universidade para Todos e iniciativa privada - a empresa ArcelorMittal Tubarão.

A trajetória de sucesso começou no dia 15 de agosto de 2007, quando foi implantada a primeira unidade no Terminal Laranjeiras, em Serra. Esse módulo foi reinaugurado no final de julho. Além dele, existem outras cinco unidades em funcionamento nos terminais Ibes e São Torquato, em Vila Velha; e Itacibá, Campo Grande e Jardim América, em Cariacica.

A quantidade de livros disponíveis para empréstimo em todas as unidades do projeto é de 8.500 exemplares. O acervo é composto por obras consagradas da literatura nacional e internacional, e também reserva espaço para autores capixabas. As Bibliotecas também contam com computadores que permitem aos associados acesso gratuito à internet banda larga; com audiolivros para pessoas com deficiência visual; além de curtas-metragens capixabas.