20/11/2010 00h47 - Atualizado em 16/01/2019 12h44

Café Conilon capixaba terá selo de qualidade

O café Conilon produzido no Espírito Santo, assim como já acontece com o arábica, terá selo de qualidade. A marca 'Conilon Especial' será concedida aos agricultores que atenderem a uma série de exigências, como a utilização das boas práticas agrícolas e respeito ao meio ambiente. O objetivo do projeto é alcançar novos mercados nacionais e internacionais, e promover a melhoria da rentabilidade na atividade.

A novidade foi anunciada nesta sexta-feira (19) durante o 14° Encontro de Cafeicultores de Vila Valério, realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), juntamente com a Prefeitura Municipal e a empresa Conilon Brasil. O evento teve a presença de cerca de 300 produtores rurais da região, além de técnicos e diversas autoridades, entre as quais o diretor-presidente do Incaper, Evair de Melo, e o prefeito de Vila Valério, Edecir Felipe.

O Projeto 'Conilon Especial’ terá início em Vila Valério, maior produtor de Conilon do Estado. Posteriormente, a iniciativa, pioneira no Brasil, pretende expandir-se para os demais municípios que demonstrarem interesse. A ação é uma parceria entre a Conilon Brasil e o Incaper, a Secretaria de Agricultura de Vila Valério, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sebrae.

Para o diretor-presidente do Incaper, Evair de Melo, alcançar mercados diferenciados é o caminho para aumentar a rentabilidade na atividade cafeeira. “A qualidade é a palavra de ordem atual. É preciso produzir com excelência para alcançar consumidores mais exigentes, que estão dispostos a pagar mais caro por um produto de qualidade”, afirma.

Evair de Melo

Evair citou ainda o Programa de Melhoria da Qualidade do Café, do Governo do Estado. Para ele, os resultados alcançados por meio deste Programa são referência para o Espírito Santo. “Este ano colhemos 250 mil sacas de cafés arábica de qualidade superior. No Conilon, já alcançamos altas produtividades e chegou a vez da qualidade”, completou.

Segundo o engenheiro agrônomo Adelino Thomazini, o Projeto possui três bases: 'Sistema Técnico Produtivo', 'Inteligência Competitiva' e 'Gestão de Marcas'. O Sistema Técnico Produtivo traz um protocolo de boas práticas agrícolas, baseadas na sustentabilidade ambiental, social e econômica. Os produtores serão auditados e, caso atendam a todas as exigências, recebem o selo 'Conilon Especial'. A Inteligência Competitiva visa à divulgação nacional e internacional do Conilon capixaba de qualidade e à busca por mercados diferenciados. A Gestão de Marcas visa a quebra de paradigmas.

De acordo com o engenheiro agrônomo, o 'Conilon Especial' pretende quebrar o paradigma de que o Conilon serve apenas para misturas. “O café que consumimos hoje geralmente é composto por 60% de café arábica e 40% de Conilon, o chamado blend. Acreditamos que a partir da produção de um produto de qualidade, pode-se aumentar a participação do Conilon nos blends e ele pode até mesmo ser consumido puro”, afirma.

Além dos pronunciamentos, durante o encontro os cafeicultores receberam instruções do pesquisadordo Incaper, José Antônio Lani, sobre o manejo da adubação do café, e do engenheiro agrônomo Adelino Tomazini sobre mercado de café.

O Espírito Santo é o maior produtor de café Conilon do Brasil. Com 7,6 milhões de sacas, o Estado apresenta 72% da produção nacional. A produtividade média das lavouras está em 26 sacas por hectare, sendo que alguns cafeicultores já alcançam 180 sacas por hectare.



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