Dezenas de pessoas, entre elas familiares de vítimas, autoridades e especialistas em enfrentamento da violência doméstica, participaram de uma caminhada que chamou a atenção para a importância do combate, denúncia e promoção de políticas na esfera de crimes contra a mulher. O evento aconteceu neste domingo (17) na Orla de Camburi, em Vitória.

A caminhada foi promovida pela Gerência de Proteção à Mulher da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), em parceria com a OAB Mulher, Prefeitura e Câmara de Vitória, OAB e Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica. 

Durante a caminhada, a importância da denúncia de crimes contra as mulheres, que estão previstos na Lei Maria da Penha, e o esclarecimento dos tipos de violência que elas sofrem no dia a dia foram ressaltados. Durante o percurso, entre o primeiro e o quinto quiosque, cartazes com protestos, pedidos de justiça e alertas para o feminicídio foram mostrados. Além da agressão física, também se caracterizam formas de violência a psicológica, sexual, patrimonial e moral. Outro ponto destacado no evento é que o serviço do Disque Denúncia 181 é um grande aliado no combate a esse tipo de crime, uma vez que a ligação não é identificada, assim como o denunciante, que possui o direto de se manter anônimo. 

A subsecretária de Integração Social da Sesp, a delegada Gracimeri Gaviorno, chamou a atenção para a importância da desconstrução do machismo dentro do ambiente familiar, destacando também que, apesar da evolução da legislação, esta precisa ser mais rígida. "Por mais que tenhamos mecanismos de combate à violência e de proteção às vítimas, não conseguimos entrar nos ambientes privados. Por isso precisamos da conscientização familiar. Pais e mães, que criam as crianças e jovens, precisam educar no sentido de que o menino e a menina são iguais", alertou Gracimeri.

A promotora Claudia Garcia, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento da Violência Doméstica (Nevid), do Ministério Público Estadual, também alertou para a mudança de postura familiar. "Nossos meninos precisam entender que a mulher não é uma propriedade. É preciso desconstruir esse lamentável conceito", pontuou a promotora.

Ao final da caminhada, um grande círculo foi formado e uma oração em memória das vítimas foi realizada. Autoridades também conversaram com os familiares.