02/08/2019 15h35

Campanha solidária arrecada doações para projeto de unidade prisional

Uma campanha solidária, realizada pela Defensoria Pública da União no Espírito Santo (DPU/ES), em parceria com o Centro Educacional Leonardo Da Vinci, arrecadou materiais de costura destinados ao projeto Atelier Sonhho de Liberdade/Reabilitarte, desenvolvido na Penitenciária Estadual de Segurança Média I (PSME 1). Dentre os itens arrecadados estão linhas de crochês, agulhas, tecidos e enchimentos de poliéster, que serão utilizados para a confecção dos amigurumis, que são bonecos confeccionados em crochê ou tricô.

A entrega aconteceu na tarde desta quinta-feira (01) e contou com a presença de estudantes e professores da escola, bem como da defensora pública federal, Karina Bayerl e da subsecretária de Ressocialização da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Roberta Ferraz e inspetores penitenciários.

A Defensora Pública Federal, Karina Bayerl, foi quem indicou o projeto para o recebimento das doações. Empolgada com a oportunidade, recomendou o projeto “projeto Atelier Sonhho de Liberdade/Reabilitarte”, desenvolvido na Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana, para o recebimento das doações.

”Iniciativas como a do Centro Educacional Leonardo da Vinci em realizar a campanha em conjunto com a DPU, são muito relevantes. Isso demonstra a preocupação da instituição de ensino com a inserção da temática da ressocialização no âmbito da escola”, ressalta a defensora.

A coordenadora dos Projetos de Campanhas Solidárias do Centro Educacional Leonardo Da Vinci, Dora Sodré, destaca que desde 2011 a escola realiza ações solidárias para diversas instituições. E, neste ano, o foco foi voltado para o sistema prisional.

“A holding Kroton já faz diversos trabalhos assim em unidades prisionais do Brasil e, neste ano, pela primeira vez, incluímos a escola nesse contexto. Consideramos que a campanha pode auxiliar nesse processo tão importante que é a ressocialização de presos.  Escolhemos contribuir com a confecção dos amigurumis devido ao número de crianças e adolescentes que temos na escola. O envolvimento deles foi fundamental para o sucesso das doações”, diz Dora.

Ao todo, 25 alunos voluntários das turmas do 5º, 6º e 9º ano do ensino fundamental e 1ª série do ensino médio, foram responsáveis pela divulgação da campanha. Urnas foram depositadas em vários pontos da escola para arrecadação das doações em dinheiro. Ao todo, R$ 4.011,20 foram arrecadados durante três semanas de divulgação e convertidos em materiais como linhas, enchimento e demais acessórios para confecção dos amigurumis. 

Para a subsecretária de Ressocialização da Sejus, a campanha contribui para o desenvolvimento dos projetos realizados nas unidades prisionais e que visam a inclusão social.

“Nós, como Estado, temos a obrigação de custodiar pessoas que cometeram crimes e que precisam cumprir sua pena pelo delito cometido. Mas é investindo em projetos que oportunizam a qualificação profissional, o estudo ou atividades terapêuticas, que apostamos na capacidade de mudança dessas pessoas e na ressocialização. A ação desenvolvida pela escola será muito bem vinda para a Sejus. Só temos a agradecer”, destaca Ferraz.

Oportunidade de mudança

Diversas unidades prisionais contam com projetos voltados à costura, oportunizando aos internos uma ocupação e aprendizado. O interno Isaias de Oliveira atua no projeto da PESMI desde o início, há cinco anos. Durante a entrega das doações, registrou um agradecimento aos estudantes pelo empenho para a arrecadação dos itens.

“Nesse projeto a gente começa sem saber nada e, aos poucos, vai avançando e vai se desenvolvendo. Essa iniciativa é importante para mim, para minha família, para a direção da unidade e para sociedade, pois nossa produção é sempre destinada a alguma entidade beneficente. Isso nos dá orgulho, porque ao fazer algo positivo para os outros, estamos também fazendo o bem por nós mesmos. Eu expliquei para eles que, infelizmente, me envolvi com coisa errada e que parecia pequena, mas aos poucos, a ferida que isso causa é grande e o resultado é a prisão. A gente não sabia como seria esse encontro, mas saio feliz pela oportunidade e espero que eles, que estão iniciando a vida, mantenham-se sempre em bons caminhos”, destacou Isaias.

 

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