Cartilha preserva conhecimento indígena sobre plantas medicinais
Será lançada, nesta sexta-feira (10), a Cartilha Semeando Saúde – Plantas Medicinais das Aldeias Tupiniquins de Aracruz. O material, organizado pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa), registra a forma de uso, a indicação e o modo de preparo (receitas) de 30 espécies vegetais usadas como prevenção e tratamento de doenças pelas comunidades indígenas de Pau Brasil, Irajá, Areal, Comboios e Caieiras Velha.
O trabalho foi feito a muitas mãos. A coordenadora da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares, Ana Rita Novaes, conta que as informações foram coletadas em inúmeras oficinas realizadas nas aldeias com a participação de mulheres e lideranças da comunidade indígena, profissionais de saúde e estudantes. Foram impressos 4 mil exemplares da cartilha, que serão distribuídos entre a comunidade local.
“Esse material foi feito para o povo tupiniquim. Esperamos que o conhecimento da cartilha possa ser empregado para resolver os problemas de saúde mais simples das comunidades indígenas e, inclusive, ser utilizado pelas equipes de saúde locais após orientação adequada. Esta publicação também pode ser usada como material didático em escolas e unidades de saúde. É um hino à preservação da identidade indígena”, comentou Ana Rita.
Além de coordenadora da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares, Ana Rita é médica, doutoranda em saúde coletiva e especialista em homeopatia, acupuntura, pediatria e medicina geral comunitária. Especialista no assunto, Ana Rita ressaltou que o conhecimento tradicional sobre o uso das plantas medicinais está se perdendo no mundo inteiro, até mesmo entre as comunidades indígenas. Ela comenta que grande parte dos índios passou a se tratar com medicamentos produzidos pela indústria, muitas vezes de forma desnecessária.
“Um dos objetivos da Política de Práticas Integrativas e Complementares é apoiar e fomentar o uso das plantas medicinais de forma segura. Quando fizemos uma primeira aproximação com a comunidade indígena, inicialmente em Comboios, com esse propósito, o cacique e o vice-cacique demonstraram interesse em registrar o uso tradicional das plantas e o trabalho avançou. Muitos índios mais idosos estavam morrendo sem que fosse feito nenhum tipo de transmissão desses saberes aos mais jovens”, destacou Ana Rita.
Além de ter o respaldo da comunidade indígena, o trabalho contou com o apoio da Área Técnica de Promoção da Equidade da Sesa e com a Secretaria Municipal de Saúde de Aracruz. Também teve a parceria de instituições, como do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); de membros da Pastoral da Saúde, da Igreja Católica; do Projeto Tamar; da Emescam e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
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