Controle biológico da broca da cana: alternativa mais barata, saudável e eficiente
Na última semana, 45 mil vespinhas, da espécie Cotesia flavipes, foram soltas no canavial da propriedade do Sr. Anílton Arruda, localizada na área rural de Vila Velha. O objetivo: conter a 'broca-da -cana', uma das principais pragas da cultura, representada por uma lagartinha que inviabiliza o consumo humano e animal da cana-de-açúcar, causando sérios prejuízos aos produtores.
Sr. Anílton Arruda |
De acordo com o pesquisador do Incaper, Itamar Alvino de Souza, a vespa é predadora natural da broca-da-cana, e, por isso, representa uma alternativa mais eficiente, barata e saudável de contê-la, por extinguir a necessidade do uso de agrotóxicos na plantação. “O controle biológico da praga é ideal para os produtores de cana destinada para caldo, já que a bebida requer maiores cuidados com contaminações”, afirma.
A vespa é predadora natural da broca-da-cana |
Em Vila Velha existem 68 hectares de área plantada com a cana, sendo que quase sua totalidade é destinada para caldo. Por isso, uma parceria entre Incaper, Prefeitura Municipal, Sindicato Rural de Vila Velha e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tem estimulado o uso da vespa no controle da broca.
Lagarta responsável pela broca-da-cana |
O Incaper viabiliza a aquisição das cotesias, realiza a soltura das mesmas nas propriedades e presta assistência técnica aos produtores rurais. Cada copinho contendo 1.500 vespas custa R$4,00 reais. Segundo Itamar, para combate da broca são necessários quatro copos por hectare de plantação, ou seja, 1 copo a cada 50 metros.
O técnico do Incaper orienta o dono da propriedade. |
A soltura deve ser feita no início da manhã ou no final da tarde, quando a incidência solar está mais branda. “O sol impede que as vespas se espalhem. Além disso, se estiver chovendo, a recomendação é que o produtor conserve o material na geladeira até a estiagem”, afirma Itamar.
A soltura das vespas deve ser feita no início da manhã ou no final da tarde |
O produtor rural, Anílton Arruda, que conheceu o controle biológico da broca da cana por meio da instrução de Itamar, está ansioso para controlar a praga. “Atualmente 'jogo fora' 30% da produção por causa da broca. Esta praga me causa problemas desde o início da plantação, há seis anos. A minha esperança é a vespa”, afirma.
O controle biológico da broca da cana é feito trimestralmente, conforme um calendário existente. Hoje, em torno de dezesseis produtores de base familiar fazem parte desse calendário.
Paula Varejão
Assessoria de Comunicação do Incaper
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