CRAS de Iconha vira pronto-atendimento para vítimas da chuva na região
Para garantir o atendimento à população do município de Iconha e região, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade foi transformado em pronto-atendimento. A iniciativa foi realizada pela Secretaria da Saúde (Sesa) e outros órgãos de gestão estadual e municipal.
O CRAS é um dos locais da cidade que contam com ampla estrutura física para a realização dos atendimentos básicos necessários, além de água e energia elétrica, desde a noite da última sexta-feira (17), quando uma forte chuva atingiu a cidade e deixou dois dos três andares do Hospital de Iconha inundados, resultando na danificação completa do pronto-socorro municipal que funciona no local.
O hospital funcionava como pronto-atendimento, além de internação de baixa complexidade. Por dia, eram realizados uma média de 70 consultas com médico generalista, cerca de 10 consultas em pediatria, três em ginecologia-obstetrícia, e 57 atendimentos clínicos. A unidade também contava com um médico de plantão 24 horas.
São 28 leitos clínicos além da realização de pequenos procedimentos. Por ficar ao lado da BR-101, atende um número considerável de acidentados.
Além disso, das cinco unidades básicas de saúde que funcionam na região, quatro foram atingidas pela enchente e estão totalmente destruídas.
“Montamos um pronto-atendimento em uma unidade do CRAS, um local de bom acesso e com boa estrutura para o atendimento. Estamos com uma boa equipe de plantão com médicos e enfermeiros, além de uma sala de vacina. Também contamos com uma equipe de remoção em ambulância de suporte avançado”, destacou o superintendente da Saúde da Região Sul, José Maria Justo.
Também foram atingidas pelas fortes chuvas as cidades de Alfredo Chaves e Vargem Alta, porém, em ambos municípios, os pronto-atendimentos estão em operação.
De acordo com Neio Lúcio Fraga Pereira, da Secretaria da Saúde (Sesa), na noite deste domingo (16), foi realizada uma reunião com a coordenação da Atenção Básica e agentes comunitários de Saúde para realização do planejamento de atenção aos pacientes acamados, crônicos e de saúde mental da região. “Para atendimento a esses pacientes serão realizadas visitas domiciliares e o fornecimento de medicação e insumos necessários para a manutenção dos devidos tratamentos”, disse.
Já na manhã desta segunda-feira (20), a equipe da Sesa se reuniu com a equipe da Atenção Primária à Saúde e da Vigilância em Saúde para organizar a atenção. A ideia, de acordo com José Maria Justo, é que cada equipe defina nominalmente os pacientes que foram afetados pela enchente e que fazem uso contínuo de algum medicamento. “Isso para que possamos, o mais rápido possível, restabelecer as terapias, já que esses tiveram seus tratamentos interrompidos”, destacou.
Solidariedade
Os trabalhos para atendimentos em saúde na região estão sendo realizados em parceria com os municípios da região. A cidade de Piúma, por exemplo, disponibilizou equipes de atenção básica, equipamentos, medicamentos e ambulâncias.
Já o Ministério da Saúde envia ao Estado, nesta segunda-feira (20), uma equipe técnica e três kits, de 520 quilos cada, com medicamentos e insumos para a realização de atendimentos na Atenção Básica.
“Além dos kits do Ministério da Saúde, recebemos muitas doações de medicamentos e recuperamos alguns que não se perderam no desastre. Com esse estoque estamos atendendo as pessoas os que chegam na estrutura que montamos e, em breve, iniciaremos a reposição para os pacientes afetados”, disse José Maria Justo.
O superintendente destacou ainda que não há retenção de pacientes das cidades atingidas na estrutura montada no CRAS. “Todos os hospitais da região, de maior a menor complexidade, estão de prontidão para atender todas as solicitações de transferências que solicitarmos a partir daqui”, explicou.
Ele destacou ainda que vários setores estão ajudando nesse processo de restabelecimento da região. “Vários são os atores que estão ajudando nesse momento: gestores municipais de Saúde estão disponibilizando medicamentos, insumos e trabalhadores; a Sesa tem apoiado na gestão e coordenação das ações com equipe especializada; e o Ministério da Saúde com suporte também de medicamentos e equipe técnica especializada”.
Alfredo Chaves e Vargem Alta
Na cidade de Alfredo Chaves, José Maria destacou que a partir desta terça-feira (21), toda estrutura de saúde estará pronta para atender em quase sua totalidade.
Já em Vargem Alta, apenas uma unidade de atenção psicossocial foi afetada pelas fortes chuvas.
Farmácia Cidadã Estadual
A Farmácia Municipal de Iconha, onde são distribuídos os medicamentos da Atenção Básica e também os de alto custo fornecidos pelo Estado (Componente Especializado da Assistência Farmacêutica), também foi inundada e ficou completamente destruída. Toda a medicação armazenada no local foi perdida.
No entanto, a gerente da Assistência Farmacêutica da Secretaria da Saúde, Gabrieli Fernandes, informou que a representante faz a retirada semanalmente (sempre às segundas-feiras) dos medicamentos na Farmácia Cidadã Estadual de Cachoeiro de Itapemirim, o que permite saber exatamente o que foi encaminhado ao município e o que foi perdido.
Gabrieli Fernandes destacou que, no momento, os medicamentos termolábeis (que devem ser armazenados de acordo com a temperatura informada pelo fabricante) estão sem condições de armazenamento, pois as geladeiras para acondicionamento foram perdidas. Dessa forma, não há como fornecer esses medicamentos aos pacientes por enquanto, mas profissionais da Gerência Estadual de Assistência Farmacêutica (Geaf) vão trabalhar junto ao município para providenciar novos equipamentos.
“Os demais medicamentos serão disponibilizados à população na unidade da Farmácia Cidadã Estadual de Cachoeiro de Itapemirim, para aqueles usuários que conseguirem se deslocar até o município. No caso dos usuários que não tiverem uma forma de deslocamento, a Gerência avalia os casos individualmente para verificar a melhor forma de atendimento”, explicou, reforçando que a Farmácia de Cachoeiro está à disposição para realizar os atendimentos aos usuários de Iconha.
Já em Alfredo Chaves, a gerente informou que não houve perda de medicamentos, pois o local onde os pacientes fazem a retirada dos insumos fica no segundo andar. No entanto, a Gerência de Assistência Farmacêutica (Geaf) está avaliando os medicamentos termolábeis, já que o município ficou sem energia elétrica por 12 horas.
Em Vargem Alta, segundo o superintendente da Saúde da região sul, José Maria Justo, as equipes de saúde estão trabalhando para identificar os usuários de medicamentos de uso contínuo para restabelecer, o mais rapidamente possível, a continuidade dos tratamentos.
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