Dia do Psicólogo relembra importância da saúde mental em meio à pandemia
Ser psicóloga da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo (PCES) é sinônimo de saber como lidar com situações inesperadas e como atender a profissionais que se arriscam diariamente pela vida do cidadão. Nesta quinta-feira, dia 27 de agosto, a homenagem da Polícia Civil capixaba se dirige àquelas que atuam para garantir a saúde mental de todos os nossos profissionais que atendem a vítimas fragilizadas pela violência, sempre com ética e expertise.
As psicólogas que atuam na Divisão de Promoção Social (DPS) da PCES têm como papel atender os policiais civis e familiares. A partir dos projetos “Saúde do Trabalhador”, “Meu Parto”, “Programa de Reflexão para a Aposentadoria”, “Coral Domingos Martins”, “DPS Itinerante”. No atendimento clínico, a equipe de psicólogas da DPS acompanha, diretamente, a saúde mental do policial civil. É o caso da policial civil e psicóloga Tereza Borges, que está na PCES há seis anos.
Além do estresse cotidiano, a pandemia trouxe ao policial um inimigo invisível, um novo motivo para se preocupar com a vida de quem está ao seu redor: o novo Coronavírus (Covid-19). Segundo Tereza Borges, a pandemia trouxe uma preocupação redobrada aos profissionais da segurança pública. “Neste momento de pandemia, eles estão ainda mais expostos a riscos e sofrem com preocupações com a sua família e com o trabalho, que já é tenso por si só. Na pandemia, a preocupação é amplificada”, afirmou a psicóloga.
Para auxiliar os policiais civis capixabas, além de fornecer máscaras, EPI's (Equipamentos de Proteção Individual) e álcool em gel, a DPS continuou com os atendimentos clínicos on-line e montou a campanha “O que me faz bem?”, com a proposta de valorizar as atitudes de autocuidado. “Angústia e preocupação serão sentidas por todos neste momento de pandemia, mas para aliviar esse sofrimento cada um vai encontrar uma forma, pois é algo particular. Portanto, o que cada profissional precisa fazer é encontrar formas que o deixam tranquilo. O projeto surgiu para o policial compartilhar com os colegas o que faz para ficar bem consigo mesmo, seja com atividade física, leitura, meditação ou música, e nós da DPS continuamos à disposição de cada um deles nesse momento”, comentou Tereza Borges.
O quadro de profissionais de Psicologia na PCES, atualmente, é composto por seis mulheres. Elas são divididas no trabalho interno, na DPS, e no âmbito externo, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle) e na Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam).
A psicóloga Marcela Rohr está lotada na DPCA há seis anos, trabalhando no atendimento às crianças e aos adolescentes vítimas de crimes diversos e, por vezes, fazendo atendimentos espontâneos à população. “Meu trabalho é desenvolvido ao lado de uma assistente social. Juntas, nós fazemos o primeiro e o último contato da vítima na delegacia, para entendermos em que contexto social e psicológico ela se encontra. Em muitos casos, ela não consegue dizer em palavras aquilo que viveu ou o que está sentindo, mas demonstra seus pensamentos de outras maneiras. É nesse contexto que tentamos entender a dinâmica da violência social e psicológica que ela vive”, explicou.
A psicóloga conta que o trabalho dentro de uma delegacia é intenso e que a intervenção da psicologia dentro de um caso vai inferir na forma como a vítima será vista. “Por isso, é necessário que uma boa psicóloga tenha um olhar profissional e ético, além de permanecer em constante estudo da psicologia. Lidamos com vidas de crianças e adolescentes fragilizados pela violência. Houve casos em que mães chegaram até nós para entregarem seus filhos, pois não tinham para onde ir. Nesse momento, precisamos ser profissionais para acolhermos a situação e resolver da forma mais ética que podemos”, relatou. Marcela Rohr contou ainda que o trabalho dentro da delegacia sempre exigiu um cuidado para com as vítimas. Mas, nesse momento de pandemia, o cuidado foi reforçado para a segurança de todos. “Nós entregamos máscaras e álcool em gel para aquelas vítimas que chegam até nós desprotegidas e as orientamos, seguindo todos os protocolos de segurança”, disse.
Para Tereza Borges, a formação na Acadepol é um diferencial das psicólogas da PCES, pois assim elas entendem dores e realidades que os agentes de polícia, investigadores, delegados ou peritos vivem diariamente. “Muitos, inclusive, nos perguntam se somos policiais civis, pois isso faz a diferença na forma como eles nos olham e se abrem”, destacou.
Marcela Rohr complementa que o psicólogo agrega à instituição um olhar novo, mais empático e de compreensão do sujeito enquanto ser social. “Temos dias bons e dias ruins, mas estamos sempre trabalhando para garantir que todos sejam acolhidos, sejam policiais civis ou vítimas”, concluiu.
Texto: Fernanda Pontes
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