28/07/2010 12h00 - Atualizado em 24/01/2019 12h12

Dia Mundial de Luta contra as Hepatites: maioria dos portadores desconhece que tem a doença

Pelo menos a metade dos portadores das hepatites B e C desconhecem a forma como adquiriram o vírus e, em geral, nunca tiveram qualquer sintoma. Por este motivo, no Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, instituído nesta quarta-feira (28) pela primeira vez pela Organização Mundial de Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio do Programa Estadual de Hepatites alerta para a importância da realização do exame para detectar a doença (que acomete o fígado) e para a vacinação.

O exame ou o teste para detectar as Hepatites pode ser feito nas unidades de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), ambos administrados pelos municípios. Especialmente nesta quarta (28) será realizado o teste rápido para a Hepatite C na Santa Casa de Misericórdia de Vitória. Em alguns municípios e nas Regionais haverá programação educacional visando à conscientização para o problema.

Dados

Segundo o médico da Sesa, Moacir Soprani, no Espírito Santo estima-se que 1,5% da população é portadora de hepatite C, enquanto, de acordo com o último inquérito epidemiológico feito no Estado, 2% possuem o vírus da hepatite B. Já, de acordo com as notificações recebidas pela Secretaria, foram registrados, no ano passado, 978 casos do tipo B, agudos ou crônicos, e 181 do tipo C.

“Ainda assim, há subnotificação e, portanto, os registros podem não representar a realidade da doença no Estado. Por isso, a realização dos exames é tão importante”, esclarece o médico. As hepatites são infecções do fígado causadas por vírus que são representados por vários tipos: ‘A’, ‘B’, ‘C’, ‘D’ e ‘E’.

Segundo Moacir Soprani, as hepatites B e a C são as mais graves por evoluírem para formas crônicas. A primeira, por apresentar menos chances de cura.  “Esses são os tipos que evoluem para a forma crônica da doença e podem também levar a complicações como cirrose e até mesmo câncer no fígado”.

Tipo B

O vírus do tipo B da doença é transmitido por contato sexual e por sangue contaminado. Os sintomas podem aparecer no período de quatro semanas a seis meses depois de a pessoa ser infectada pelo vírus e geralmente são perda de apetite, febre, mal-estar e fadiga, mas tem cura em 95% dos casos.

Há ainda a vacina. Ela é gratuita para todas as pessoas menores de 20 anos e ainda para grupos de risco como portadores de hepatite C, HIV, anemia falciforme, hemofílicos, manicures, pedicuras, pessoas que receberam transfusão de sangue, entre outros.

No entanto, a procura pela vacina entre os adolescentes com idade entre 15 e 19 anos é baixa. “Temos apenas 40% das pessoas nesta faixa etária imunizadas contra a doença. É importante que estas pessoas procurem os postos de saúde municipais para receber a vacina e ficarem livres da doença. São necessárias três doses”, alerta o médico.

Grave

Já o tipo C da doença é considerado o mais perigoso. Não há vacina e as chances de cura são de cerca de 50% dos pacientes que necessitam tratamento. Os que não evoluem para a cura são portadores do vírus e geralmente sofrem lesões no fígado que podem evoluir para doenças mais graves. A prevenção, de acordo com Moacir Soprani, é a melhor forma de se proteger contra a doença.

“Como a transmissão é feita por meio de sangue contaminado e não há vacina para este tipo de hepatite, o melhor é evitá-la. Para isso, é preciso não ter contato com sangue contaminado, tomando os cuidados com materiais como alicates de unha, lâminas, barbeadores, escovas de dente, agulhas e seringas compartilhadas e materiais cirúrgicos”, explica Moacir Soprani.

Além disso, como a doença é silenciosa e os sintomas geralmente são leves, o médico reafirma a importância da realização da testagem. “A maioria dos portadores do vírus da hepatite C não sabe que está contaminado. Além de favorecer a propagação do vírus, as chances de o tratamento dar certo dependem do diagnóstico precoce”.



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