A Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa) registrou, nesta quinta-feira (02) aumento de 40% na oferta de jiló em seu Entreposto Central, em Cariacica, em relação à última quinta-feira, 26 de agosto. A oferta de hoje foi de 22 mil quilos, contra 16 mil quilos registrados na semana passada. A empresa é vinculada à Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).

A hortaliça esteve cotada nesta quinta-feira (02) ao preço médio de R$ 0,57. Duas qualidades de jiló são encontradas na Ceasa: o verde, de formato mais arredondado, e o branco, mais comprido. Ambos possuem o mesmo valor de mercado. Em 2009, foram comercializados 4,5 milhões de quilos de jiló nos pavilhões da Ceasa, com grande oferta entre maio e agosto. Já em 2010 o montante comercializado chega a 2,8 milhões de quilos, entre os meses de janeiro e agosto.

Para Josimar Brandt, produtor rural em Caramuru, Santa Maria de Jetibá, a cultura do jiló é simples e o mercado é certo. “Eu trouxe aproximadamente 1,4 mil quilos e nossa produção, que é familiar, está crescendo desde julho. Temos sete mil pés da planta e é um bom negócio. Além disso, consumimos jiló em nossa casa, refogado com ovo ou cozido e servido em espetinhos”, lembra.

“Que nem jiló”

“Ai quem me dera voltar / pros braços do meu xodó / saudade assim faz doer e amarga que nem jiló.” Imortalizado na letra dos compositores Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, a música reforça a má fama da hortaliça. Rejeitada por pessoas que sequer conhecem seu sabor, mas o evitam por sua reputação de fruto amargo, o jiló é considerado popularmente ingrediente de qualidade e paladar inferiores.

Para valorizar o fruto e incentivar seu consumo, o festival Comida di Buteco, de Belo Horizonte (MG) elegeu o jiló como estrela deste ano, escolhendo o melhor prato elaborado com o fruto. Os mineiros abusaram da criatividade em receitas como costelinha de porco com jiló na manteiga de garrafa, vinagrete de jiló, enroladinho de frango com pasta de jiló, farofa de jiló, jiló empanado, capaccio de jiló e até chips de jiló. O vencedor apostou numa mistura de carne de boi com molho de cerveja preta, purê de mandioca com queijo e jiló na chapa com linguiça. O festival e a crescente procura pelo fruto chegou a elevar os preços do jiló na Capital mineira para R$ 2,50 o quilo.

Semelhante à berinjela, embora muito menor, o fruto pode ser cozido, frito ou recheado com carne moída e bacon. Uma boa forma de tirar o sabor amargo é fazê-lo frito, empanado com fubá. Nos bares capixabas é comum encontrar jiló cozido ou servido em tortas simples, com sardinha ou repolho. A fruta é fonte de vitaminas (A, C e do complexo B) e sais minerais, como magnésio, cálcio e ferro.

Dica: Torta de jiló

Ingredientes
2 kg jiló
½ kg carne moída
4 ovos de galinha
50g cebola (cabeça)
Cebolinha verde picada

Preparo
Descascar o jiló;
Cozinhar o jiló e a carne moída em vasilhas separadas, com sal a gosto;
Escorrer o jiló para retirar toda água;
Misturar o jiló, a carne moída e dois ovos batidos formando uma massa;
Preparar uma vasilha para assar, umedecendo com azeite;
Coloque a massa preparada, corte cebola em rodelas e coloque por cima;
Bater mais dois ovos em neve e cobrir a massa;
Assar em fogo baixo por mais ou menos 30 minutos.