Produtores, técnicos e empresários estiveram reunidos, nesta quinta-feira (29), em São Mateus, no Norte do Estado, durante o I Simpósio do Coco Verde, realizado pela Prefeitura em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). O evento contou com as presenças do secretário de Agricultura, Enio Bergoli e do presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Evair de Melo.

O objetivo é fomentar o plantio de coco anão no município, que já é o primeiro produtor da fruta no Estado, mas deve se tornar um destaque nacional com a implantação de duas grandes unidades de envase de coco na cidade: a Amacaco, do grupo Pepsico, que já atuava na cidade e a D'Martins, que tem parceria com a Wow, uma das mais importantes fábricas de sucos do Brasil.

Para atender à demanda destas duas empresas, o município e cidades vizinhas, precisarão aumentar a produção de coco verde.

“Nós já tivemos 15 mil hectares de área plantada de coco no Espírito Santo, em 2002 e hoje temos cerca de 10 mil hectares. Com as duas empresas instaladas em São Mateus será aberta  uma perspectiva econômica num raio de 150km, para vários municípios vizinhos, inclusive o Sul da Bahia, para revigorar esse polo”, destacou Enio Bergoli.

Ainda de acordo com o secretário, os produtores capixabas estão muito limitados ao mercado de verão, o que gera dificuldade de comercialização no período que vai de março a setembro. Isto deverá ser resolvido com a implantação das duas agroindústrias que vão gerar mercado o ano todo.

O presidente da Associação dos Produtores de Coco do Espírito Santo, Pedro de Martins, falou sobre a situação atual. "Em termos de Brasil, nós temos atualmente uma demanda de quase um milhão de litros de água de coco por mês, sendo que o mercado cresce de 15% a 18% ao ano. Então se nós aguardarmos de 3 a 4 anos, vamos chegar a 50%".

No simpósio, produtores que plantam coco, ou têm interesse em entrar no ramo, receberam informações relevantes em palestras ministradas por técnicos do Incaper, Seag e das próprias empresas instaladas em São Mateus. Bancos que dispõem de recursos para crédito agrícola também estiveram presentes orientando os agricultores.

Coqueiro anão

A cultura do coqueiro anão no Espírito Santo data da década de 60, quando houve interesse em atender ao consumo de água de coco no litoral capixaba. A partir da década de 90, o cultivo comercial cresceu, atingindo municípios do Litoral Norte.
A estimativa atual é de existem 10 mil hectares de área plantada, atualmente, com uma produção anual de 100 milhões de frutos.

A Seag está atenta à cultura do coco anão com a entrada de empresas processadoras no norte capixaba. Para isso vai propor ações de desenvolvimento, como incentivar a organização dos produtores, desenvolver pesquisas com ênfase em irrigação e nutrição, capacitar técnicos e produtores, contribuir com aquisição e repasse de mudas, entre outros.