01/12/2010 21h09 - Atualizado em 16/01/2019 12h46

Especialistas discutem as oportunidades e os gargalos capixabas para exportação

“Tudo aponta que o Brasil será o grande fornecedor de alimentos mundial no futuro. Temos terra, clima e ciência e tecnologia. Precisamos apenas remover algumas barreiras para desenvolver ainda mais o setor”, afirmou o secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli, durante a abertura do 38° Seminário do Agronegócio para Exportação - AgroEx, em Linhares nesta quarta-feira (01). O Seminário, que roda o País levando aos agricultores informações importantes para aumentar a participação brasileira nas exportações, trouxe ao Estado profissionais renomados para discutir as principais oportunidades e desafios do Espírito Santo para conquistar novos mercados no mundo.

Segundo Enio Bergoli, o valor bruto da produção agropecuária capixaba gira em torno de R$ 4,5 bilhões, e o Espírito Santo exporta mais de R$ 2,5 bilhões em produtos referentes ao agronegócio. Isso demonstra que o Estado exporta em valor mais da metade do produzido em matéria-prima, o que é um panorama bastante positivo.


Entretanto, segundo o secretário, é preciso corrigir alguns gargalos para que o Estado continue se desenvolvendo, como logística, infraestrutura e barreiras tarifárias e não-tarifárias. “Exemplos disso são o mamão e o pescado capixabas que são escoados pelo Rio de Janeiro, devido a falta de logística no Estado.

Enio Bergoli

Outro caso é o café solúvel brasileiro – que é composto principalmente de café Conilon, principal produto capixaba - que recebe tarifação em 9% no mercado europeu. Além disso, sofremos com barreiras sanitárias no mercado externo, que alega a presença de pragas e doenças”, disse ele.

“O Brasil pode estar ofertando 20% de tudo o que o mundo necessita em 20 anos. Por isso é muito importante discutir os gargalos e as barreiras internacionais que afetam o setor. Precisamos fazer o dever de casa aqui e de melhores negociações lá fora”, concluiu Enio.

O AgroEx é uma realização da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o apoio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag), e acontece no auditório do Hotel Conceição, em Linhares, das 8 às 18 horas.

O evento tem a presença de cerca de 200 participantes, entre produtores rurais, representantes de cooperativas e associações agrícolas, técnicos, pesquisadores e autoridades, como o superintendente federal da Agricultura, José Arnaldo Alencar, o secretário Enio Bergoli, e o presidente do Incaper, Evair de Melo. Além disso, 11 especialistas de diversos locais do Brasil estão ministrando palestras importantes para o desenvolvimento do agronegócio para exportação no Estado.

O Seminário teve como palestrante de abertura a diretora substituta do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do MAPA, Telma Cristina Gondo, que apresentou o panorama do agronegócio brasileiro e as principais oportunidade e desafios às exportações no setor.

Telma Cristina Gondo

Segundo Telma, o Espírito Santo é o 10° principal Estado exportador do Brasil, e os principais produtos capixabas são a celulose, que representa 58% do total exportado, e o café verde, com participação de 27%. Outros produtos que também com participação significativa são carne, açúcar, pimenta, mamão e chocolate.

De acordo com Telma Cristina Gondo, o Brasil desconsidera setores de alta importância, como a banana, que é a fruta mais importada no mundo. “Poucos países tem condições de crescer tanto quanto o Brasil e o cenário mundial é favorável para o País. Precisamos apenas de mais organização”, afirmou. Ela citou o Programa de Polos de Frutas do Governo do Estado como uma importante alternativa para diversificação agrícola.

Para o produtor rural e exportador de mamão papaya, Aroldo Cunha, o Seminário ajuda a ter uma visão melhor de como está o mercado lá fora. “A cadeia produtiva de papaya depende do comércio. Então, com essa integração com profissionais experientes que atuam no mercado internacional, podemos ter uma melhor dimensão de como está o panorama lá fora”, afirmou.

Aroldo Cunha



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