03/07/2023 13h41 - Atualizado em 03/07/2023 13h43

Evento celebra quatro anos de criação do Fundo Soberano do Espírito Santo

Foto: Hélio Filho/Secom

Para celebrar os quatro anos do Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses), as instituições que compõem a estrutura de governança do Funses se reuniram no evento “Fundo Soberano do Espírito Santo: Desenvolvimento para o presente, segurança para o futuro”, realizado no Salão Nobre do Palácio Anchieta, em Vitória. O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), que exerce o papel de operador do Fundo, esteve presente no encontro. Outros órgãos governamentais também participaram da solenidade.

Pioneiro no País, o Fundo Soberano foi concebido em 2019 pelo Governo do Estado com o objetivo de garantir uma gestão responsável e de longo prazo das receitas provenientes da exploração dos recursos de petróleo e gás natural do Estado, beneficiando as gerações atuais e futuras. Sua gestão fica por conta do Conselho Gestor do Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (COGEF).

Oriundos do Fundo Soberano, dois produtos foram disponibilizados para benefício de toda a sociedade capixaba. Uma parte do Fundo é destinada para uma poupança intergeracional e a outra para ações voltadas ao desenvolvimento. Por esses mecanismos do Funses, demais instrumentos podem ser projetados e desenvolvidos, como é o caso do FIP Funses 1 e mais recentemente, o Programa Funses ESG de Desenvolvimento.

No evento, o governador Renato Casagrande comentou um pouco sobre a história da criação do Funses. “Os fundos soberanos são criados por países em boa situação financeira, com território pequeno e com objetivo de expandir sua atuação além das fronteiras. No caso do Espírito Santo, nós queríamos o contrário: investir no território capixaba. Por isso, a ideia do Fundo Soberano veio no meu primeiro governo. Em 2014, chegamos a enviar um Projeto de Lei, mas a gestão seguinte acabou retirando essa proposta”, lembrou.  

Casagrande recordou ainda que, naquela época, a atividade do petróleo estava crescendo e a percepção era de que a atividade se constituía numa espécie de “herança maldita”, tendo em vista que o recurso natural era finito. “Então, nós questionamos sobre como aproveitar essa riqueza do presente no futuro. Passamos a ouvir pessoas de Cingapura e da Noruega e logo que retornei ao Governo em 2019 encaminhamos um novo Projeto de Lei e agora estamos comemorando um ano de real atividade do Fundo”, pontuou.

“Os estados brasileiros que são produtores de petróleo e gás, todos eles utilizam os seus royalties para financiar as políticas de curto prazo. Diferentemente, e de forma inovadora, o Espírito Santo é o único estado da Federação que resolveu colocar de pé um fundo intergeracional, ou seja, nós não utilizamos a curto prazo os recursos dos royalties, do petróleo e do gás. Nós utilizamos esses recursos num programa de modo a apoiar empreendedores capixabas ou de outros lugares que queiram vir para cá, para nos ajudar a desenvolver o Espírito Santo”, destacou o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.

Também estiveram o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Marcelo Santos; os deputados estaduais Bispo Alves, João Coser, Alexandre Xambinho, Mazinho dos Anjos, José Esmeraldo, Vandinho Leite, Alan Ferreira e Tyago Hoffmann; os secretários de Estado, Benício Costa (Fazenda) e Enio Bergoli (Agricultura); o procurador-geral do Estado, Jasson Hibner; além de dirigentes de autarquias.

Funses 1

O Fundo de Investimento em Participações (FIP) Funses 1 tem um capital subscrito de R$ 250 milhões, com duração de dez anos, prorrogável por mais dois anos, sendo os cincos primeiros anos considerados como período de investimento.  Como estratégia de formação de carteira, o Fundo conta com um portfólio diversificado, investindo em setores estratégicos, com foco em inovação no ambiente produtivo e/ou social, atuando em todos os estágios de captação de recursos das empresas que buscam investimentos de R$ 200 mil até R$ 30 milhões.

O Funses 1 permite a atração de novos negócios, com emprego e renda para a população. Com vasta experiência na gestão de venture capital, a gestora do FIP selecionada por meio de chamada pública, TM3 Capital, trabalha no Espírito Santo em conjunto com a empresa ACE, que atua como aceleradora de startups no mercado capixaba. A ACE tem o papel de desenvolver as startups e empresas de base tecnológica, auxiliando-as para tornar os modelos de negócios consolidados e aptos a receber aportes do FIP.

O Fundo tem uma tese multiestratégia e investe, preferencialmente, nos setores de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC); Nanotecnologia; Varejo e Comércio Eletrônico; Economia Criativa, Serviços Financeiros; Economia Digital; Educação; Saúde e Ciências da Vida; Energias Renováveis; Químico e Materiais; Meio Ambiente; Agronegócio; Metalmecânico; Transporte; Logística; Rochas Ornamentais; Economia do Turismo e Lazer; Madeira e Móveis; e Confecção Têxtil e Calçados.

Com um ano de atuação produtiva, o FIP vinculado ao Fundo Soberano tem fomentado o ambiente de negócios inovadores e fortalecido o ecossistema local. E os dados é que comprovam: já foram aceleradas 77 startups em três edições de aceleração digital. No mesmo período, 17 empresas receberam aportes, sendo que 12 delas passaram por processo de aceleração com investimento e as outras cinco com investimento direto. O Funses 1 traz ao todo R$ 33,7 milhões investidos para criar um ambiente de negócios nesse primeiro ano.

O programa de aceleração de startups do Funses 1 funciona como um investimento no futuro dos capixabas, ajudando novos negócios a crescerem no mercado. Para isso, a aceleração digital faz um acompanhamento da startup e busca sanar as demandas da empresa.

“São mais de 100 empresas de startups que foram apoiadas. Agora nós estamos lançando a segunda etapa, com mais R$ 250 milhões para apoiar empreendedores capixabas que queiram gerar emprego, trabalho, renda, ajudar a desenvolver o Estado. Ajudar a desenvolver aquelas regiões que são menos favorecidas, mas tem que ter pegada na transição energética, tem que ter governança, tem que ter sustentabilidade, ou seja, não é apoiar por apoiar, é fazer de fato uma classificação dos projetos, dos programas que geram impacto no território capixaba. É isso que nós estamos fazendo aqui”, acrescentou o vice-governador.

Funses ESG

Pensando num futuro mais sustentável, foi lançado em maio deste ano o Programa Funses de Desenvolvimento para criar infraestrutura econômica e estimular o desenvolvimento sustentável do Estado. São R$ 250 milhões originários do Fundo Soberano, aplicados por meio de subscrição de Debêntures pelo Fundo, destinados ao financiamento de projetos que intensifiquem o crescimento da economia estadual, o incentivo à inovação e à sustentabilidade nos setores da indústria, educação, energia e saúde capixabas.

O investimento será entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões por empresa, em projetos selecionados por meio de edital de chamada pública, que ainda está aberto, com o investimento máximo de 80% pelo Funses. O prazo total será de até dez anos, com período de carência limitado a quatro anos. As debêntures, que são títulos de dívida emitidos por empresas, serão pagas com juros de até 100% da taxa Selic, dependendo da localização do projeto da empresa, que será avaliada com base em índices de desenvolvimento sustentável e participação dos municípios. A depender desses índices, os juros podem ter um desconto de até 10%.

As práticas ESG (Environmental, Social and Governance - ou em português, Ambiental, Social e Governança) representam uma abordagem que visa avaliar e monitorar o desempenho das empresas em três dimensões interligadas. Essas práticas desempenham o papel de indicadores de desempenho corporativo, levando em consideração não apenas a rentabilidade financeira, mas também o impacto social e ambiental da empresa, bem como sua governança.

Por meio do suporte da agenda ESG, as empresas agora são capazes de avaliar e gerenciar riscos em áreas que, anteriormente, não eram consideradas prioritárias para o sucesso financeiro. Essas práticas auxiliam as organizações a aprimorar sua reputação, reduzir os riscos associados à imagem e às operações, atrair investimentos responsáveis e contribuir para o desenvolvimento sustentável e responsável das comunidades onde estão inseridas.

O diretor presidente do Bandes, Marcelo Barbosa Saintive, comemorou os quatro anos do Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses) e destacou o impacto socioeconômico alcançado.

“O Funses possibilitou a criação de duas ferramentas que estão sendo de extrema importância para a garantia de um futuro digno para toda a sociedade capixaba. O FIP Funses 1 que está atuando há um ano, por exemplo, impulsiona a inovação e o desenvolvimento ao investir em setores estratégicos. Já o Funses ESG representa nosso compromisso em construir um futuro mais sustentável, financiando projetos que consideram aspectos ambientais e sociais. Estamos otimistas em relação ao futuro, esperando que ambos os programas continuem impulsionando o crescimento econômico e contribuindo para o bem-estar da população capixaba”, afirmou o presidente.

Conheça mais sobre o Fundo Soberano do Espírito Santo em: www.funses.es.gov.br

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