24/01/2025 15h35

Exportações do agro capixaba atingem recorde de 3,6 bilhões de dólares em 2024

De janeiro a dezembro de 2024, as divisas geradas com as exportações do agronegócio no Espírito Santo somaram mais de US$ 3,6 bilhões (ou R$ 22,2 bi). Esse valor obtido em doze meses superou todo o valor gerado com o comércio exterior do agro capixaba desde o início da série histórica para os anos completos. O resultado representa um crescimento de 69,4% em relação ao mesmo período de 2023 (US$ 2,1 bilhões).

O crescimento no valor de exportações do Estado foi consideravelmente superior em relação aos dados nacionais, nos quais o índice do Brasil decresceu 1,27% no valor comercializado e apresentou baixa de 2,9% em volume. Mais de 2,69 milhões toneladas de produtos do agro capixaba foram embarcadas para o exterior, representando um crescimento médio de 5,1% em volume.

As maiores variações positivas no valor comercializado foram para café cru em grãos (+119,1%), café solúvel (+42,2%), celulose (+41,2%), mamão (+34,7%), carne bovina (+32,7%), chocolates e preparados com cacau (+27,6%), gengibre (+20,6%) e pescados (+19,1%).

Em relação ao volume comercializado, houve variações positivas para café cru em grãos (+67,7%), gengibre (+49,2%), carne bovina (+39,1%), mamão (+35,9%), café solúvel (+19,7%), chocolates e preparados com cacau (+14,1%), pescados (+6,5%) e álcool etílico (+4,6%).

“O ano de 2024 entrou para a história com um marco importante para o agronegócio capixaba, que segue ampliando a participação no comércio exterior e alcançando desempenhos econômicos significativos. De janeiro a dezembro do último ano, superamos em 69,4% todo valor comercializado em 2023, com divisas acima dos 3,6 bilhões de dólares. Os preços internacionais foram bons para boa parte de nossos produtos, e com a alta do dólar, levou a um aumento expressivo no valor comercializado pelo Espírito Santo. O café teve volumes recordes exportados, principalmente o Conilon, que se consolidou como o principal produto da nossa pauta de comércio exterior do agro”, comemorou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.

Os três principais produtos da pauta das exportações do agronegócio capixaba – complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino – representaram 95% do valor total comercializado de janeiro a dezembro de 2024.

Em 2024, os produtos capixabas foram enviados para 125 países. Os Estados Unidos se destacam como principal parceiro comercial, com 22% do valor comercializado. Além disso, a participação relativa do agronegócio nas exportações totais do Espírito Santo de janeiro a dezembro foi de 33,8%. “Os dados reforçam a competitividade do agro perante aos outros setores no cenário internacional. Isso é fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, pontuou Enio Bergoli

De janeiro a dezembro do ano passado, dez produtos se destacaram em geração de divisas. O complexo cafeeiro ficou em primeiro lugar com US$ 2,17 bilhões (60,1%), seguido por celulose com US$ 1,1 bilhão (30,3%), pimenta-do-reino com US$ 163,2 milhões (4,5%), gengibre com US$ 45,3 milhões (1,3%), mamão com US$ 28,3 milhões (0,78%), carne bovina com US$ 27,2 milhões (0,75%), chocolates e preparados com cacau com US$ 20,0 milhões (0,55%), álcool etílico com US$ 14,2 milhões (0,39%), pescados com US$ 7,3 milhões (0,20%) e carne de frango com US$ 7,3 milhões (0,20%). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 35,5 milhões (0,98%).

 

Café segue em primeiro lugar

Na pauta de exportação de 2023, o complexo cafeeiro passou a ocupar o primeiro lugar, impulsionado pelo café conilon que mais que triplicou o volume de sacas exportadas naquele ano. Em 2024, o café novamente se manteve no primeiro lugar. De janeiro a dezembro do último ano foram exportadas aproximadamente 7,6 milhões de sacas de conilon, sendo um pouco mais de 7,06 de conilon cru em grãos e cerca de 571 mil sacas de equivalente de solúvel. Além disso, foram exportadas cerca de 753,7 mil sacas de arábica, que somadas ao conilon, dá um total de 8,4 milhões de sacas de café capixaba exportadas em 2024.

“O complexo cafeeiro segue com destaque das exportações do agronegócio, já consolidado como principal arranjo produtivo agrícola em geração de divisas, superando e muito as exportações de celulose. E o café conilon o foi grande responsável por alavancar esses resultados, com crescimento significativo de 78%, saindo de aproximadamente 3,9 milhões de sacas exportadas entre janeiro e dezembro de 2023 para mais de 7 milhões de sacas no mesmo período de 2024. Vale lembrar que o conilon está presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas”, complementou Bergoli.

De janeiro a dezembro o Espírito Santo também foi o estado maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participação em relação ao total nacional de 62%, 58% e 44%, respectivamente. Além disso, superou o Estado de São Paulo na comercialização do complexo cafeeiro, envolvendo café cru em grãos, solúvel e torrado/moído, conquistando a segunda posição no ranking nacional das exportações totais de café e derivados.

Ressalva acerca dos dados

A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, por meio da Gerência de Dados e Análises (GDN/SEAG), realiza mensalmente um levantamento detalhado das exportações do agronegócio capixaba, a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.

Em análise dos dados nas bases oficiais, notou-se uma inconsistência nos dados de exportações do agronegócio do Espírito Santo referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, especificamente relacionada ao produto "Açúcar de cana" com código NCM 17011400.

De acordo com os registros disponíveis, constatamos que houve uma notável disparidade entre os valores e volumes de exportação do produto nos mencionados meses em comparação com dados históricos e informações fornecidas pelas indústrias sucroalcooleiras do Estado. Os valores registrados, sendo US$ 10,2 milhões em fevereiro e US$ 11,1 milhões em março, juntamente com os volumes de 19,8 toneladas e 21,6 toneladas, respectivamente, destoam significativamente das médias históricas de exportação do produto pelo estado, principalmente considerando que esses dados são referentes apenas ao primeiro trimestre de 2024.

Após consultas realizadas junto às indústrias sucroalcooleiras e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, levantou-se a suspeita de que tais números possam ter sido inflados devido a possíveis erros no lançamento de notas fiscais ou ações de empresas de trading que atuam no Espírito Santo. Portanto, os dados de açúcar fora da curva foram desconsiderados nas nossas análises. A Seag está em contato com as entidades responsáveis para sanar a inconsistência.

 

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