04/12/2010 14h08 - Atualizado em 15/01/2019 15h39

Exposição de Tarsila do Amaral movimenta fim de semana no Maes

Para quem ainda não teve a oportunidade de conferir a mostra “Tarsila sobre papel”, o Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes) estará aberto neste fim de semana. Os visitantes poderão apreciar as obras de uma das artistas mais importantes do modernismo, em uma exposição inédita.

A mostra, que tem curadoria de Regina Teixeira de Barros, conta com 70 desenhos da artista, procedentes de diversas coleções particulares e institucionais. A entrada é franca. O espaço fica aberto à visitação de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas; e aos sábados, domingos e feriados, das 12 às 18 horas.

Nos fins de semana, durante o período da mostra, os visitantes poderão participar da oficina de flipbook, que será realizada tendo como referência os desenhos expostos, visando a uma aproximação do público com a obra da artista.

“Tarsila sobre papel” ficará em cartaz no Maes até o dia 13 de fevereiro de 2011. A mostra é uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com apoio do Ministério da Cultura, e produção da Base7 Projetos Culturais. O patrocínio é do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), e Odebrecht Infraestrutura.

Desenhos

O desenho esteve presente ao longo da trajetória de Tarsila do Amaral (Capivari/SP, 1886 – São Paulo, 1973), refletindo seu processo criativo e atestando seu percurso singular no Modernismo Brasileiro, um amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX.

A artista realizou aproximadamente 1.750 trabalhos em papel ao longo de seus 55 anos de atividade. A mostra apresentará obras das três fases da artista.

Durante sua formação, os estudos sobre papel eram considerados um método de aprendizado, ou mesmo uma primeira etapa de um longo processo de trabalho, cuja finalidade era a pintura, considerada “arte maior”.

À medida que Tarsila foi se apropriando de uma linguagem moderna, seu traço ganhou determinação e expressividade, e parte de sua produção de desenhos passou a ter plena autonomia.

“Victoria” por Tarsila

Na segunda metade dos anos 1920, Tarsila registrou cidades da costa brasileira – como Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife e Fernando de Noronha, do convés do navio – nas constantes viagens entre Brasil e Europa.

Em 1924, Tarsila passou o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais, acompanhada por um grupo de modernistas. Nessas viagens de “descoberta” do Brasil, a artista registrou, em cadernos de bolso ou blocos de desenhos, paisagens cariocas e mineiras, bem como elementos da arquitetura barroca e da cultura popular brasileira.

Essa importante série de desenhos e anotações não apenas deu origem às pinturas “Pau-Brasil”, como também constituiu um vocabulário que se tornaria constante na produção de Tarsila, até suas últimas obras.

A busca de uma identidade nacional, iniciada em 1924, ganha outro viés a partir de 1928, quando Tarsila mergulha nas imagens de seu subconsciente, provenientes das estórias de assombrações, lendas e superstições ouvidas na infância, na fazenda. Surgem então as “paisagens antropofágicas”, habitadas por seres fantásticos e vegetação exuberante.

A quebra da bolsa de Nova York representou profundas mudanças no cotidiano de Tarsila, cuja família perdeu grande parte da fortuna. Findos os anos dourados, a artista passou por uma breve fase de preocupações sociais, seguida de retomadas de fases anteriores, mas sem o mesmo brilho. Durante as décadas de 1930 a 1960, Tarsila colaborou como ilustradora de livros e jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo, produção praticamente inédita para o grande público.

Programa educacional

Durante o período da exposição, também será realizado um projeto que visa a fazer uma reflexão da arte por meio das obras de Tarsila. A programação inclui ciclo de palestras, rodas de conversas e diversas atividades educativas.

As palestras acontecem no dia 14 de dezembro, abordando "O Modernismo", com a palestrante Vera Siqueira; dia 15 de dezembro, com dois temas, "História do Desenho", por Lincoln Guimarães, e “O discurso modernista em Tarsila”, por Moema M. Rebouças. No dia 09 de fevereiro acontece o último encontro, com o tema “Desenho na modernidade e na contemporaneidade”, também com dois palestrantes: Fernando Augusto e Ricardo Maurício.

Já as Rodas de Conversa pretendem estabelecer diálogos com a exposição e seus desdobramentos. A primeira roda acontece no dia 12 de janeiro e vai abordar o tema “Literatura”, com a participação dos convidados Marcos Ramos e Maria Amélia Dalvi. Os encontros seguem no dia 19 de janeiro abordando “Música”, com os convidados Fernando Duarte e Turi Collura, e no dia 26 de janeiro com o tema “História da arte e semiótica”, que recebe os convidados Orlando Lopes e Larissa Zanin.

O Ciclo de Palestras e as Rodas de Conversa acontecerão sempre às 19 horas, no auditório do Maes. As inscrições são gratuitas e limitadas e devem ser feitas por e-mail (maes.comunicacao@secult.es.gov.br) ou com 30 minutos de antecedência, no local. São 40 vagas ofertadas para cada encontro.

Serviço:
Exposição "Tarsila sobre papel" - desenhos de Tarsila do Amaral
Local: Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes)
Endereço: Av. Jerônimo da Monteiro, 631, Centro - Vitória ES
Período: até 13 de fevereiro de 2011
Visitação: terça a sexta-feira - das 10 às 18 horas
              sábados, domingos e feriados - das 12 às 18 horas
Visitas mediadas pelo site www.secult.es.gov.br

Ciclo de Palestras
Local: Auditório do Maes
Sempre às 19 horas
Oferta: 40 vagas
Inscrições: Por e-mail (maes.comunicacao@secult.es.gov.br) ou com 30 minutos de antecedência no local

Programação:

- 14 de dezembro
“O Modernismo”, com Vera Siqueira.

- 15 de dezembro
“História do Desenho”, por Lincoln Guimarães Dias.
“O discurso modernista em Tarsila”, por Moema M. Rebouças. Mediação: Adriana Magro.

- 09 de fevereiro
“Desenho na contemporaneidade”, por Fernando Augusto.
“Desenho na modernidade”, por Ricardo Maurício.
Mediação: Adriana Magro.

Rodas de Conversa
Local: Auditório do Maes
Sempre às 19 horas
Oferta: 40 vagas
Inscrições: Por e-mail (maes.comunicacao@secult.es.gov.br) ou com 30 minutos de antecedência no local

Programação:

- 12 de janeiro
“Literatura” com Marcos Ramos e Maria Amélia Dalvi
Mediação: Adriana Magro

- 19 de janeiro
“Música” com Fernando Duarte e Turi Collura
Mediação: Adriana Magro

- 26 de janeiro
“História da arte e semiótica” com Orlando Lopes e Larissa Zanin
Mediação: Adriana Magro




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