Fapes inicia 2º ciclo do Programa em Rede dos Núcleos de Inovação Tecnológica do Estado
A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) ampliou por mais dois anos a execução do Programa em Rede dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) do Estado. A primeira reunião do Programa, desde a renovação que aconteceu em fevereiro deste ano, foi realizada na última quinta-feira (11), no auditório da Fapes, e contou com a presença de representantes dos três NITs capixabas para a apresentação dos projetos que serão desenvolvidos.
No 2º ciclo, o Programa em Rede dos NITs vai atuar no fortalecimento das instituições que têm os núcleos para a estruturação, integração, capacitação, divulgação e implementação de ações voltadas para facilitar o ambiente de inovação capixaba, organizados em quatro eixos: Estrutura de Apoio; Gestão; Sustentabilidade; e Alianças Estratégicas.
O Espírito Santo conta com três NITs. São eles:
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes)
Reestruturação e consolidação do NIT-Ifes como agente promotor da inovação e empreendedorismo capixaba
- Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
INIT Ufes – Em direção à transformação da Ufes em uma Universidade Empreendedora
- Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)
Consolidação e fortalecimento do Incaper-NIT no processo da transferência do conhecimento e inovação tecnológica para melhoria da competitividade
O diretor de Inovação da Fapes, Elton Moura, comentou que o trabalho executado pelo Programa em Rede dos NITs objetiva que todos os três núcleos tenham o mesmo nível de organização e ações, respeitando as particularidades de cada. “Queremos trazer um equilíbrio aos NITs para que os três avancem juntos e estejam no mesmo patamar de evolução e crescimento. Para isso, a Fapes apoia os NITs que, por sua vez, apoiam as comunidades em que estão inseridos, ou seja, oferece suporte aos profissionais, pesquisadores e empreendedores que estão nas instituições de ensino e pesquisa”, destacou.
Ele também explicou que os resultados alcançados no 1º ciclo justificaram a ampliação do Programa. “Os resultados foram extraordinários, além do que eu imaginava. Foi criado um game para a identificação de propriedade intelectual, em forma de software, que, inclusive, em breve estará disponibilizado para todos. Vários eventos foram promovidos, como o aumento do número de registo de patentes, um indicador importante para o crescimento os NITs. Por conta desses resultados, a Fapes decidiu aumentar o investimento nos núcleos para que se desenvolvam cada vez mais e tornem o Estado e a academia referência no País”, salientou Elton Moura.
Além da ampliação de tempo de execução, os NITs receberam novo apoio financeiro para a execução de seus projetos. A Fapes disponibiliza, aproximadamente, R$ 1,8 milhão, sendo destinado R$ 785 mil para o NIT-Ifes, R$ 507 mil para o INIT Ufes e R$ 507 mil para o Incaper-NIT. O recurso é proveniente do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Funcitec).
Os Núcleos de Inovação Tecnológica do Espírito Santo
Com o objetivo de ofertar apoio à gestão da política de inovação das Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICT), os NITs fazem parte da Lei da Inovação. Os Núcleos têm um papel estratégico na interlocução entre a produção das pesquisas desenvolvidas nas ICTs com a sociedade e para que esse conhecimento se transforme em um negócio inovador, gere registros de propriedade intelectual e fortaleça o ecossistema de inovação local.
No Ifes, a coordenação do NITIfes é realizada por Humberto Brotto. Ele ressaltou que, para os próximos dois anos de trabalho do Programa em Rede, espera que a relação entre os três NITs seja consolidada. “Nossa expectativa é de que essa parceria seja maior e com mais trocas. Estamos à disposição, ávidos para aperfeiçoar processos, ter melhores práticas, com perspectivas de avanço em outras demandas, instituindo projetos para resultados em registro de cultivares, melhor apoio nas indicações geográficas, além de desejar ver todos os três tendo melhores resultados de transferência de tecnologia”, pontuou.
A gestora de Inovação do Ifes, Paula Delmaestro, disse que nesse 2º ciclo é importante que seja realizada uma mudança cultural no pesquisador da academia para que compreenda sobre a cultura da inovação. “A gente entende que é necessária a pesquisa de bancada e a pesquisa básica, mas que também seja entendido que hoje mais do que nunca para os institutos federais, para as universidades e o Incaper é importante termos a resolução de problemas dessa sociedade. Então, que seja feita a pesquisa voltada à realidade e às necessidades e demandas regionais e, com isso, aumentando e gerando novas empresas por meio de spin offs e, assim, incentivando o empreendedorismo”, explicou.
O coordenador do Incaper-NIT, José Aires Ventura, contou que o 1º ciclo do Programa em Rede foi o embrião do trabalho e gerou resultados positivos. “Para os próximos dois anos, o foco será direcionado para a transferência da tecnologia, visando à identificação de produtos e processos tecnológicos. A transferência dessas tecnologias para os potenciais usuários que, no caso do Incaper, são empresários que possam vir a fazer negócios com esses resultados. A nova tecnologia não pode ficar na gaveta”, destacou.
O coordenador do Incaper-NIT também explicou que as tecnologias nascem das demandas do setor produtivo e essas demandas são trabalhadas em nível de pesquisa para depois retornarem por meio da extensão e da transferência dessas tecnologias. “Os produtores e os empresários rurais vão utilizar essas tecnologias já em prol de novos negócios, que vão gerar a fixação das pessoas no campo e, em consequência, emprego e renda”, completou Ventura.
Na Ufes, a coordenação do INIT UFES é feita pelo professor Anilton Salles Garcia, que disse que tem boas expectativas para o 2º ciclo. “Queremos consolidar as ações que iniciamos. Algumas já estão muito avançadas e outras precisam de reflexão. Então, é usar esse tempo para fazer as reflexões e que, com isso, a gente possa ampliar o número de resultados que a Universidade gera. Por exemplo, em 2020, nós tínhamos 12 registros de patentes, pedidos de proteção de ativos de propriedade intelectual. Já em 2022, nós passamos para 53 e a nossa expectativa para 2023 é ter 100 ou mais. Da mesma maneira, com a questão das patentes concedidas. A gente espera obter de cinco ou seis em 2023”, salientou Garcia.
Ele também destacou o apoio da Fapes no alcance desses resultados. “No 1º ciclo, nós apresentamos resultados que ultrapassaram aquilo que esperávamos, graças ao apoio da Fapes, principalmente com a concessão de bolsas que é o nosso maior gargalo. Agora, para o 2º ciclo, a Fapes aumentou a quantidade de recursos significativamente, o que nos possibilita ampliar o número de bolsistas que vão se dedicar ao projeto. Isso certamente vai trazer benefícios muito maiores do que a gente já obteve”, afirmou o coordenador do INIT UFES.
Criação do Programa em Rede dos NITs
O Programa em Rede dos Núcleos de Inovação Tecnológica do Estado foi instituído por meio da Resolução do Conselho Científico-Administrativo da Fundação nº 283 de janeiro de 2021, e, em dois anos de funcionamento, mostrou ser fundamental para promover a integração dos diferentes NITs do Estado, fomentando a inovação e a transferência de tecnologia.
O primeiro ciclo foi encerrado em 2023 e, em fevereiro deste ano, a Fundação ampliou a execução do Programa para até 2025, com o objetivo de alcançar a estratégia nacional de propriedade intelectual 2021-2030 e seus eixos, além de fazer com que os números apurados em registros de propriedade intelectual impactem a colocação do Espírito Santo no ranking de inovação nacional e internacional.
Texto: Samantha Nepomuceno
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