20/01/2017 17h38 - Atualizado em 20/01/2017 17h42

Febre amarela: Secretaria de Saúde solicita mais 500 mil doses de vacina ao Ministério da Saúde

Foto: Divulgação/Secom-ES

A Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) solicitou ao Ministério da Saúde mais 500 mil doses da vacina contra febre amarela para ampliar a área de vacinação cautelar. A informação foi anunciada pelo secretário da pasta, Ricardo de Oliveira, em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira (20). Como medida de precaução, mais 11 municípios capixabas vacinarão suas populações.

Segundo Oliveira, a decisão foi tomada durante a reunião do gabinete de monitoramento, e levou em consideração a morte de macacos por suspeita de febre amarela em zona de mata dentro do Espírito Santo, além da proximidade geográfica entre esses municípios e a ligação que eles mantêm entre si e com a região capixaba que faz fronteira com Minas Gerais por meio da faixa contínua de floresta.  “Esses municípios vão replicar a barreira de proteção do nosso Estado contra a febre amarela. Estamos tomando uma medida de precaução”, comentou o secretário.

Os municípios que vão receber a vacina são: Marilândia, Domingos Martins, Itarana, Santa Teresa, Castelo, Iconha, Muniz Freire, Águia Branca, São Domingos do Norte, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá. Outros 26 municípios já receberam doses da vacina para imunizar suas populações, com orientação da Secretaria de Estado da Saúde para que vacinem primeiro quem mora na zona rural e depois as pessoas que residem na área urbana.

Os 26 municípios são: Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Brejetuba, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Laranja da Terra, Mantenópolis, Montanha, Mucurici, Pancas, Afonso Cláudio, Ecoporanga, Colatina, Itaguaçu, Governador Lindenberg, Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante, São Roque do Canaã e São Gabriel da Palha.

Nesta semana, o Espírito Santo recebeu um total de 500 mil doses da vacina contra febre amarela do Ministério da Saúde – 350 mil chegaram na quarta-feira (18) e 150 mil nesta sexta (20). Sobre a solicitação de mais 500 mil doses, o Ministério da Saúde ainda não informou quando o quantitativo será enviado, mas a Secretaria de Estado da Saúde espera que seja já na próxima semana. Além de serem usadas na vacinação cautelar nos 11 municípios, as doses serão distribuídas entre as cidades capixabas que continuam com a recomendação de vacinar somente quem vai viajar para área de risco fora do Estado.

O secretário Ricardo de Oliveira também reforçou, durante a coletiva, a orientação de combater o mosquito Aedes aegypti. “A população de todos os municípios capixabas podem e devem ajudar a combater o mosquito, que é o transmissor da febre amarela na área urbana. Basta tirar 10 minutos do dia, uma vez por semana, para eliminar os focos do Aedes aegypti dentro de casa. Quem fizer isso vai contribuir muito para proteger a si mesmo, a família e o vizinho”, comentou.

 

Casos suspeitos

 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu a notificação de 11 casos suspeitos com quadro indicativo de febre amarela, febre maculosa, dengue e outras doenças com sintomas semelhantes. Essas pessoas estão internadas e o quadro de saúde delas é estável. Os casos são de zona rural e estão sendo investigados. Até o momento, não há confirmação da doença no Espírito Santo.

 

Contraindicações:

 

- Crianças menores de 6 meses de idade;

- Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza;

- Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave;

-Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia,radioterapia, imunomoduladores);

- Pacientes submetidos a transplante de órgãos;

- Pacientes com imunodeficiência primária;

- Pacientes com neoplasia;

- Indivíduos com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras);

- Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica);

- A administração deve ser analisada caso a caso na vigência de surtos.

 

Ações

 

A Secretaria de Estado da Saúde está monitorando a situação epidemiológica. Entre outras ações, está a criação do gabinete de monitoramento; reunião com especialistas; reunião com os prefeitos e secretários municipais de saúde dos municípios; reunião com área técnica da Imunização dos municípios; elaboração do Protocolo de Manejo Clínico; além de capacitações sobre manejo clínico da doença e sobre protocolos de indicação para vacinação.

 

Febre amarela

 

Uma pessoa com febre amarela apresenta, nos primeiros dias, sintomas parecidos com os de uma gripe. Entretanto, esta é uma doença grave, que pode complicar e levar à morte. Os sintomas mais comuns são febre alta e calafrios, mal-estar, vômito, dores no corpo, pele e olhos amarelados, sangramentos, fezes cor de “borra de café” e diminuição da urina.

A febre amarela silvestre é transmitida pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem. A forma silvestre da doença é endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas.

Nas cidades, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, da zika e da chikungunya. Pessoas que fazem ecoturismo ou que entram em matas por algum outro motivo correm o risco de serem picadas pelo mosquito Haemagogus infectado e contrair a doença. De volta à área urbana, essas pessoas podem ser picadas pelo Aedes aegypti, podendo dar início à reurbanização da doença. O último caso de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre em 1942.

Uma vez que a febre amarela no meio urbano é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, eliminar depósitos que possam acumular água é uma das medidas de prevenção. Por isso, é importante que a população escolha um dia fixo da semana para combater o mosquito em casa, e, assim, impedir a proliferação do vetor eliminando seus criadouros.

 

 

 

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