Festa da Criatividade debate rumos da cultura e economia criativa no País
Um público aproximado de cinco mil participantes pôde prestigiar, em formato presencial e virtual, diversas ações gratuitas, como oficinas, rodadas de negócios, intercâmbios, shows e um seminário internacional. Todos os debates foram transmitidos on-line pelo canal da Secult no YouTube e os links se encontram abaixo.
Nas mesas de debate, nomes convidados, como Ailton Krenak, Elisa Lucinda, Paula Lavigne, Juca Ferreira, Dríade Aguiar, Célio Turino, Úrsula Vidal, Pablo Capilé, Jandira Feghali, Ivana Bentes e Eduardo José da Silva Tomé Marques, dialogaram sobre temas como o estado de emergência cultural, os horizontes da retomada da cultura, enraizamento e transcendência, além do fortalecimento da ancestralidade e da diversidade cultural para estimular a criatividade.
“A Cultura de Volta para o Futuro”
De acordo com o secretário de Estado da Cultura e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura, Fabricio Noronha, o evento foi o primeiro grande encontro presencial dos movimentos, marcas, coletivos e instituições da cultura e economia criativa brasileira, perante à retomada das atividades culturais que inserem o Espírito Santo e os avanços políticos e democráticos na agenda nacional.
“A terceira edição da Festa da Criatividade buscou discutir a cultura e a economia criativa sobre esses diversos aspectos, reunindo parte das mentes e instituições que estão preocupadas com o destino do setor no País. Usamos o termo ‘A Cultura de Volta para o Futuro’, criado pelo representante da Mídia Ninja, Pablo Capilé, pois alinhamos a possibilidade direta da construção de políticas públicas capazes de resolver todo o desmonte e descontinuidades do Governo Federal. Todos os ataques que tentaram apagar o tanto que avançamos”, enfatizou Fabricio Noronha.
Já a gerente de Economia Criativa da Secult, Lorena Louzada, destacou a importância do evento como forma de impulsionamento à economia criativa e à presença do público. "Foram quase 50 convidados, cerca de cinco mil participantes e muita força para construir o futuro. Agradeço demais pela confiança e pelas parcerias no evento, como o Sebrae, Sectides, Fapes e Abrafin. Agradeço a equipe da Secult e demais parceiros e todos que contribuíram para o sucesso deste evento”, destacou Lorena Louzada.
A Festa da Criatividade fez parte do Projeto Hub Criativo, coordenado pela Gerência de Economia Criativa (Gecria), da Secretaria da Cultura, com a Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI), e está inserido dentro do ES+CRIATIVO, um programa estadual de desenvolvimento da economia criativa no Espírito Santo, incorporado ao Plano Plurianual do Governo do Estado, elaborado em 2019.
Confira as mesas de debate da Festa da Criatividade:
Mesa 1 – “A Cultura de Volta para o Futuro”
Com mediação de Fabricio Noronha, o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, a deputada Federal e presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Alice Portugal; deputada Federal/RJ, Jandira Feghali, o representante da Mídia Ninja, Pablo Capilé, e a secretária de Cultura do Estado do Pará, Ursula Vidal, discutiram o momento institucional das políticas públicas voltadas para a cultura, a retomada da economia criativa brasileira e as novas ações de política pública promovidas pela Secult no Programa ES+Criativo e na criação da Lei Estadual de Cultura (LICC)n na primeira mesa de discussão realizada na quinta-feira (10).
Mesa 02 - Estado de Emergência Cultural
A professora, curadora e pesquisadora acadêmica, Ivana Bentes, o escritor e pesquisador Célio Turino, o sub-secretário de Cultura de Niterói, Alexandre Santini, e o representante do Comitê da Lei Paulo Gustavo, Márcio Tavares, debateram os mecanismos para reverter o estado de emergência cultural provocado pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), além das estratégias de desenvolvimento para a economia criativa para os próximos anos
Mesa 03 - Enraizamento e transcendência: Fortalecimento da ancestralidade e da diversidade cultural para estimular a criatividade
O filósofo e escritor Ailton Krenak, o abade do Mosteiro Zen Morro da Vargem, Daiju Sano, o educador Indígena Cacique Marcelo Wera Djekupe, de Aracruz, discutiram o fortalecimento da ancestralidade e da diversidade cultural como grande estímulo à criatividade. Arte indígena, afrofuturismo, povos tradicionais, budismo, religiões de matriz africana são reunidos em uma única mesa e que contou com a mediação da ativista e empreendedora social Priscila Gama.
Mesa 04 - Inovação e Territórios
Os ambientes de inovação institucionalizados e também a formação de territórios criativos, assim como a integração desses ambientes e a promoção de encontros entre a cadeia produtiva da economia criativa e os setores da indústria, serviços, comércio e terceiro foram os temas do debate que contou com a presença do representante da Mídia Ninja, Alfredo Manevy; o músico, produtor cultural, diretor da empresa Midiamix, Ivan Ferraro; o representante Oi Futuro, Victor D'Almeida; da Global Touch, Júlia Caiado e do diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Espírito Santo (Sebrae-ES), Luiz Toniato. A mediação ficou por conta do pró-reitor de Extensão do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Renato Tannure.
MESA 5 - Os primeiros a parar... e o horizonte da retomada
A diretora do DoSol, Ana Morena Tavares, e os representes do Festival Yalodê, Sara Loiola; do Coquetel Molotov, Ana Garcia; Morrostock, além de Paulo Zé Barcelos, da Commons e Zona Mundi, Vince Athaíde, e o cineasta e representante do grupo Regional da Nair, André Félix, se encontraram para debater a possível retomada dos eventos culturais no cenário pós-pandêmico. A mesa teve contribuição da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin). A mediação ficou com a gestora cultural Simone Marçal (Formemus).
Mesa 6 - Criatividade e Liberdade (MOBILE + 342)
Finalizando o evento, a atriz e representante da 342 Artes, Paula Lavigne; a atriz e escritora Elisa Lucinda, a representante da Mídia Ninja, Dríade Aguiar, e o representante do Movimento Mobile, Guilherme Varella, debateram como arte, ativismo e liberdade de expressão artística e cultural poderiam ser aspectos contemporâneos da criatividade. A mediação ficou por conta da subsecretária de Estado de Políticas Culturais, da Secretaria da Cultura (Secult), Carolina Ruas.
Programação diversificada e gratuita
Dentro da programação da Festa da Criatividade, atividades formativas e shows oferecidos pelo programa Cultura em Toda Parte, idealizado pela Secult e gerido por duas organizações da sociedade civil: o Instituto Parceiros do Bem e o Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA). Entre as atividades estiveram palestras sobre Economia da Cultura e Empreendedorismo Criativo, oficinas sobre cobertura colaborativa e midiativismo. Já na tenda montada na sede do Museu do Tamar, localizado na Praça do Papa, o público pôde conferir, após o evento, diversos artistas e bandas selecionadas pelo Programa.
Seminário internacional
Provocar reflexões sobre a relação entre a Economia Criativa e o Desenvolvimento Sustentável dos territórios foi o mote do 6º Seminário Sys.terna: Territórios e o desenvolvimento de base comunitária: experimentando leituras de Economia Criativa, que contou com a presença do professor pesquisador da Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades, da Universidade dos Açores (UAc), Eduardo José da Silva Tomé Marques.
O seminário abordou a temática do desenvolvimento dos territórios, suas necessidades e possibilidades, oferecendo reflexões e experimentos que podem contribuir para políticas públicas que buscam solucionar questões locais, a partir de um olhar comunitário. Na mediação, o professor Robson Malacarne, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), e o professor Orlando Lopes Albertino, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Rodada de negócios
Outro destaque das ações dentro da Festa da Criatividade foram as Rodadas de Negócios da LICC, em que produtores e empreendedores culturais se encontram com empresas interessadas em incentivar projetos culturais da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC) e a Rodada de Negócios do Setor da Música, além da oficina de projetos musicais para pitch.
Na Rodada de Negócios do Setor da Música, os artistas e produtores inscritos puderam apresentar no formato de pitch, (uma breve apresentação de até 4 minutos), o que estão produzindo para produtores dos festivais convidados. Gestão de carreira, captação de patrocínios, produção, distribuição e divulgação estavam entre os assuntos que foram respondidos por diversos profissionais do setor. Já os artistas que não sabiam como elaborar os pitchs, puderam aprender com a oficina de projetos musicais, ministrada pelo músico Amaro Lima.
“A experiência foi incrível. A oficina foi muito além de explicar somente como fazer o pitching. Conseguimos atender a demanda de artistas interessados, para que soubessem formar base de rede de relacionamento de carreira, incluindo patrocinadores, apoiadores e investidores, além de outras formas de parcerias. Foi uma troca de experiências. No fim, todo mundo conseguiu se apresentar nas atividades do pitch para o contato com os curadores de festival e produtores culturais presentes no evento. Espero que tenham próximos eventos assim”, disse Amaro Lima.
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