Festival JuventudES reúne comunidade de Terra Vermelha e promove direitos humanos
A Semana Estadual de Debate contra o Extermínio Jovens teve continuidade, nesse sábado (21), com a realização do Festival JuventudES. A iniciativa reuniu moradores, jovens e crianças da região na Unidade Municipal de Ensino Fundamental (Umef) Prof. Paulo César Vinha, em Terra Vermelha, Vila Velha, com diversas atividades abertas ao público das 10h às 16h.
O Festival, realizado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH), pelo Conselho Estadual da Juventude (Cejuve) e pela Prefeitura Municipal de Vila Velha, foi dividido em cinco diferentes espaços que contaram, entre outras atividades, com rodas de conversa, oficinas, atrações culturais, varal de poesia, slam literário, biblioteca móvel e testes rápidos de saúde.
Segundo a secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, foi um grande momento para a promoção dos direitos humanos das juventudes. “O evento foi elaborado pensando nas nossas diversas juventudes e na promoção de seus direitos fundamentais, como cultura, educação, saúde e lazer; além de dar visibilidade a uma pauta tão urgente e importante que é o extermínio dos jovens, especialmente os negros. É muito significativo ver eles se apoderarem dos espaços de debate e expressarem seus talentos”, destacou.
Nicoly Souto, de 11 anos, participou das oficinas e disse que aprendeu a fazer atividades diferentes. “Eu gostei de aprender várias coisas que não sabia. Fiz maquiagem e criei uma história”, contou.
A facilitadora Tamyres Batista, que promoveu a oficina de escrita criativa, disse que o objetivo é estimular a criatividade. “São mundos diferentes dos nossos, então, o objetivo foi estimular a imaginação, que é muito mortificada, e trazer esta ideia de que eles podem escrever a própria história. A proposta é que a partir de um sorteio de palavras eles criem as histórias para depois colocarmos no varal os trabalhos que foram realizados aqui”, explicou.
Já Josaine Martins, 19 anos, que apresentou um rap sobre violência contra a mulher, ressaltou que o evento é uma oportunidade para compartilhar informações. “A juventude e a periferia precisa de ações como esta para colocar em foco assuntos que vemos no dia a dia, mas não questionamos, como a violência física e verbal contra a mulher. É uma oportunidade que temos de expor o assunto, questionar e trocar informações”, pontuou.
Um dos momentos de destaque no Festival foi a roda de conversa sobre “Ancestralidade e Juventude” com a atriz e apresentadora Luana Xavier, que fechou a programação do Festival. Na oportunidade, ela dividiu sua história de vida e destacou que a juventude negra deve ser valorizada. “O conhecimento não está apenas nos centros urbanos, está também na periferia, então precisamos dar valor a essas crianças porque quando se sentem valorizadas, elas com certeza crescem muito mais. Hoje eu hoje posso dizer que sou uma sobrevivente. Embora não tenha passado fome, nunca fui uma menina rica, e a grande diferença é que no Brasil a pobreza tem cor. Este sistema escravocrata foi muito perverso com a população negra; fez a gente acreditar que a gente nem era gente. O que nos falta, muitas vezes, é oportunidade”, enfatizou.
A Semana Estadual de Debate contra o Extermínio de Jovens, organizada pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH) e pelo Conselho Estadual da Juventude, segue com programação até o dia 27 de setembro, em diversos municípios do Estado.
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