24/10/2010 13h00 - Atualizado em 21/01/2019 11h47

Florada é indicativo de uma boa safra de café

Quem passeia pelo interior do Estado já pôde perceber uma diferença nas paisagens compostas pelo principal produto agrícola capixaba: o café. A florada deixa os cafezais repletos de pétalas brancas e confere às plantações um perfume peculiar. Entretanto, as flores do café não servem apenas para embelezar a planta. São elas que se transformam nos frutos a serem colhidos na próxima safra.

Geralmente, o café apresenta três floradas anuais, que acontecem de agosto a dezembro, e que duram, em média, cinco dias. A ocorrência de cada uma delas é influenciada pela intensidade e distribuição das chuvas e pelas temperaturas. Este ano, a segunda florada, que é a mais significativa, deve aparecer nos próximos dias no Estado.

De acordo com o pesquisador do Incaper e coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura, Romário Ferrão, uma boa florada é indicativo de uma boa safra. “Nesta época é essencial que a planta esteja bem nutrida e que haja água suficiente à disposição, para que as flores fertilizem e se transforme em frutos”, afirma.

Romário Ferrão

Inclusive, de acordo com pesquisas do Instituto, esse é um dos períodos em que a planta mais precisa de água. “O agricultor que tiver condições, deve irrigar o cafezal. Além disso, nesta época do ano, o bom produtor já deve ter em mãos a análise de solo – realizada em maio, logo após a colheita – e agora deve repor os nutrientes em falta na terra, ou seja, adubar, com o intuito de garantir o desenvolvimento dos frutos do café”, completa Ferrão.

Ele ressalta, porém, que uma grande florada é um indicativo de uma boa produção, mas não uma garantia. “Caso haja problemas climáticos e não-irrigação e nutrição, essa florada pode se perder”, alerta.

Além de levar beleza, as flores também perfumam os cafezais.

De acordo com o presidente do Incaper, Evair de Melo, a adoção das boas práticas agrícolas durante a florada pode contribuir para o aumento da produtividade e da qualidade da produção e, consequentemente, da lucratividade do produtor. “O manejo adequado da água pode auxiliar na uniformização da florada, o que ocasionará uma maturação também mais uniforme, contribuindo para a qualidade final da produção”, afirma.

Cafeicultura capixaba

O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil, respondendo por 25% da produção nacional. Em se tratando apenas do Conilon, o Estado ocupa o primeiro lugar, com 72% da produção brasileira. A cultura está presente em todos os municípios capixabas – exceto Vitória – sendo a maior geradora de empregos no Estado.

A cafeicultura é a principal atividade econômica em 80% dos municípios e representa, sozinha, 43% do PIB agrícola do Estado. Ocupa uma área de aproximadamente 500 mil hectares, responsável pela produção anual de 10,7 milhões de sacas, entre arábica e Conilon, oriundas de 60 mil propriedades. Toda a cadeia que envolve o café gera, em média, 400 mil postos de trabalho por ano, e só no setor de produção são envolvidas 131 mil famílias.

A produção que gera esse grande negócio é obtida prioritariamente por agricultores de base familiar, com tamanho médio das lavouras em torno de 4,8 hectares para o arábica e 9,4 hectares para o Conilon. A produção estadual divide-se hoje da seguinte forma: aproximadamente 75% é de Conilon, e 25% de arábica.

 

 



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