Funcultura: Cine Latinta promove exibição do curta-metragem “Pixador” seguida de bate-papo com o artista Gejo
Na segunda-feira (31), às 19h, o cineclube Cine Latinta vai exibir o curta-metragem “Pixador” (2000), de Guiomar Ramos, e promover um bate-papo com o artista Gejo, de São Paulo. Na ocasião, também será apresentado o vídeo “Desigualdade racial no Brasil: 2 minutos para entender!”, dirigido por Thaís Zimmer Martins. Sediado na Caxanga da Nalzira, no bairro Serra Dourada 2, na Serra, o projeto tem como objetivo exibir e debater sobre a produção audiovisual brasileira.
Com duração de 24 minutos, a produção é uma aventura de criação na qual diversos olhares se encontram e se misturam para compor um vídeo caleidoscópio que trata do fenômeno da pichação. Ao dar voz aos pichadores e mostrá-los em ação, o filme busca apresentar uma dimensão estética e ética para a expressão de uma juventude considerada suja, bárbara e indesejável pela mídia, descortinando o olhar que esses jovens lançam sobre a população.
O documentário visa, sobretudo, abrir um espaço para o diálogo e o entendimento das relações que o pichador – na condição de sujeito-autor – estabelece com o ambiente urbano. A relevância do curta-metragem, portanto, está em se oferecer como espelho de um tempo em que a sociedade civil possa reconhecer, por meio dessa expressão juvenil, os sintomas de suas contradições.
“Pixador” foi o primeiro documentário sobre pichação a ser exibido no cinema, há 23 anos, na cidade de São Paulo. A produção contou com o artista Gejo como assistente de direção. Conhecido por sua trajetória ligada à pichação em São Paulo, entre as décadas de 1980 e 1990, o artista participa do encontro para falar sobre o processo de realização do documentário, bem como sua participação no projeto.
Nascido na Bahia, em um povoado Tapuia, Gejo chegou a São Paulo no final dos anos 1970. Na década seguinte, envolveu-se com o breaking (estilo de dança que integra a cultura hip-hop). Para além da dança, sua ligação com o hip-hop se deu também por meio da discotecagem e do graffiti e estêncil.
A partir da segunda metade dos anos 1990, Gejo tornou-se arte-educador e iniciou um projeto de vanguarda em escolas públicas da Zona Oeste paulistana, que popularizou o graffiti em inúmeras instituições de ensino.
Sobre o projeto
Criado em 2012, com raiz afro-latino-americana, o Cine Latinta é um movimento de aproximação entre artistas de diversas partes do mundo, em especial residentes na América Latina, partindo da visão do espaço público da periferia como lugar de interação, criação e intercâmbio. A partir das ações do cineclube, compartilham-se espaços domésticos e públicos para trocas de experiências e conhecimentos, além de realizações de intervenções urbanas.
Durante muitos anos, a iniciativa foi realizada com recursos próprios, sempre tendo como foco a discussão de temáticas ligadas às linguagens urbanas e às causas sociais e políticas progressistas a partir da apreciação de filmes, de modo coletivo, democrático, com garantia de livre acesso à população.
Atualmente, o Cine Latinta conta com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult), por meio do edital destinado ao desenvolvimento e à manutenção do cineclubismo no estado.
Esta temporada do projeto inclui cinco edições, compostas inteiramente de curtas-metragens. A primeira exibição foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Irmã Dulce, na Serra, voltada para os estudantes da rede pública. Todas as demais sessões acontecem na Caxanga da Nalzira, até o final de agosto, com entrada gratuita.
Serviço:
Cine Latinta
Quando: 31/07 (segunda-feira)
Horário: às 19h
Local: Caxanga da Nalzira, Rua Curuá, 4, Serra Dourada 2, Serra (em frente ao Bar do Carlinhos)
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