29/06/2017 15h05 - Atualizado em 01/07/2017 12h00

FUNCULTURA: show celebra lançamento do songbook de Sérgio Sampaio no Teatro Carlos Gomes

Foto: Assessoria de Comunicação/Secult

Quando Sérgio Sampaio gravou, no ano de 1976, “Cada Lugar Na Sua Coisa”, o autor, que indicava que lugar de poesia era na calçada e lugar de música no rádio, não imaginava que, 40 anos depois, suas letras e canções estariam reunidas em uma só publicação. No dia 07 de julho, sexta-feira, acontece o lançamento oficial do songbook do cantor e compositor cachoeirense, no Teatro Carlos Gomes, Centro de Vitória, às 20 horas.

 

A publicação, organizada pelo músico Lucius Kalic e com produção de João Sampaio, foi contemplada pelo Funcultura por meio do Edital Nº 014/2015 – Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Música, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A edição impressa pela editora capixaba Cousa, em parceria com a Astral Transcrições, será vendido pelo preço de R$ 50.

 

O evento contará com a presença de diversos músicos que interpretarão versões instrumentais e cantadas da obra de Sérgio Sampaio, como Adriano Paolucci, Godoy, Vinicius Herkenhoff, Kessia Tybel, Matheus Cutini e o próprio Lucius Kalic, além da presença dos artistas plásticos Rogério Mariano e Henrique Goia, que prestarão homenagem em obras artísticas. Os ingressos custam 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Mais informações pelo telefone do teatro: 3132.8396/3132.8398.

 

 

Doce melodia

 

O songbook traz todas as canções do artista, que completaria 70 anos em 2017, em forma de acordes, tablaturas e, consequentemente, letras.  Idealizado e organizado pelo músico Lucius Kalic, e com produção de João Sampaio, filho de Sérgio, as 244 páginas do songbook contêm as músicas dos três álbuns que Sérgio gravou em vida - os fundamentais Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua (1973), Tem Que Acontecer (1976), Sinceramente (1982), além do póstumo Cruel (2006). A publicação traz também canções extraídas de compactos que ainda não tiveram versão em CD, como “Coco Verde” e “Meu Pobre blues”, esta “composta” para o seu conterrâneo Roberto Carlos.

 

Outro destaque da publicação são os textos de pesquisadores e admiradores da obra de Sérgio, como o renomado cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro, um dos grandes divulgadores das músicas de Sampaio nos anos 90. "Um artista não é admirado pelo que cria apenas, mas também pela aura que é criada em seu entorno, às vezes por obra do acaso, às vezes por uma engenharia misteriosa da natureza, às vezes por obra, involuntária ou não, do próprio personagem em questão. E a persona artística de Sampaio, carimbado de maldito pela mídia, autoirônico em relação ao duelo fracasso versus sucesso, seu ar de homem de talento que despreza a glória, à margem da indústria, nos fascinava, antissistêmicos românticos que éramos àquela época", enfatiza o artista.

 

 

Eu quero é botar meu bloco na rua

 

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, em 13 de abril de 1947, Sérgio Moraes Sampaio é filho de Raul Gonçalves Sampaio - compositor de canções como "Meu Pequeno Cachoeiro"-, e de Maria de Lourdes Moraes, professora primária. Compositor à frente de seu tempo, suas canções transitavam do samba ao rock, do choro ao blues, sempre repleto de um lirismo inquietante. 

 

Seu primeiro disco foi lançado em 1971, no Rio de Janeiro, com o parceiro de composições Raul Seixas, além de Ed Star e Miriam Batucada, o psicodélico LP coletivo “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez”.

 

Já no elenco da gravadora Phillips, Sérgio Sampaio se apresentou no Festival Internacional da Canção (FIC), em 1972, com “Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua”. Mesmo não tendo sido a vencedora do festival, a música foi um dos maiores sucessos do ano. O compacto lançado vendeu cerca de 500 mil cópias.  Logo em seguida, em 1973, gravou um disco inteiro de canções com produção de Raul Seixas e acompanhamento da banda Azymuth, e que levou o mesmo nome do hit no ano anterior. Sem a mesma repercussão e promoção do compacto, Sérgio acabou enfrentando a estagnação de sua carreira.

 

O cantor se tornou um artista pejorativamente chamado de “maldito”, quase um sinônimo que utilizam nos dias de hoje para uma figura cult. Com outros dois discos gravados, os subestimados Tem Que Acontecer (1976) e Sinceramente (1982), Sérgio sumiu dos rádios e das outras mídias no fim dos anos 1980. Quando estava pronto para voltar e lançar um quarto álbum pelo selo independente Baratos Afins - que viria a ser o álbum póstumo Cruel (2006)-, morreu em decorrência de uma pancreatite no dia 15 de maio de 1994, no Rio de Janeiro, com apenas 47 anos. Mesmo hoje, tantos anos após o seu falecimento, Sérgio Sampaio permanece sendo um dos artistas mais viscerais da história da MPB e que não merece ser esquecido.

 

 

Serviço

Lançamento Songbook- Sergio Sampaio

Data: 07 de julho (sexta-feira)

Horário: 20h

Local: Teatro Carlos Gomes, Praça Costa Pereira, s/n - Centro, Vitória.

Telefones: 3132-8396/3132-8398

Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia). 

Mais informações no link da Editora Cousa: www.facebook.com/editoracousa

Contato: 999560277

 

Texto: Danilo Ferraz

Assessoria de Comunicação da Secult

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