16/10/2019 16h03

Galeria Homero Massena recebe curadora do Videobrasil Solange Farkas

Você sabe o que significa ser um artista do eixo sul do mundo? Historicamente, a produção artística da América Latina, África, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio tiveram seus trabalhos ofuscados pela sombra da hegemonia de países do eixo norte.

A partir dessa perspectiva, a curadora e fundadora da Associação Cultural Videobrasil, Solange Farkas, será a próxima convidada do encontro do Módulo II: “O deslocamento na construção poética”, do Programa de Pesquisa e Formação da Galeria Homero Massena. O evento será na próxima terça-feira (22), no Palácio da Cultura Sônia Cabral, em Vitória.

No encontro, a curadora vai falar sobre seu trabalho de mapeamento e ativação de artistas do eixo sul geopolítico, que por muito tempo foram tidos como periféricos na história.

Os eixos Sul e Norte

Segundo o diretor da Galeria Homero Massena, Nicolas Soares, ao longo da história sofremos por uma hierarquização de saberes, predominantemente de culturas de raízes europeias. Porém, na virada do século XXI houve uma fortificação e um processo de reescritura dos conhecimentos do Sul. 

"Assim podemos considerar a presença de diferentes lógicas e diferentes formas de pensar, das culturas que compõem nossas raízes e nossa história, preservando nossas diferenças a fim de uma fortificação do sujeito e sua autonomia", afirma Nicolas Soares.

Para o diretor, a produção artística atual tem se voltado para essas questões propondo uma revisão da História da Arte, assim como uma revisão de nosso lugar e ideia de pertencimento como brasileiros e latino-americanos.

"O que temos encaminhado é a elaboração de nossas próprias narrativas do Sul, e não mais a assimilação de outras que são construídas para nós. Artistas como Hélio Oiticica e Lygia Clark foram marcos para a história da arte contemporânea nacional, onde o eixo de produção e discussão emergia sobre ser do eixo sul", completa. 

Sobre a convidada

Solange Farkas é fundadora e presidente da Associação Cultural Videobrasil, criadora e curadora-geral do Festival de Arte Contemporânea que acontece há 36 anos; hoje a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, com foco na produção artística contemporânea do Sul geopolítico do mundo - América Latina, África, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio.

Com quatro décadas de trânsito no meio cultural, Solange foi curadora-chefe do Museu de Arte Moderna da Bahia, participou, como curadora convidada, do FUSO (Portugal), da Dak’Art - Bienal de Arte Africana Contemporânea (Senegal), do 6º Festival Internacional de Vídeo de Jacarta (Indonésia), da 10ª Bienal de Xarja (Emirados Árabes Unidos), da 16ª Bienal de Cerveira (Portugal) e da 5ª Videozone – Bienal Internacional de Videoarte (Israel). Criadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil, atua como diretora artística do festival e bienal Sesc_Videobrasil desde sua primeira edição, em 1983, investindo na criação de seu acervo e na criação de uma ampla rede de parceiros institucionais nos cinco continentes.

 Associação Cultural Videobrasil

Fundada pela baiana Solange Farkas em 1991, a Associação Cultural Videobrasil é fruto do desejo de acolher institucionalmente um acervo crescente de obras e publicações, que vem sendo reunidas desde a primeira edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, em 1983. Desde então, a associação trabalha sistematicamente no sentido de ativar essa coleção, que reúne obras do Sul geopolítico do mundo – América Latina, África, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio –, clássicos da videoarte, produções próprias e uma vasta coleção de publicações sobre arte.

Além do Festival, que ocorre a cada dois anos, a associação também realiza uma série de ações de pesquisa, difusão e mapeamento de sua coleção: exposições internacionais; mostras itinerantes; publicações sobre arte e cultura contemporânea; programas de TV e os documentários da Videobrasil Coleção de Autores; seminários, oficinas e encontros com artistas e pesquisadores, em diálogo constante com diversas áreas do conhecimento; e programas de residência artística, em conexão com uma ampla rede de colaboração internacional.

Módulo II: “O deslocamento na construção poética”

A ação faz parte do projeto de pesquisa Processo II: “Criação Crítica Mediação”, proposto pela Galeria Homero Massena para o cronograma 2019 e pretende acompanhar o calendário de exposições. Com objetivo garantir acesso da população à arte, em especial à arte contemporânea, além de disseminar informação e oferecer formação.

O projeto é coordenado pela professora Rízzia Rocha e pelo coordenador de Artes Visuais da Galeria Homero Massena, Nicolas Soares.

Serviço:

Módulo II: “O deslocamento na construção poética”, com a curadora convidada Solange Farkas
Dia: 22/10
Horário: 19h30
Local: Palácio da Cultura Sônia Cabral, Centro de Vitória
Informações: 3132-8395
Entrada franca.

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