21/11/2019 14h17

Galeria Homero Massena recebe exposição ‘Reverso’ revisitando obras do acervo

O que é o essencial para uma obra contemporânea? Ou melhor: como trabalhos de arte contemporânea entram em um acervo. E qual a melhor maneira de serem armazenados e conservados? A nova exposição da Galeria Homero Massena (GHM), em Vitória, que entra em cartaz na próxima terça-feira (26), às 19 horas, responde essas indagações. Com curadoria da pesquisadora e conservadora Gilca Flores, coordenação de Nicolas Soares e produção coletiva de alunos do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a mostra “Reverso” remonta cinco instalações de arte do acervo da galeria.

Atualmente, os trabalhos de arte contemporânea não mais utilizam apenas os materiais tradicionais, ou seja, telas, papéis e tintas. Novos materiais industriais, orgânicos, descartáveis e ou efêmeros passam a ser utilizados e com essa multiplicidade de materiais e linguagens, fica a questão de como esses trabalhos devem ser armazenados corretamente, pensando na sua conservação e documentação adequada.

Foi a partir desta questão que a curadora da mostra, Gilca Flores, propôs como parte de seu  projeto de doutorado, realizar pesquisas no acervo da Galeria Homero Massena, uma das mais importantes galerias de arte contemporânea do Estado. Durante seu trabalho, a pesquisadora selecionou cinco obras para serem investigadas e remontadas. O resultado gerou novos conhecimentos e informações úteis para a conservação das obras, novos planos expositivos, além de entrevistas com os artistas para entender a dimensão dos trabalhos tanto no sentido material quanto imaterial. Tudo isso para garantir que esse trabalho não se perca com o tempo e continue existindo dentro de um acervo.

“Reverso” traz o trabalho coletivo para a Galeria Homero Massena a fim de expor não somente as obras, mas também os processos necessários para que a exposição seja realizada.

A seleção das instalações que compõe a mostra “Reverso” conta com obras que já foram expostas anteriormente no espaço expositivo da Galeria e que são chamados trabalhos complexos, ou seja, que requerem materiais e montagens específicas. A ideia é reconstruir e relembrar registros e documentos de quando essas obras foram expostas e atualizar suas possibilidades de serem reexpostas, sem que o sentido do trabalho sofra interferência.

O grande desafio foi montar um projeto de expografia que consiga reunir os cinco trabalhos totalmente diferentes dentro do espaço expositivo, cada um com a sua autonomia e significado.

“O acervo da Galeria está sendo constituído desde 1977. São 42 anos de construção de um pensamento que perpassa diversas linguagens, pesquisas e espacialidades”, afirma o coordenador da GHM Nicolas Soares. Ele explica que a Galeria é um espaço voltado para a arte contemporânea:

“Ela acompanha o processo de artistas tanto do Estado quanto de fora, e cria um panorama importante de como a arte moderna e contemporânea tem se encaminhado no Espírito Santo. Um acervo não é um espaço estanque, é um espaço de conhecimento em movimento e precisa negociar entre história, passado e as urgências da produção artística atual; uma diretriz importante da Galeria há anos.” 

Conheça as obras

Partindo de um exercício do olhar e da relação espacial entre o corpo e o local expositivo, o artista João Carlos Souza se intitula escultor do ar. Em “Desvio do Espaço”, os nós que o artista interfere na corda, desviam a direção da linha e criam uma nova forma que faz do espaço a sua matéria.

A dupla Luciana Ohira e Sérgio Bonilha exercitam as relações espaciais e temporais que estabelecem em seus trabalhos. Juntos, eles terão duas instalações dentro de “Reverso”. Em “Ocupação mínimo-máximo do espaço” se evidenciam as relações de dependência entre o artista, obra e instituição e o percurso da obra no espaço e tempo do processo. Já a obra “Transposição e adensamento” questiona nossa capacidade de memorização diante de uma paisagem urbana em constante transformação e se materializa na parede a partir de um processo colaborativo entre artistas, instituição e público.

Em “Caranguejada”, os caranguejos feitos por Irineu Ribeiro remetem ao ecossistema do manguezal e a tradição ancestral do uso de argila e das paneleiras. Nas figuras completas e incompletas o artista expõe também seus processos de criação.

Marcelo Gandini investiga em “Projeteis” as vítimas fatais por uso de arma de fogo expondo seus nomes. O artista confere a subjetividade de indivíduos que os números estatísticos negam. Seu trabalho proporciona uma imersão e nos cobra uma reflexão sobre o tema da violência urbana.

 _Carangueijada, de Irineu Ribeiro

 _Desvio do Espaço, de João Carlos de Souza

 _Transposição e Adensamento, de Luciana Ohira e Sérgio Bonilha

 _Ocupação mínima-máxima do espaço, de Luciana Ohira e Sérgio Bonilha

 _Projéteis, de Marcelo Gandini

 

Serviço:
Exposição “Reverso”
Curadoria de Gilca Flores
Abertura: 26/11 (terça-feira)
Horário: 19 horas
Local: Galeria Homero Massena – Rua Pedro Palácios, nº 99, Cidade Alta, Vitória.
Visitação: De segunda a sexta, das 09h às 18 horas; e aos sábados, das 13h às 17 horas.
#Entrada gratuita

 

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