Por meio da junção entre oportunidades de mercado e características propícias de clima e solo, nasceu no Espírito Santo mais um polo de frutas: o Polo de Acerola da Região Sul do Espírito Santo. Ele representa o 11° no Estado e tem o objetivo de diversificar a atividade agrícola e gerar renda na região.

O lançamento foi neste sábado (20), na comunidade de Itinga, em Piúma, e contou com a presença do governador do Estado, Paulo Hartung. Além disso, estiveram presentes aproximadamente 300 agricultores da região, técnicos e autoridades, como o secretário de Estado da Agricultura Ênio Bergoli, o diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Evair de Melo, além do prefeito municipal, José Ricardo da Costa.

 

 

Hartung enfatizou que o Governo vem trabalhando para promover o desenvolvimento de maneira harmônica no Estado, levando em consideração as vocações de cada região. “Estamos implantando um modelo de desenvolvimento geograficamente desconcentrado, socialmente inclusivo e ambientalmente responsável. O modelo concentrador não deu certo. Por isso, estamos levando para o interior do Estado políticas públicas como a implantação dos pólos de fruta”, afirmou.

O governador ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e pelo Incaper e destacou que os órgãos ficaram mais fortalecidos durante o atual período de Governo. “Já avançamos de maneira extraordinária nos últimos anos e ainda temos muito a avançar. Queremos fixar o homem no campo, com casa, infraestrutura e boas condições para plantar e colher. O homem que sai do campo atrás de melhores condições de vida na Região Metropolitana, na maioria das vezes acaba dividindo espaço com a pobreza e a marginalidade”.

A iniciativa vai beneficiar vários municípios da região Sul do Estado.

Já Bergoli, destacou a iniciativa em âmbito nacional. “Estamos comemorado o lançamento do 11° Polo de Fruta do Estado e concretizando o fato de que este é o mais importante programa de fruticultura do País”, afirmou o secretário, que também enfatizou a importância do cooperativismo para o sucesso do programa.

“O sucesso de nossos Pólos de Frutas – como o de maracujá e o de manga – tem muito a ver com o cooperativismo. A organização dos produtores em grupo permite a negociação com a indústria, a garantia de volume de produção, facilita a logística de transporte, entre outros benefícios. O sucesso do Polo de Acerola tem a participação da Coopervidas. O segredo é a interação entre Governo, prefeituras, cooperativas e produtores”, completou Bergoli. 

Enio também indica que as perspectivas de médio e longo prazo para a produção de acerola são bastante positivas para o Estado, em razão da grande procura por matéria-prima pelas indústrias de processamento.

“Hoje, a demanda das pequenas agroindústrias de polpa congelada da região é de 200 toneladas de frutos de acerola por ano, e estamos ofertando no momento apenas 50 toneladas. Essa diferença, suprida por estados do Nordeste do Brasil, é a grande oportunidade para aumentarmos a produção em terras capixabas, gerando renda e emprego por aqui”, assegura.

Hartung e Bergoli visitaram uma plantação de acerolas.

O presidente da Coopervidas, Ady Brunini, agradeceu o empenho dos produtores para que o Projeto desse certo e comemorou a iniciativa. “A parir do Polo, estamos dentro das áreas prioritárias para as políticas públicas do Governo, como programas de crédito e assistência técnica. A expectativa é a expansão da produção para atender a toda a demanda da indústria local por acerola e ainda fornecer o produto à merenda escolar da rede municipal de Ensino do Estado”, disse .

O produtor rural José Siqueira da Silva começou sua plantação de acerola em 2007, sendo um dos pioneiros na região. Ele possui 500 pés da fruta, que plantou como alternativa para diversificar a propriedade tomada pelo café.

Segundo o produtor, antes que fosse plantado o primeiro pé, já havia sido feita a negociação da produção com a indústria de polpa Pulp Fruit. “O destino certo e o preço garantido nos dá segurança para produzir. A procura tem sido grande e a expectativa é aumentar a produção”, afirma.

Polo de Acerola

Desde 2007 o Governo do Estado vem trabalhando em parceria com a Cooperativa Coopervidas e a Indústria Pulp Fruit, ambas de Piúma, para estabelecimento de uma nova fonte de renda na região.

Para a implantação e expansão da cultura da acerola no Estado, nos últimos três anos já foram distribuídas 17,5 mil mudas na região Litoral Sul do Espírito Santo e a área plantada já atingiu 40 hectares.

Na safra 2009/2010 – o período colheita vai de outubro a junho – a produção foi de 80 toneladas de frutos de acerola. A previsão é que em 2011 essa produção atinja 150 toneladas. Além disso, para os próximos quatro anos, a meta é a distribuição de mais 100 mil mudas na região de abrangência do Polo e ampliar a área plantada para 150 hectares.

O 11º polo de fruticultura vai envolver os municípios de Piúma, Iconha, Rio Novo do Sul, Anchieta, Itapemirim, Vargem Alta e Marataízes. E ainda tem grande potencial de expansão para os municípios de Guarapari, Alfredo Chaves, Cachoeiro de Itapemirim, Muqui, Atílio Vivácqua, Mimoso do Sul e Presidente Kennedy.

O plantio de um hectare de acerola, aproximadamente 800 arbustos, pode gerar uma renda bruta entre R$ 15 mil e R$ 30 mil para os produtores, quando as plantas estiverem adultas, a partir do quarto ano de plantio.

De acordo com o diretor-presidente do Incaper, Evair de Melo, o lançamento de mais um polo de frutas representa uma conquista para o Espírito Santo, na tentativa de promover a diversificação agrícola por meio da fruticultura e, dessa forma, possibilitar aos agricultores capixabas um incremento na renda familiar.

Além da acerola, já foram implantados no Estado os polos de manga, uva, maracujá, goiaba, coco, tangerina, abacaxi, morango, banana e mamão. “Os polos são implantados nas regiões que apresentam condições de clima e solo favoráveis a cada cultura, e o objetivo é promover o fomento de cada atividade por meio da distribuição de mudas, capacitação dos produtores rurais e organização da cadeia produtiva. Vários destes polos já apresentam resultados relevantes”, completa Evair.

Objetivos do polo:

- Ampliar a área plantada de aceroleira das variedades ‘Sertaneja’ e ‘Okinawa’.
- Potencializar e organizar as ações de pesquisa e assistência técnica
- Direcionar o fomento por meio da assistência técnica e do crédito rural
- Introduzir novas variedades de aceroleira resistentes à seca, pragas e doenças, bem como com aptidão para a indústria de processamento e consumo in natura
- Agregar valor à produção com a melhoria da qualidade da fruta produzida.
- Promover a diversificação agrícola para os agricultores de base familiar e empresarial
- Fortalecer os produtores por meio do cooperativismo

Metas para os próximos quatro anos:

- Ampliação da área plantada de 40 para 150 hectares.
- Distribuição de 100 mil mudas de acerola para associações e cooperativas de produtores a preços subsidiados
- Irrigação de toda a área de produção
- Aumento da produtividade média para 40t/ha.
- Recomendação de pelo menos quatro novas variedades de aceroleira, sendo duas para consumo in natura e duas para processamento industrial

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(Fotos: Thiago Guimarães/ Secom)