19/10/2010 22h12 - Atualizado em 21/01/2019 12h05

Grupo Interconfessional comemora dois anos e planeja novas metas

Dois anos de respeito à diversidade religiosa, resgate de valores humanos e pacificação das unidades prisionais. Assim pode ser resumido o esforço do Grupo de Trabalho Interconfessional do Sistema Prisional do Espírito Santo. Criado em 2008, o grupo chega ao fim deste ano com valiosos frutos colhidos e metas ambiciosas para o futuro.

Parceiro de 25 grupos religiosos do Estado, totalizando mais de 400 voluntários, o Grupo Interconfessional se empenha para garantir atendimento sócio-espiritual organizado aos internos. Uma das coordenadoras do Grupo, também coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos, Ana Maria Caracoche, exalta o sucesso do projeto.

“Buscamos o crescimento da autoestima, do respeito, da dignidade e da confiança por meio do cultivo da espiritualidade e da solidariedade. Fomentamos um maior equilíbrio nas relações interpessoais, seja com outros internos ou com os servidores do Estado. Estimulamos os detentos a uma nova concepção de vida, e neste ponto alcançamos a política de humanização e de ressocialização prevista na Lei de Execução Penal”, narra a coordenadora.

Organização

Ana Maria Caracoche e Maria Jovelina Debona, coordenadora do Grupo Interconfessional e do Núcleo de Assistência Social e Psicológica do Sistema Penal, lembram das dificuldades encontradas para organizar os grupos que atuavam de forma independente nas unidades prisionais do Estado. “Tivemos de reunir as diferentes denominações religiosas e capacitá-las para atuar com a mesma visão”, explica Ana Maria.

Antes de ingressar nas unidades prisionais, voluntários passam por capacitações periódicas, incluindo aulas sobre normas de visita, assistência jurídica e tolerância religiosa. “Ajustar as pessoas a um sistema não é fácil. Foi preciso mostrar as regras existentes e defender a pluralidade, porque dentro das próprias unidades havia preconceito entre os internos”, lembra a coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos.

Atualmente, explica Ana Maria Caracoche, as denominações parceiras trabalham com o mesmo foco. Mensalmente, temas estratégicos, definidos pelo Grupo Interconfessional, são abordados nas palestras: arrependimento, perdão, casamento, família e filhos são alguns deles. “O foco se tornou um só: preparar o apenado para seu retorno à sociedade”, relata Ana Maria.

Formação

O trabalho do Grupo Interconfessional também beneficiou os agentes penitenciários em formação no Espírito Santo. Uma das disciplinas ministradas na Escola Penitenciária, responsável pela capacitação dos novos servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), diz respeito à assistência religiosa ofertada aos internos nas unidades prisionais do Estado.

Os agentes são instruídos a respeitar e facilitar a locomoção dos internos, permitindo que se sintam à vontade para debater livremente sobre os temas em pauta na celebração religiosa. “Quando se fala muito em segurança e controle, o aspecto humano do agente tende a ser enrijecido. Essa capacitação mostra a eles que, ao preservarem essa característica, estão garantindo a harmonia dentro da unidade”, enfatiza Ana Maria Caracoche.

Fora da prisão

Para 2011, o Grupo Interconfessional tem metas claras: ampliar a assistência sócio-espiritual para os familiares de internos. O objetivo, explica a coordenadora, é criar um ambiente favorável à ressocialização também no lar do detento. “A família tem de pensar da mesma maneira, mas como vão apoiar outro caminho se nem uma cesta básica eles possuem?”, indaga.

Em Aracruz, o Centro de Detenção Provisória, em parceria com as denominações que atuam na unidade prisional, realizam testes para avaliar o resultado da iniciativa. Todos os internos que possuem família no município forneceram seus endereços e agora voluntários capacitados pela Sejus visitarão as casas para conhecer a realidade e oferecer ajuda.



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