15/01/2025 17h26

Hemoes alerta para a importância de manter estoque de tipos sanguíneos Rh negativos no período de férias

Durante a época de férias é comum que muitas famílias se programem para aproveitar o momento com viagens e passeios. No entanto, esse momento se torna um desafio para os Hemocentros de todo País, devido à baixa procura pela doação e consequente redução no estoque de sangue, em especial os de Rh negativos. O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado (Hemoes), da Secretaria da Saúde (Sesa), explica a importância de, além de manter o estoque sempre em nível ideal, ter também os sangues de Rh negativos disponíveis. 

Segundo explica a coordenadora do Setor de Triagem Clínica do Hemoes, a médica Belisa Sossai, esses tipos sanguíneos negativos são considerados “sangue coringa” uma vez que eles podem ser transfundidos para pacientes de Rh positivo e negativo, desde que se respeite a compatibilidade da tipagem sanguínea ABO.

A médica conta que eles são divididos entre O negativo, A negativo, B negativo e AB negativo, e são considerados “os mais raros na população", com menos de 15% de portadores desta tipagem sanguínea. “Isso acaba se tornando uma dificuldade para manter o equilíbrio adequado dos estoques deste tipo sanguíneo, pois os Rh negativos, em especial o O negativo, são usados principalmente para emergências médicas”, informou a coordenadora. 

Ainda segundo Belisa Sossai, durante os períodos em que os estoques de sangue estão baixos, que ocorrem de forma global, a criticidade se torna ainda maior, por manter um número reduzido de bolsas de sangue dos tipos negativos, “E esse número pode zerar, afetando diretamente aqueles pacientes que necessitam de transfusões”, alertou.

 Atualmente, para manter os estoques de sangue Rh negativo em um nível estável, é necessário cerca de 400 doações/mês dos tipos sanguíneos O negativo, A negativo, B negativo e AB negativo somados.Diante disso, a profissional faz um apelo a toda população, lembrando que as doações de sangue devem ocorrer sempre de forma voluntária. “Elas devem ser realizadas por altruísmo e pela vontade de fazer o bem. O grande objetivo do Hemoes é a fidelização do doador, estimulando na população o hábito de doações de sangue regulares, e não apenas quando existe um familiar ou amigo precisando”, ressaltou Belisa Sossai.

Sangue Dourado

Cientificamente conhecido como Rh nulo (Rhesus null), o chamado “sangue dourado” é assim chamado por sua raridade. Estima-se que menos de 50 pessoas no mundo são conhecidas por possuí-lo, apenas duas delas no Brasil.

O motivo que o sangue dourado se diferencia dos demais é pela ausência total de antígenos do tipo RhD em suas hemácias: os tipos sanguíneos são definidos de acordo com a presença de antígenos presentes em nossas hemácias, cerca de 350 de antígenos diferentes, que podem ou não estar presentes em nosso organismo. Por ter uma carência desses antígenos, a pessoa portadora desse sangue é considerada tipo Rh nulo.

Devido às suas características, o sangue dourado é considerado o verdadeiro doador universal, já que pela ausência de antígenos, não há nenhuma possibilidade de conflito entre os antígenos presentes no tipo sanguíneo do receptor. Isso é possível somente respeitando a tipagem sanguínea ABO, que não é afetada por essa condição.

No Brasil há apenas 2 casos registrados, segundo informações do Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), do Ministério da Saúde.

Como ser um doado

Para se tornar um doador, basta se apresentar em qualquer unidade de Hemocentro do Estado com um documento oficial com foto, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos e apresentar um bom estado de saúde.

Menores de 18 anos precisam de autorização de um responsável para realizar a doação. Saiba mais aqui sobre o perfil do doador.

Após uma avaliação com a equipe de triagem do Hemoes, é feita a coleta. O sangue doado no Hemoes e nos hemocentros regionais são encaminhados às unidades hospitalares que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS), além de atender aos pacientes do Ambulatório de Hematologia e do Ambulatório Transfusional, que necessitam realizar tratamento periodicamente na unidade de Vitória.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Luciana Almeida / Danielly Campos / Thaísa Côrtes / Ana Cláudia dos Santos
asscom@saude.es.gov.br

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