O Hospital Estadual Antônio Bezerra de Faria (HEABF), em Vila Velha, iniciou a realização das notificações de óbitos e captação de córneas. A reestruturação do processo para notificação dos óbitos e captação de órgãos no hospital começou em março do ano passado, seguindo as determinações do Ministério da Saúde.

De acordo com a coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) e gerente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, Jizeli Lenzi, a comissão elaborou no decorrer do último ano o regimento interno obrigatório, todos os fluxogramas de notificação de óbitos e rastreabilidade de potenciais doadores, assim como materiais de apoio às equipes em caso de dúvidas.

Além disso, durante o mês de março deste ano foram realizados treinamentos e reuniões com o objetivo de que as equipes dos diferentes setores do hospital conhecessem todo o processo de notificação e doação, e sua importância em ser comunicada à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) e ao Banco de Olhos.

“Neste início as equipes foram orientadas sobre a importância da notificação de qualquer óbito, sendo potencial doador ou não, e para esta etapa a equipe de enfermeiros da UTI se uniu a CIHDOTT, e juntos, até julho assumimos todo o processo de notificação de óbitos e avaliação dos potenciais doadores. Foi estabelecido este prazo para que cada setor se organize para assumir suas notificações de óbitos e o processo de rastreabilidade do potencial doador. Hoje, todo óbito ocorrido no HEABF é comunicado a CIHDOTT ou ao enfermeiro de plantão na UTI, que dará seguindo a todo o processo estabelecido”.

Em abril, dentre os óbitos ocorridos no HEABF, a CIHDOTT juntamente com a equipe da UTI, conseguiu rastrear, dentro do tempo hábil, seis potenciais doadores para córneas.

“Desse grupo de potenciais doadores conseguimos entrevistar quatro famílias, sendo que três autorizaram captar as córneas. Infelizmente, um destes não pode ser doador, pois após o último questionário a ser respondido pelos familiares, foi constatado vacinação contra a febre amarela em período inferior a 30 dias, fato que exclui a possibilidade de doação”, explicou.

Para Jizeli, apesar de pequeno, esse número é expressivo, principalmente por ser um processo novo, em uma instituição que atende um grande número de pacientes idosos e pessoas com diversas patologias, o que acaba reduzindo o número de potenciais doadores. Ela acredita que com o passar do tempo, este número venha aumentar.