Incaper realiza dia de campo sobre colheita mecanizada em São Mateus
A mecanização da colheita de café começa a se tornar realidade no Espírito Santo. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) desenvolve pesquisas para identificar as variedades de café mais adequadas à técnica. E para apresentar alguns resultados aos produtores interessados, foi realizado o 3° Dia de Campo de Demonstração da Colheita de Café Conilon com Colheitadeira Automotriz. O evento foi realizado nos dias 26 e 27 de junho em Córrego Bamburral, município de São Mateus.
Participaram do evento cerca de 60 pessoas, entre produtores e técnicos ligados à cafeicultura. O objetivo do Dia de Campo foi apresentar as práticas mais avançadas de conduzir uma lavoura para a colheita mecanizada.
O engenheiro agrônomo do Incaper César Krohling, que atua em Marechal Floriano, está conduzindo os trabalhos relacionados à mecanização da colheita, e esteve em São Mateus especialmente para o evento.
“O projeto foi implantado na fazenda em outubro de 2012 com o plantio de 27 clones de café conilon em três diferentes épocas de maturação dos frutos: precoce, intermediário e tardio. O objetivo principal do projeto é selecionar os clones de conilon, nas três diferentes épocas de maturação, que melhor se adaptam para a colheita com máquina automotriz”, explicou o extensionista do Incaper.
“Vários parâmetros agronômicos foram avaliados, tais como: percentual de plantas mortas, vigor vegetativo, rendimento, produtividade, capacidade de tombamento ou grau de inclinação, tamanho do fruto, uniformidade de maturação, desfolha, eficiência de derriça mecânica. Os resultados permitiram a seleção dos nove melhores clones com os diversos parâmetros agronômicos citados, sendo três para cada época de maturação dos frutos”, acrescentou Krohling.
O dia de Campo foi mais uma ação relacionada ao projeto que pretende apresentar aos produtores a tecnologia de mecanização total da colheita de café conilon. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), e é desenvolvido em parceria com a empesa Case, que disponibilizou o maquinário, e com o cafeicultor Jesus Lubiana, que abriu as portas de sua propriedade para a execução dos trabalhos.
Mecanização da colheita do café arábica
A colheita semimecanizada do café arábica também é alvo dos estudos. “No ano de 2018, fizemos a colheita ‘safra zero’ no plantio sentido curva de nível, morro acima. Na ocasião, também realizamos um dia de campo, com demonstração da máquina Master Grãos em parceria com a Pianna Rural”, disse César Krohling.
Bons resultados
Os estudos desenvolvidos pelo Incaper indicam que é possível mecanizar parcial ou totalmente a colheita do café conilon, e também é possível fazer a colheita semimecanizada do café arábica de montanhas. “A execução do projeto nestes anos e os resultados obtidos mostram que há viabilidade técnica e econômica para ambas as culturas de café. Estes resultados resolvem parte de um dos maiores gargalos da cafeicultura do Espírito Santo, que é a escassez e o alto custo da mão de obra, principalmente durante a colheita dos cafés”, destacou o extensionista do Incaper.
Texto: Juliana Esteves
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