16/07/2010 19h25 - Atualizado em 24/01/2019 13h11

Início no Espírito Santo da produção sistemática no pré-sal é destaque na Imprensa Nacional

Jornal - O Estado de S. Paulo 
ES insiste em mais royalties para produtores
16/07/2010 Nicola Pamplona/  VITÓRIA  

O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), afirmou ontem que o possível veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda que redistribui os royalties do petróleo não representará um ponto final na luta dos Estados produtores de petróleo, segundo ele, o próximo passo será negociar algum benefício na fatia dos royalties do pré-sal.

Depois de se reunir com Lula, Hartung disse que está confiante no veto à Emenda Simon, que altera a distribuição dos royalties também do pós-sal. Confio que Lula vai vetar, mas isso não é o ponto final da luta. Depois do veto, vamos ter de sentar para Governador Paulo Hartung diz que a luta por benefício maior para quem produz o petróleo vai continuar conversar sobre o pré-sal, afirmou ele, em entrevista concedida após cerimônia de comemoração do início da produção comercial de petróleo no pré-sal, no Campo de Baleia Franca, no litoral capixaba.

Não podemos desmobilizar o debate, completou o governador, argumentando que Estados e municípios produtores merecem uma fatia maior porque sofrem os impactos sociais e ambientais.

Hartung disse que o adiamento das discussões sobre o tema na Câmara foi uma vitória dos Estados produtores, uma vez que a questão só deve voltar a ser debatida após as eleições.

Lula lamentou que o debate tenha sido levantado este ano. Essa questão dos royalties não deveria ser discutida em ano eleitoral, porque todo mundo fica querendo ganhar voto prometendo dinheiro fácil para prefeito, comentou, em entrevista concedida pela manhã à rádio capixaba Litoral FM.

O presidente demonstrou preocupação com o ritmo das votações do projeto de lei do contrato de partilha, no qual foi incluída a Emenda Simon. Não sei se o Congresso vai conseguir votar agora (antes das eleições). Eu gostaria que votasse por causa do modelo de partilha, que é a coisa mais importante, afirmou. Nós tínhamos feito um acordo (para a votação sem incluir os royalties), mas ele foi rompido pela Câmara e depois foi rompido pelo Senado,acrescentou,em discurso, lula não declarou sua posição com relação ao veto da Emenda Simon, mas voltou a indicar que não concorda com a proposta, que obriga a União a compensar Estados produtores pela perda de arrecadação. Vou esperar o que vai acontecer no Congresso Nacional e posso garantir ao povo brasileiro que vou fazer o que for melhor para o País.

Lula e Hartung visitaram juntos a plataforma Capixaba que vai produzir em Baleia Franca. Em seu discurso após a visita, o presidente destacou a parceria com o governo do Estado.

Hartung defende a manutenção da distribuição dos royalties arrecadados no pós-sal e admite alguma mudança para o pré-sal, mas com privilégios aos Estados e municípios produtores. O governo capixaba tem pronta uma contestação judicial por inconstitucionalidade caso a Emenda Simon seja sancionada por Lula. É inconstitucional. Não posso deixar que nos retirem essa receita, disse ao Estado.

O governo do Espírito Santo arrecada atualmente cerca de R$ 500 milhões por ano com royalties do petróleo, mas tem grandes perspectivas de ampliar a arrecadação. A Petrobrás prevê que a produção chegue a 400 mil barris por dia em 2015. Somando a produção de empresas privadas, o volume pode superar os 500 mil barris por dia.

Guerra dos royalties

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

"Não sei se o Congresso vai conseguir votar agora (antes das eleições). Eu gostaria que votasse por causa do modelo de partilha, que é a coisa mais importante. Nós tínhamos feito um acordo, que foi rompido

PAULO HARTUNG GOVERNADOR DO ESPÍRITO SANTO

Confio que Lula vai vetar, mas isso não é o ponto final da luta

Essa questão dos royalties não deveria ser discutida em ano eleitoral, porque todo mundo fica querendo ganhar voto prometendo dinheiro fácil para prefeito

 


 

Jornal - Valor Econômico - 
Petrobras estuda criar polo gás-químico no ES
15/07/2010

Do Rio e de Vitória

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, anunciou ontem que a empresa estuda a construção de um polo gás-químico no Estado do Espírito Santo para utilizar a produção de gás natural da região. Nós estamos desenvolvendo projetos, que estão ainda em fase de projetos, mas se tornarão realidade dentro em breve, para desenvolver a química do gás natural para produzir produtos químicos no Estado do Espírito Santo, disse Gabrielli, depois de ser incentivado a fazer o anúncio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os dois participaram ontem da cerimônia que marcou o início da produção comercial na camada pré-sal do Espírito Santo, no

campo de Baleia Franca, que vai produzir inicialmente 13 mil barris diários de óleo leve (28 graus API) e atingir 100 mil barris no fim do ano.

Essa é a primeira produção comercial na camada pré-sal do país, que tem na bacia do Espírito Santo uma situação diferente da encontrada na bacia de Santos, onde estão os maiores reservatórios. Enquanto a camada de sal capixaba é de cerca de 100 metros, na bacia de Santos chega a dois quilômetros.

Fomos informados pelo Gabrielli que há uma discussão interna na empresa sobre a localização de um polo petroquímico de gás aqui e queremos agregar valor ao gás, disse o governador de Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB). O presidente Gabrielli ficou de me convidar para ir ao Rio de Janeiro para continuar esse debate, que é um tema de um protocolo que assinei com a Petrobras, um tempo atrás, completou.

Hartung explicou que as negociações com a empresa eram para construção de uma fábrica de fertilizantes, mas que no meio das conversas surgiu a oportunidade de um polo gás-quimico no Estado, bem mais amplo.

No meio da negociação veio a solução de um polo gás- químico, já está no plano de investimentos da Petrobras, estão no PAC 2, e agora foi anunciado publicamente por Gabrielli e reforçado pelo presidente Lula, afirmou.

Hartung informou que a produção de gás do Estado deve duplicar em um curto espaço de tempo. Segundo ele, o Espírito Santos produz 8 milhões de metros cúbicos de gás. A expectativa é que essa produção salte para 14 a 16 milhões nos próximos anos. Entre os fatores que devem contribuir para o aumento da produção de gás do Estado é a entrada em operação do sistema de transporte de gás entre a plataforma Capixaba, no campo de Baleia Franca, e a costa. (Agências noticiosas)

 


 

Jornal - Correio Braziliense -
Lula diz que acordo sobre royalties feito com governadores foi rompido pelo Congresso
15/07/2010  

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira (15) que o acordo feito com governadores sobre a distribuição de royalties do petróleo da camada pré-sal foi rompido pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. O acordo previa que a maior parte dos royalties do pré-sal ainda não licitado seria distribuída a estados e municípios produtores e uma parte menor seria destinada aos não produtores.

 

Mas, durante a votação do projeto de lei que cria o regime de partilha para a exploração do petróleo no Brasil, tanto a Câmara, por intermédio do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB/RS), quanto o Senado, por meio do senador Pedro Simon (PMDB/RS), aprovaram emendas que propunham outra regra: os royalties seriam distribuídos entre todos estados e municípios sem distinguir produtores e não produtores. Além disso, a regra atingiria também os blocos de petróleo já licitados.

"O Paulo Hartung [governador do Espírito Santo] participou de uma reunião comigo lá em Brasília, junto com o governador do Rio de Janeiro e com outros governadores. Nós fizemos um acordo e esse acordo foi rompido na votação da Câmara dos Deputados. Depois foi rompido no Senado. Tenho consciência de que o acordo que nós tínhamos feito era a melhorar solução para a questão do petróleo", disse Lula.

Apesar dos conflitos gerados pelas emendas, Lula se disse confiante de que, no final, prevalecerá a melhor fórmula de distribuição dos royalties. "Vamos ver, se a gente não conseguir votar neste ano, se a gente consegue fazer com que todos os 190 milhões de brasileiros possam usufruir dessa riqueza que a Petrobras encontrou a 7 mil metros de profundidade".

O presidente participou, em Vitória, da cerimônia de começo da primeira produção comercial de um bloco de petróleo da camada pré-sal, no campo de Baleia Franca, a 80 quilômetros (km) da costa do Espírito Santo. Durante a visita, Lula se reuniu com o governador Paulo Hartung, que aproveitou para reforçar o pedido de veto do presidente, caso a emenda seja aprovada em sua última votação, na Câmara dos Deputados.

Depois da reunião com Lula, Hartung falou com a imprensa, mas se recusou a dizer se Lula tinha garantido o veto à emenda. O governador se disse, porém, confiante de que o presidente vetará a emenda que retira grande parte dos royalties dos estados e municípios produtores.

O governador capixaba disse que, mesmo que haja veto presidencial à emenda do Congresso, será necessário rediscutir a distribuição dos royalties para os campos de petróleo ainda não licitados. "Nós vamos precisar do veto presidencial e estou confiante no veto, por tudo o que viemos discutindo nos últimos meses e pelo que conversamos no dia de hoje. Mas a partir do veto, vamos ter que sentar numa mesa e debater a distribuição dos royalties na área do pré-sal", disse Hartung.



Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Secult
Larissa Ventorim
Tel.: 3345 9273 / 9902 1627
comunicação@secult.es.gov.br
2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard